A substituição do trabalho humano por robôs e inteligências artificiais: a automação do futuro

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Por CASSIANO DA ROSA*

Cassiano da Rosa, aluno do colégio Ipiranga de Três Passos, entrevista José Orlando Schäfer.

CASSIANO: Em sua visão, como a automação e a inteligência artificial já estão impactando o mercado de trabalho brasileiro atualmente?

JOSÉ ORLANDO: Inicialmente, devemos levar em consideração que tudo relacionado ao ser humano sempre apresenta um alto nível de complexidade. Isso significa que não há uma resposta exata, precisa. Podemos, apenas, falar em possibilidades.

Alguns escritores afirmam que estamos vivenciando a 3ª Revolução Tecnológica (Revolução Informática) e que esta teria se iniciado em meados do século passado. Me parece que essa 3ª Revolução Tecnológica tem um perfil diferente das que a precederam: ela é permanente, pois se renova a cada dia.

Assim, a automação foi o primeiro estágio dessa 3ª Revolução Tecnológica, ao passo que a IA seria o segundo estágio. Então, a automação já impactou o mercado de trabalho em muitos aspectos. Por exemplo, na indústria automobilística, há bastante tempo, são autômatos que realizam as principais atividades na produção de veículos. Isso, já há bastante tempo, atingiu profundamente àqueles que trabalham nas indústrias de veículos.

Agora, a IA é nova e está sendo testada pelos seus “proprietários” (rectius: aqueles que a dominam e controlam) de muitas maneiras. Está sendo implantada de forma lenta e gradual. Por que essa cautela? Pelos grandes riscos que a IA traz para a organização social que vigeu até hoje. Alguns afirmam que a IA trará impactos de grande extensão para a existência humana e seu modo de organização social.

CASSIANO: O senhor acredita que a substituição de funções humanas por máquinas pode trazer mais benefícios ou prejuízos à sociedade?

Cassiano da Rosa

A IA já está impactando muitos setores do viver social. No meu caso, como advogado, o impacto está sendo profundo: em alguns escritórios de advocacia, a IA já está fazendo todo o trabalho, como redação de petições, pesquisa de Jurisprudência, etc. A implantação da IA está apenas no início e não sabemos, muito bem, para onde estamos indo. Ou sabemos? Mas, certamente, provocará um terremoto na organização social (inclusive na Escola!) até aqui existente e no mercado de trabalho brasileiro.

JOSÉ ORLANDO: Essa pergunta é muito interessante e possui um fundo filosófico que devemos considerar.

A relação dos humanos com a técnica sempre foi e continua sendo ambígua. Lembremos, para ilustrar isso, o mito grego de Ícaro e Dédalo: Dédalo, que era engenheiro, desenvolveu uma engenhosa maneira de fugir do labirinto na ilha de Creta, na qual ele e seu filho Ícalo estavam presos. Com a ajuda da técnica, Dédalo criou asas ao colar penas de aves com cera. Bem, Dédalo alertou Ícaro: evite voar muito alto, perto do sol, pois pode ocorrer o derretimento da cera! Ícaro, encantado que estava com a engenhoca (com a Revolução Tecnológica!), esqueceu-se dos conselhos dados por seu pai e voou alto, e, em decorrência, aconteceu o derretimento da cera e a queda e morte de Ícaro. Note: a) A técnica auxiliou Dédalo e Ícaro a escapar do “labirinto” e da “prisão”: a condição humana de conhecimento limitado; b) “Voar alto”, isto é, alcançar grandes “alturas” com o auxílio da tecnologia.

Então, percebemos, já na mitologia grega, um importante alerta sobre o avanço desmesurado da técnica: embora ela possa nos ajudar a sair do labirinto e da ilha que a condição humana nos impõe, com ela devemos ter cuidado, cautela, não podemos ir muito longe. Acredito que a IA nos coloca dentro do drama do mito de Ícaro.

Mas, mais recentemente, no início da 1ª Revolução Industrial (1760), existiu o que ficou conhecido como movimento LUDISTA: esse movimento se opunha ao avanço da Revolução Industrial. Por quê? Face aos seus efeitos negativos! Isso ilustra as grandes controvérsias e perigos que envolvem a aventura humana em busca de uma ilu sória perfeição através da técnica.

Será que a técnica realmente nos traz vida boa? À primeira vista, parece a todos nós que a IA deveria trazer mais benefícios do que prejuízos para a sociedade. Contudo, uma reflexão mais profunda sobre o assunto mostra que não é bem assim. Ela, a Revolução Tecnológica, é, no mínimo, ambivalente, possui duas faces, num lado ela é ótima e no outro é muito ruim. Essa é a realidade. Quem produziu o efeito estufa, por exemplo?

Observe que devemos estar cientes de que o ser humano é um ser que atua para produzir a sua existência. Então, penso, essa é uma “condição humana” que não é passível de substituição por máquinas. Temos, aqui, então, uma questão “existencial” do ser humano. Caso as máquinas venham a tomar o lugar dos seres humanos, qual será, então, a ocupação deles? Essa resposta é crucial! Domenico de Masi, no seu livro O FUTURO DO TRABALHO, defende que, com a Revolução Tecnológica, deveremos, finalmente, nos libertar do trabalho e saborear o tão almejado ócio criativo. Será que vai acontecer dessa maneira?

Veja: há que se considerar que o trabalho sempre foi um meio através do qual o ser humano obteve o seu sustento e, também, sempre foi um meio de distribuição da renda. Então, a questão é: se as máquinas ocuparem o lugar do trabalhador, de que maneira este ganhará o seu sustento? E, neste ponto entra uma questão social fundamental: grandes estudiosos do assunto têm alertado para o fato de que a Revolução Tecnológica está acontecendo sob a ótica apenas do interesse das grandes corporações internacionais (do lucro fácil!): isso tem criado uma situação perigosa, pois sobre a Revolução Tecnológica não existe nenhum controle social.

Então, os benefícios que a Revolução Tecnológica está trazendo estão sendo “sugados”, digamos assim, por essas grandes corporações. E, conforme dados disponíveis nas redes sociais, com a Revolução Tecnológica em curso, estamos vivenciando uma concentração das riquezas sem precedentes nas mãos dessas corporações econômicas, que são uma minoria. Ao mesmo tempo, estamos vendo aumentar o número de pessoas em situação de pobreza.

CASSIANO: Quais áreas ou profissões o senhor considera mais vulneráveis à automação e à IA?

JOSÉ ORLANDO: Como referi acima, a “automação” já vem sendo implantada há mais tempo e ela tem certos limites No entanto, a Inteligência Artificial é extremamente complexa e difícil de prever os seus efeitos e as suas consequências. Temos inúmeros estudos indicando as profissões vulneráveis. Penso que existe um critério bastante seguro para definir em quais áreas a IA avançará com facilidade e em quais encontrará mais dificuldades: esse critério é, na minha opinião, o grau de “humanidade, de afetividade” que cada profissão exige. Assim, por exemplo, o Médico que interpreta exames entrará facilmente para a lista das profissões vulneráveis, pois a IA fará todo o diagnóstico a partir dos exames elaborados. Já a profissão de Enfermeiro – que trata diretamente com o paciente – não entrará. O Professor que ensina um conhecimento mecânico entrará na lista, mas o professor afetuoso, que ajuda o aluno a encontrar o melhor caminho no meio desse emaranhado de informações em que vivemos, não desaparecerá.

Manifestei esse meu entendimento, sobre os novos papéis dos professores e alunos, no meu livro NA PRIMAVERA DA VIDA, no texto cujo título é CARTA AOS ESTUDANTES. Leia! No caso do Poder Judiciário, a IA pode fazer a Sentença, mas ela não poderá decidir sobre o JUSTO ou INJUSTO. Assim por diante.

CASSIANO: O senhor vê a automação e a IA como inevitáveis?

José Orlando Schäfer

JOSÉ ORLANDO: Sim, vejo como inevitáveis. Estamos fadados a correr atrás da técnica e das novidades que ela nos apresenta. Contudo, não é inevitável o poder, que temos em nossas mãos, de exigir o CONTROLE SOCIAL sobre esses processos. Não podemos deixar bilionários como ELON MUSK dizerem para onde a Revolução Tecnológica deverá nos levar. Não podemos deixar a Revolução Tecnológica nos levar para próximo do “sol”. Precisamos exigir um controle social e a regulação das plataformas digitais e da Revolução Tecnológica como um todo. A sociedade brasileira deve exigir o controle e definir a direção que a Revolução Tecnológica deve seguir. Observe: A Revolução Tecnológica é uma conquista de toda a sociedade e, em benefício desta, suas conquistas devem ser revertidas.

CASSIANO: Como empresas e trabalhadores podem se preparar para isso?

JOSÉ ORLANDO: Com uma postura ativa! Conhecer a Revolução Tecnológica em todas as suas dimensões, participar da sua construção e atuar para que ela traga benefícios para toda a sociedade e não apenas para o grande capital internacional.

CASSIANO: Como o senhor enxerga o futuro dos trabalhadores menos qualificados nesse cenário de transformação tecnológica?

JOSÉ ORLANDO: Sem o controle social da Revolução Tecnológica – como está ocorrendo atualmente – esses trabalhadores serão abandonados à sorte. Harari, no seu livro Sapiens, diz que a ideia que os bilionários têm para resolver os problemas que atingirão as pessoas que não conseguirem fazer a transição tecnológica é a seguinte: por um lado, eles propõem que se pague uma renda que assegure o sustento dessas pessoas e, por outro lado, sugerem a utilização de equipamentos eletrônicos para que elas ocupem o seu tempo. Sugerem, ainda, a utilização de fármacos para aplacar a dor provocada pelo vazio existencial.

Há dois meses li uma matéria na imprensa, a qual dava conta de que os bilionários estariam defendendo uma renda universal básica para essas pessoas. Renda a ser paga por toda a sociedade e não por eles que são os grandes beneficiados, até aqui, da Revolução Tecnológica.

Mas eu não sou pessimista: acredito que os seres humanos possuem uma tendência para o bem e, por isso, acredito que, através do conhecimento e da organização social legítima, imporemos limites aos avanços da Revolução Tecnológica e, em consequência, acolheremos esses trabalhadores e os ajudaremos a fazer a transição tecnológica. A solidariedade social e o conhecimento são a chave no meu modo de pensar.

CASSIANO: Na sua visão, a educação brasileira está preparada para formar profissionais para esse novo mercado automatizado?

JOSÉ ORLANDO: Acredito que a educação no Brasil não está preparada para enfrentar os desafios que a Revolução Tecnológica nos apresenta! Na realidade, vou ser sincero: a educação brasileira está à margem do que está acontecendo no mundo em decorrência da Revolução Tecnológica. Esta é uma verdade inicial que pode nos ajudar a evoluir. Um bom diagnóstico é um passo crucial para a cura de uma enfermidade, não é verdade?

Cabe registrar, pois é importante, que faço essa afirmação no contexto de como encaro a Revolução Tecnológica e a maneira como percebo a sistema educacional brasileiro nos dias de hoje. Existem muitas coisas boas na nossa educação, nas Escolas e nas Universidades. Graças à educação evoluímos muito como sociedade. Mas, isso não significa que podemos parar no tempo ou retroceder. Uma análise interessante que pode ser útil está no meu livro NA PRIMAVERA DA VIDA, no capítulo: BRASIL, UM PAÍS DE NÃO LEITORES? Sugiro que você dê uma olhada.

No entanto, devemos prestar atenção à verdadeira dimensão da Revolução Tecnológica, para que o sistema de educação possa se adaptar e interagir com esse fenômeno com a fluidez, digamos assim, necessária ao momento. É nesse contexto que eu digo que o sistema de ensino não está preparado para este novo período que a Revolução Tecnológica nos apresenta.

E isso ocorre, principalmente, porque a Revolução Tecnológica, que deveria estar sendo desenvolvida e discutida nas Universidades e Escolas, foi integralmente apropriada pelos interesses do grande capital. É nos laboratórios privados das grandes empresas que ela está sendo construída. A educação brasileira está longe, muito longe, desse debate. Vive numa ilha e dentro de um labirinto. Por isso, alguns, até mesmo, se acham no direito de atacar a Escola e os Professores.

As instituições de ensino precisam despertar para a magnitude da Revolução Tecnológica e com ela dialogar. Não se trata apenas de novas ferramentas tecnológicas e de novas profissões. Há uma grande ingenuidade aí! Trata-se, sim, da produção de um novo modo de vida. Isso é relevante e interessa para todos nós.

Eu acredito que as Escolas e as Universidades têm um papel fundamental a exercer para uma transição tecnológica justa e comprometida com toda a sociedade. No entanto, para que isso aconteça, elas precisam entrar no debate público sobre o futuro que a Revolução Tecnológica está propondo e construindo. Creio que somente as Escolas, as Universidades e os Professores podem dar um sentido social para esse fenômeno. A Revolução Tecnológica em curso está abalando todos os alicerces da nossa sociedade. Ela não está atingindo apenas os trabalhadores com a sua proposta de extinção dos postos de trabalho, como nos mostra Adam Schaff em seu livro Sociedade Informática. Está, também, criando as condições para a eliminação da própria sociedade burguesa (sociedade que se organizou em burgos ou povoados que existiam em torno da produção e do comércio), tal como ela era conhecida até aqui: com o fortalecimento das grandes corporações tecnológicas, todos estão gravemente ameaçados.

E as Escolas e as Universidades não estão fora desse abalo sísmico que a Revolução Tecnológica vem provocando. Estão bem no meio!

Para o Juiz Eugenio Raúl Zaffaroni da Corte Interamericana de Direitos Humanos,

Temos um poder financeiro mundial com imensas corporações transnacionais, com um volume econômico que supera o de muitos países. Isso está virando uma pulsão totalitária. Não digo que ela esteja já dominando tudo plenamente, mas se trata de uma pulsão de domínio que quer ocupar o lugar da política. Essas corporações não estão nas mãos do capital produtivo. No período do capitalismo produtivo, o explorador precisava da existência do explorado. O que temos hoje é outra coisa. Quem comanda são os Chief Executive Officer (CEO’s), que são gerentes tecnocratas cuja única missão é obter a maior renda no menor tempo possível. Neste cenário, vão caindo limites éticos, morais e legais, o que faz com que esse poder vá virando um poder criminoso em nível mundial.

E as instituições de ensino e universidades, onde se encontram neste momento crucial?

Repito: no momento atual, a Revolução Tecnológica, não obstante o seu grande potencial de destruição como acima salientado, foi integralmente apropriada pelo grande capital financeiro e avança sem qualquer controle social produzindo efeitos imprevisíveis para a sociedade como um todo.

Esta Revolução Tecnológica, que é diferente de tudo o que até aqui se conheceu, não está apenas a atuar para eliminar o trabalho em geral como fonte de produção de sentido para o existir humano como, também, está atuando diretamente em diferentes dimensões dessa existência. Hoje, diz o filósofo sul-coreano Byung-Chul Han, “o indivíduo se explora e acredita que isso é realização”, mas, contudo, sequer é consciente desse fato: é dominado mas não tem essa “consciência de dominação.”

A tendência que se verifica atualmente no aumento da concentração de renda, o aprofundamento das desigualdades sociais e a própria ideia em curso de sociedade do consumo, por exemplo, devem ser pensadas dentro deste contexto. Nessa toada, a tendência é a criação de sociedades com “30% de incorporados e 70% de excluídos” (Zaffaroni), que é o que almejam as citadas Corporações.

Michele Boldrin, economista, argumenta que a desigualdade é um produto da inovação presente na Revolução Tecnológica. O seu ponto de vista é digno de registro para contribuir com a reflexão proposta aqui:

A desigualdade é fruto da inovação. E como não há crescimento sem  inovação, a desigualdade  é  um  efeito  secundário do crescimento econômico. Cada coisa que você inventa tende a dar vantagem a algumas pessoas e substituir outras, diminuindo a utilidade destas últimas do ponto de vista social. Uma vez iniciado o jogo, já não há retorno. Você inventa algo que transforma minhas habilidades em inúteis. Se tenho a capacidade cognitiva e legal para te imitar, posso recuperar, fazendo o mesmo e voltando a ser útil. Esse mecanismo tem sido contínuo ao longo da história, mas hoje cada inovação origina uma perturbação muito forte, com um impacto social maior, assim como os custos de reajuste. Todos somos capazes de imitar o macaco que levanta o osso [ele está a se referir aqui à cena inicial do filme 2001 – Uma Odisseia no Espaço]. Copiar o software de busca do Google, no entanto, é muito complicado. Toda inovação determina um ganhador – o que a realiza –, quantas pessoas podem imitá-la e quem pode ser substituído. Cada vez são eliminados setores mais amplos da população, com mais conhecimentos. Dentro de alguns anos, por exemplo, os carros sem motorista já terão ampla presença no mercado. Nos EUA, pelo menos oito milhões de pessoas trabalham dirigindo algum tipo de veículo. Em pouco tempo, serão inúteis do ponto de vista econômico. A educação pode mudar alguma coisa, mas a rapidez na destruição do emprego é muito maior frente à velocidade para voltar a formar capital humano.

O alerta que faz esse estudioso do assunto não pode ser desprezado ou negligenciado pelas Escolas e pelas Universidades. Antes pelo contrário: deve ser levado a sério. A educação, salienta ele, “pode mudar alguma coisa”. Então, e por aí que devemos caminhar.

Por seu turno, Piketty lembra a relevância vital que a educação e o conhecimento adquirem no meio dessa revolução. Diz ele: “No longo prazo, a força que de fato impulsiona o aumento da igualdade é a difusão do conhecimento e a disseminação da educação de qualidade.” com o investimento na “qualificação e na formação de mão de obra.” Como mencionei anteriormente, a educação é peça chave na construção de uma transição tecnológica efetivamente solidária e justa.

Além disso, é crucial lembrar que as revoluções passadas se limitavam às indústrias e somente indiretamente produziam efeitos para a sociedade. No entanto, a revolução atual está a produzir impactos diretos sobre o modo de vida dos indivíduos em geral. Até crianças e adolescentes são diretamente impactados pelos conteúdos, frequentemente violentos, que são disponibilizados nas plataformas de mídias sociais. Há até mesmo teóricos que argumentam que a Revolução Tecnológica está tornando as pessoas “imbecilizadas”. Observe só. Miguel Nicolelis, o maior neurocientista brasileiro, chama frequentemente a atenção para esse fato.

Se as Revoluções antecedentes podiam ser localizadas em algum ponto histórico, a atual parece não ter uma localização exata, já que se desenrola de maneira constante e ininterrupta. E, devido à sua velocidade e potencial transformador, sequer permite que seja compreendida na sua integralidade. Mais uma vez destaca-se o papel crucial que as Escolas e Universidades devem exercer, de maneira crítica, para a compreensão de todas as facetas da Revolução Tecnológica.

E mais: Harari até mesmo lembra que a Revolução Tecnológica está ameaçando a estabilidade da Democracia. Nosso regime político de organização social! Ele adverte que a Democracia “está perdendo credibilidade justo quando as revoluções gêmeas na tecnologia da informação e na biotecnologia enfrentam os maiores desafios com que nossa espécie já se deparou”. Seria, por acaso, esse fato, mera coincidência? Para Harari, a fusão dessas duas áreas “pode em breve expulsar bilhões de seres humanos do mercado de trabalho e solapar a liberdade e a igualdade”

O que fazer? As instituições de ensino e as universidades precisam entrar no jogo! Primeiramente, conhecendo em todas as dimensões essa Revolução Tecnológica que está em andamento; Em seguida, questionando sem medo: – Quais os novos papeis que temos a responsabilidade de desempenhar neste novo mundo que surge devido à Revolução Tecnológica que está em curso? Meu estimado Cassiano, a resposta a essa última pergunta, é a sua contrapartida. Estarei à espera.

Apenas através do conhecimento, a educação estará apta a preparar profissionais para a nova era que se anuncia. Não há nenhuma fórmula mágica.


*José Orlando Schäfer é Advogado, escritor e compositor. Mestre em Direito e titular da cadeira 14 da Academia de Letras do Noroeste do Rio Grande do Sul..

Foto de capa: Robô humanoide interage com o público em feira na China | VCG

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