Por LÉA MARIA AARÃO REIS*
* Segue o massacre do atual governo do estado de Israel na Palestina. Em Gaza, a limpeza étnica, genocídio; e as atrocidades cometidas na Cisjordânia ocupada. A guerra iniciada contra o Irã não faz esquecer a tragédia palestina.
* Programa de alerta. “Os recentes ataques de Israel ao Irã ameaçam fazer do Oriente Médio um único campo de batalha, com consequências globais inestimáveis”, advertiu Lula, na reunião ampliada do G7, no Canadá. Continuando, sobre a Palestina, o presidente sublinhou: ” Há países que ainda resistem em reconhecer o Estado palestino, o que evidencia sua seletividade na defesa do direito’’.
* Programa para refletir. Atenção, Rio Grande do Sul. Já há novas enchentes em algumas cidades do estado, um ano depois da tragédia de 2024. Sobre a capital gaúcha: ‘’ Porto Alegre está totalmente despreparada para mitigar os efeitos da água que escorre aos cântaros. O que realmente foi realizado de 2024 até agora? Como estão os diques e as casas de bombas juntamente com as comportas? Lamentável, para dizer o menos’’. Manifestação do professor de Filosofia e secretário de Educação em Anita Garibaldi, Gustavo Arossi. ‘’Governos gastaram literalmente rios de dinheiro apresentando à sociedade gaúcha propagandas ilusórias?’’
* Grande sucesso, a Bienal do Livro do Rio de Janeiro 2025. Até este fim de semana (22/06) o evento levará multidões, e em especial crianças e adolescentes ao Riocentro, comemorando a Capital do Livro deste ano, assim batizada pela Unesco. Um book park é a grande atração, com roda gigante e a brincadeira intitulada labirinto de histórias. Trezentos autores nacionais e internacionais estarão representados com suas obras na feira que este ano que vem a ser um estímulo à leitura por parte de crianças e adolescentes. Procura-se livrá-los das garras das nefastas telas de celulares, laptops e televisão, vinte e quatro horas por dia.
* Muito importante, na Feira do Livro, é o estande de 20 Editoras que se reuniram com o nome de Compiladas para sublinhar o valor da cena editorial independente. As Editoras
independentes que estão reunidas: Arquipélago, Âyiné, Bazar do Tempo, Carambaia, Cobogó, Dublinense, Ercolano, Fósforo, Ímã Editorial, Lote 42, Mundaréu, Mórula, Nós, Oficina Raquel, Relicário, Seiva, Solisluna, Tabla, Tinta-da-China e Ubu.
* Filme o Último Azul, de Gabriel Mascaro, na trajetória de sucesso internacional, Urso de Prata Grande Premio do Júri, em Berlim, e participação nos festivais de cinema de Guadalajara e de Sidney, na Austrália, abrirá a 53ª edição do Festival de Cinema de Gramado, dia 13 de agosto, fora de competição. Situado em um Brasil distópico, o filme é protagonizado por Denise Weinberg e Rodrigo Santoro. O festival de cinema de Xangai é outro que esteve no seu roteiro e também o circuito de cinemas das nossas capitais estaduais, ainda este ano.
* Documentário nacional mais assistido nesse primeiro semestre, Ritas, de Osvaldo Santana e Karen Harley,vendeu cerca de 40 mil ingressos e está na quarta semana em cartaz. Nele, uma das grandes atrações é a última entrevista de Rita Lee, até então inédita. Rita é um autêntico ícone da nossa cultura musical popular.
* O volume A Droga da Obediência, do santista Pedro Bandeira, lançado há 40 anos e um dos grandes sucessos da literatura infanto-juvenil, será adaptado para o cinema. O autor já vendeu mais de vinte milhões de exemplares; e A Droga da Obediência já foi premiado várias vezes. Com um Jabuti e com uma recomendação da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil. A trama: num clima de mistério e suspense, cinco estudantes – os Karas – enfrentam uma macabra trama internacional. O sinistro Doutor QI pretende subjugar a humanidade, aplicando na juventude uma perigosa droga que já estaria sendo experimentada em alunos dos melhores colégios de São Paulo. Os Karas, o avesso dos coroas e o contrário dos caretas, vão confrontar a situação. (Ed. Moderna)
* Estes são outros volumes de autoria de Pedro Bandeira: É proibido miar, Um gol de placa, Tutifruti, Esses bichos maluquinhos, O dinossauro que fazia au – au, Agora estou sozinha, A marca de uma lágrima, Alice na país da mentira. Títulos divertidos alguns, outros, poéticos.
* Eu, Maryam, as Crianças e as Outras 26 Pessoas é o primeiro longa – metragem do diretor iraniano Farshad Hashemi, e aborda a vida de uma mulher na sociedade iraniana contemporânea que aluga sua casa para a produção de um filme. Está na plataforma Filmicca e vale ser visto. Foi premiado no Festival de Gotemburgo e exibido na Mostra Internacional de Cinema de 2024 de São Paulo. Vale lembrar que o cinema iraniano é um dos mais interessantes do nosso tempo e tem dois cineastas que devem ser conhecidos: AsgharFarhadi comA Separação, drama familiar explorando as complexidades de um divórcio e as diferenças sociais no Irã, Oscar de Melhor Filme Estrangeiro; e Jafar Panahi, comO Círculo, que acompanha a vida de várias mulheres em Teerã e aborda a discriminação e as dificuldades enfrentadas pelas mulheres de lá.
* Em tempo: A Telewebion, plataforma de streaming afiliada à IRIB, Transmissão da República Islâmica do Irã, oferece acesso gratuito a uma variedade de filmes persas, séries de TV e canais iranianos ao vivo.
* O livro Capitalismo Canibal da professora, pesquisadora, cientista política e líder feminista norte-americana Nancy Fraser, lançado em 2024, volta a ser procurado nas livrarias. Algumas resenhas e críticas são favoráveis a esse trabalho de Fraser; outras não. Nas palavras da autora: ‘’O capital está destruindo todas as esferas da vida, consumindo a riqueza da natureza, aprofundando o racismo, sugando a nossa capacidade de cuidar uns dos outros e destruindo a prática política’’. Em resumo: o capital do século 21 está destruindo o planeta. Dúvidas? (Ed. Autonomia Literária)
* Maior evento de audiovisual do Espírito Santo, o Festival de Cinema de Vitória já tem a relação de filmes selecionados para sua 32ª edição. O evento gratuito acontece de 19 a 24 de julho, no Sesc Glória. Os90 filmes selecionados, dos quais 85 são curtasecincodelessão longas-metragens, apresentam uma amostra da formidável produção audiovisual brasileira contemporânea. Vinte e oito produções são do Espírito Santo. A conferir a lista completa aqui.
* “O governo norte-americano foi um governo que, na época, apostou que Cuba, em meio à pandemia, com o confinamento intensificado, não poderia salvar a Revolução. O que aconteceu, mais uma vez, foi que o tiro saiu pela culatra”, afirmou o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, durante uma entrevista ao jornalista Breno Altman.
* Seiscentas obras do imortal Andy Warhol, criador da pop art, estão na vibrante exposição do Museu de Arte Brasileira, em São Paulo. Um programa necessário e com olho nos turistas de outros estados, durante as férias de julho.
* Começou o primeiro Festival de Cinema do Morro da Mangueira, o Cinema Sobe o Morro, projeto social de audiovisual idealizado por Oliver Tai, cria da Mangueira, modelo há 14 anos e musa da escola de samba da comunidade. O festival oferece sessões de cinemas mensais, com exibição de filmes nacionais, de classificação livre, principalmente com temática educativa e que valorizam a cultura preta. Cada edição da mostra será realizada em uma das nove quadras de samba espalhadas pelo território da Mangueira. A entrada é gratuita e serão fornecidos refrigerantes e pipoca aos espectadores. Graças a doações e venda de camisas e bonés personalizados durante o festival, foi possível tirar o projeto do papel e tornar o Cinema Sobe o Morro em uma vitoriosa realidade.
* Em tempo: a exibição dos filmes dessa série de O Cinema Sobe o Morro será no campo de futebol da Pedreira, a sete minutos do metrô Maracanã, saída para Mangueira, na rua Bartolomeu de Gusmão, ao lado da Clínica Veterinária da Mangueira.
* Moises Mendes, no site Brasil 247, jornalista, autor do livro Todos querem ser Mujica (Ed. Diadorim) e colunista da Zero Hora de Porto Alegre: ‘’Perguntem a alguém que conhece Bolsonaro de perto se ele suportaria, já como presidiário, ver Michelle ser eleita presidente. E se, ainda encarcerado, aguentaria saber que Michelle desfruta no Planalto e no Alvorada de uma estrutura de poder e de bajulação que um dia foi dele’’. ( … ) ‘’ O bolsonarismo pode já estar pronto para se desplugar do Bolsonaro concreto e ficar apenas com o Bolsonaro abstrato. Sobraria só o mito’’.
* O programa de fim de semana é também refletir no que escreve Chico Teixeira, historiador e professor da UFRJ, no artigo Guerra e Barbárie, no site 247: ‘’Afirmar que fazem a guerra para assegurar a paz é hipocrisia que mal oculta o desejo de poder, vanglória e interesses econômicos indizíveis. Aqueles que começam guerras estarão para sempre na História como criminosos. Ao menos enquanto tivermos uma História para contar’’.
* A polêmica resposta que o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica/AIEA, Rafael Grossi, deu a uma pergunta de repórter da CNN, e estremeceu o mundo durante esta semana: “Não tivemos nenhuma evidência de um esforço sistemático [do Irã] para avançar em direção às armas nucleares”, declarou Grossi.
* Mais uma conquista do cinema nacional. O filme Cyclone, de Flavia Castro, um projeto da produtora e atriz Luiza Mariani, foi selecionado para o Festival de Cinema de Munique um dia após a sua estreia mundial no Festival de Xangai. E viva a força atual do cinema brasileiro.
*Léa Maria Aarão Reis é jornalista.
lustração de capa: Marcos Diniz