Lamentável, para dizer o menos!

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Por  GUSTAVO AROSSI *

Pouco mais de um ano após a pior e maior catástrofe climática no Rio Grande do Sul, novamente nos vemos diante da iminência de algumas enchentes. Chove há muitos dias em todo  território e acima das mensurações estimadas pelos órgãos meteorológicos. O Vale do Taquari já padece. Outras regiões da mesma forma. Vidas já foram perdidas. Todavia, o que mais chama atenção é o fato de – sobretudo Porto Alegre –, estar totalmente despreparada para mitigar os efeitos da água que escoa a cântaros.

Pelos noticiários e inclusive em redes sociais é possível vermos sinais já de alagamento pelas ruas e bairros da capital e das cidades vizinhas. O que realmente foi realizado de 2024 até agora? Quais e verdadeiras medidas foram tomadas? Como estão os diques e as casas de bombas juntamente com as comportas? Será que assistiremos novamente – numa espécie de dejà vu – o que cai do céu arruinar casas, famílias, escolas, postos de saúde, empresas e estradas?

Enquanto escrevo, o som que ouço é de chuva. E, chuva forte! As previsões dão conta e estimam que até sexta-feira ou final de semana não veremos sol e nenhuma trégua do que já toma conta: água e mais água… Em tempo, governos gastaram literalmente rios de dinheiro apresentando à sociedade gaúcha propagandas ilusórias? Na verdade, não superamos o sentimento atávico de que somos os melhores em tudo. É hora – mais do que nunca – de sentarmos no divã e fazermos um mea culpa. Afinal de contas, para quê mesmo elegemos representantes, tanto na escala legislativa quanto na executiva? Parece-me que, enquanto esta vive num emaranhado burocrático cínico, aquela vive de puro histrionismo midiático, com raras exceções.

Deitados os fatos, quero crer que esteja enganado. Que nada de mal aconteça no nosso claudicante Estado do Rio Grande do Sul. Oxalá toda estrutura tubular e de contenção do elemento primordial e originário da vida para Tales de Mileto – filósofo naturalista grego – ,  consiga afastar as maldições do deus grego Poseidon, que comandava os mares, rios e tempestades. E, este, nos últimos tempos, não têm perdoado ninguém!


*Gustavo Arossi é professor de Filosofia e Secretário de Educação em Anta Gorda/RS.

Foto de capa: Chuvas no RS: pessoas tentam atravessar ruas alagadas no bairro Navegantes, em Porto Alegre | Carlos Fabal / AFP

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Respostas de 4

  1. Só esqueceu de ressaltar que o governo Lula repassou milhões para o RGS. Esqueceu também de dizer que a arrogância característica das pessoas do Sul, fez políticos recusarem apoio federal. Artigo tendencioso. Sugere que ninguém fez nada, nem o governo Lula. Lamentável

  2. Tudo bem,

    Mas não podemos colocar todos os governantes na mesma inundação, no mesmo Desastre.
    De nome aos responsáveis…

    Há bilhões no FUNRIGS ( Fundo de reconstrução no RS) do GOVERNO FEDERAL.

    O ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, com o desgovernador Leite,não tem VONTADE POLÍTICA E NEM ESTRUTURA PARA VIABILIZAR OS PROJETOS DE RECONSTRUÇÃO DO DESASTRE AMBIENTAL
    EXTINGUIU METROPLAN.

    NADA FUNCIONA NA ESTRUTURA ESTADUAL.

    Nem em na municipal ,Porto Alegre, por exemplo.

  3. Boa reflexão. Eu acrescentaria que:
    1-O novo clima, marcado pela imprevisibilidade e pela potencialização extrema dos eventos, já substituiu o anterior, então não cabe mais falar-se em mudanças climáticas.
    2-as medidas preventivas e mitigadoras dos danos causados, são importantes, mas são como um band aid usado para conter uma enorme hemorragia e além de caras e complexas, não são de rápida execução.
    3-Os eventos não são acidentes, pois a meio século que os estudiosos, a academia, os ativistas socioambientalistas e as comunidades veem alertando e propondo a mudança do modelo de desenvolvimento, sem serem ouvidos e sendo ridicularizados, então são tragédias anunciadas
    4- em vista do exposto, perguntamos: quem vai pagar os prejuízos ( vidas, moradias, unidades produtivas, infraestrutura, danos ambientais e o total gasto com as ações de resposta ?
    Deveria ser o patrimônio e os salários futuros dos representantes eleitos pela sociedade que só aparecem para o sobrevoo da tragédia

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