A política de extermínio do governo de Israel em Gaza

Poe NANDI BARRIOS**

A comparação é pavorosa. Mas, foi o que lembrei ao saber que na Faixa de Gaza palestinos, incluindo crianças, foram mortos pelo exército de Israel (denominado ironicamente de “Forças de Defesa de Israel”), quando buscavam alimentos para saciar a fome.

A ajuda humanitária prestada pela ONU, foi substituída, por imposição de Israel e EUA, pela tal Fundação Humanitária de Gaza (GHF – sigla em inglês), que definiu quatro locais no centro e no Sul de Gaza para disponibilizar alimentos.

A comparação é pavorosa. Mas, lembrei dos caçadores que se valem da prática da ceva, ilegal no Brasil, para caçarem animais silvestres. Consiste em disponibilizar em alguns locais alimentos, que atraem a fauna, permitindo que caçadores sádicos, que caçam por prazer, covardemente a “queima pele” matem os animais. Em ambientes naturais perturbados, degradados a prática é mais efetiva, pois os bichos tem menor disponibilidade de alimentos e, famintos, se dirigem aos locais de ceva.

A comparação é pavorosa. Mas, os locais escolhidos pela GHF para disponibilizar alimentos ao povo sofrido e faminto da Faixa de Gaza, degradada pelos ataques bélicos de Israel, se tornaram “ceva”, para que soldados, CAÇADORES SÁDICO NAZISIONISTA matem homens, mulheres e crianças palestinas.  

A comparação é pavorosa. Mas, reforça o apelo ao Governo Brasileiro para que rompa relações com Israel, diante desta caçada sádica, que usa a fome provocada pela degradação bélica de Gaza, para uma “ceva” genocida do povo palestino.

*Nandi Barrios: Engenheiro florestal, com trabalhos em comunidades quilombolas e indígenas. Autor do livro “Entrevero Literário” (Editora Rígel, 2023) e coautor do livro Quilombo Macaco Branco – História e trajetória de uma comunidade negra do RS (Editora Rígel, 2024).

Foto de capa: Fome é usada como arma de guerra por Israel na Faixa de Gaza | Eyad BABA / AFP