Por ADROALDO QUINTELA*
Harmonia definiu este trecho de 30km. Nunca imaginei que ia terminar o Caminho Primitivo, melhor do que comecei. Fiz vários amigos e amigas de várias nacionalidades e culturas. Mas o legado especial é com o grupo das Ilhas Canárias e Barcelona. Bernardo, Felipe, José e Raquel são os grandes companheiros na etapa final do Caminho Primitivo. Peregrinamos próximos, cada um/a com seu propósito, mas comemos juntos e ficamos no mesmo albergue.
Porque harmonia é a palavra chave da minha primeira experiência no Caminho de Santiago? Possuo o diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDA-H). A meditação é fundamental para manter o equilíbrio. O caminhar sozinho durante 12 dias revelou-se uma terapia muito mais profunda e eficiente do que as técnicas de meditação. Na verdade nutro propósito essencial de superar minhas dificuldades/limitações, e avançar passo-a-passo no rumo de Santiago de Compostela.
Hoje senti que as dimensões física, mental e espiritual estão harmonizadas.
Nas subidas sinto dificuldade de respirar, mas minhas pernas dão conta de transitar cada metro linear sem peso. Enfim, meu corpo está respondendo satisfatoriamente ao mega desafio de realizar o Caminho Primitivo aos 72 anos, sendo portador de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).
Faltam apenas 24 km para chegar em Santiago de Compostela em etapa com menos aclives do que a rota de hoje.
Portanto, tenho plena convicção de que a harmonia e alegria serão palavras-chaves para conclusão da rota mais difícil para se chegar à Praça do Obrador, dançando, pulando e vibrando pela conquista pessoal sem egocentrismo.













Leia também Uma jornada de luz, solidariedade e comunhão: Nona etapa de O Cádavo à Lugo
.*Adroaldo Quintela é Economista.Diretor-Executivo do Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (IDESNE) Fundador da Associação Brasileira de Economistas pela Democracia (ABED).
Foto de capa e demais fotos: Adroaldo Quintela