Por EDELBERTO BEHS*
“Ele é muito humilde”. Foi assim que o seu filho, Eric, definiu Donald Trump depois de o presidente dos Estados Unidos declarar, em entrevista a repórteres a bordo do Força Aérea Um, de que não tinha certeza “se conseguirei chegar ao céu”.
Não só “está a caminho do céu”, disse Eric no programa televisivo “The Benny Show”, mas também que seu pai merece crédito “por salvar o cristianismo” e “salvar Deus”. “Ele provavelmente é humilde demais, de certa forma, para dizer isso”.
O terceiro filho do primeiro casamento de Donald Trump com sua falecida ex-esposa, Ivana, não deixa, como o pai, a soberba de lado. Para Trump pai, se conseguisse acabar com a guerra na Ucrânia, ele poderia garantir seu lugar no céu.
Eric disse que vê a mão de Deus sobre o pai há muito tempo. Mencionou o tiro que só acertou a orelha dele, a apresentação do reality show na TV “O Aprendiz”, sugerindo que Deus utilizou esse recurso para mostrar seu pai ao povo estadunidense.
Para Eric, seu pai não está apenas salvando Deus, o cristianismo, mas também a “unidade familiar”. A política externa do presidente salvou muitas vidas. “É um momento lindo e ele irá para o céu por tudo isso”.
Mesmo para evangélicos ferrenhos a fala de Eric ficou indigesta. “O Evangelho de Jesus Cristo vai avançar, não importa qual seja a situação política americana”, disse ao The Christian Post o diretor do Centro de Visão de Mundo Bíblica, David Closson. Os comentários de Eric Trump, apontou Closson, “não levam em conta que o cristianismo é anterior ao governo Trump” e não precisa ser salvo”.
É preciso dizer a Donald, Eric, e a grei de pastores evangélicos apoiadores da ação do governo dos Estados Unidos em Gaza que o céu está distante dos promotores da guerra disfarçados de pacificadores.
*Edelberto Behs é Jornalista, Coordenador do Curso de Jornalismo da Unisinos durante o período de 2003 a 2020. Foi editor assistente de Geral no Diário do Sul, de Porto Alegre, assessor de imprensa da IECLB, assessor de imprensa do Consulado Geral da República Federal da Alemanha, em Porto Alegre, e editor do serviço em português da Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC).
Foto de capa: Reprodução/Redes Sociais




