Zambelli foge para a Itália e promete campanha internacional contra o STF

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Zambelli Foge - Montagem

Da REDAÇÃO

Deputada condenada por fraude no sistema do CNJ articula ofensiva no exterior com apoio do PL, doações via Pix e respaldo da extrema direita europeia

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), condenada a 10 anos e 8 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), deixou o Brasil e declarou que pretende se estabelecer na Itália, de onde organizará uma campanha internacional contra o STF e, especialmente, contra o ministro Alexandre de Moraes. A estratégia é inspirada nas ações do deputado Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos.

Zambelli tem cidadania italiana e aposta no alinhamento ideológico com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, líder do partido de ultradireita Fratelli d’Italia, conhecida por seu discurso nacionalista e conservador. A parlamentar brasileira vê em Meloni uma aliada estratégica para reforçar sua narrativa de perseguição política e buscar respaldo internacional.

— Estou fora do Brasil já faz alguns dias. Vim, a princípio, buscar um tratamento médico, e agora vou pedir para que eu possa me afastar do cargo. (…) Vou me basear na Europa, tenho cidadania europeia. Estou muito tranquila quanto a isso — declarou.
— Me cansei de ficar calada, me cansei de não atender meu público (…) Nosso país não tem condições de abarcar pessoas que querem falar tanto quanto eu — completou.

No último dia 14 de maio, Zambelli foi condenada por envolvimento na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), junto com o hacker Walter Delgatti. Ambos foram considerados responsáveis por inserir documentos falsos no sistema oficial, incluindo um mandado de prisão forjado contra o ministro Alexandre de Moraes, redigido como se tivesse sido assinado pelo próprio. Com a condenação, ela perdeu o mandato e ficou inelegível por oito anos. Ainda cabem recursos.

Antes de deixar o país, Zambelli discutiu o plano com aliados e consultou a direção do PL. Segundo o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder da legenda na Câmara, o partido apoia a iniciativa e dará suporte à mãe e ao filho adolescente da deputada, que permaneceram no Brasil.

A expectativa agora é que a deputada solicite uma licença por questões de saúde e, eventualmente, renuncie ao mandato conquistado em 2022. Além da Itália, bolsonaristas articulam ações semelhantes em Portugal, em uma ofensiva internacional contra o Judiciário brasileiro.

Paralelamente, Zambelli iniciou uma campanha de arrecadação financeira junto aos seus seguidores. Segundo reportagem do jornal O Globo, ela já levantou cerca de R$ 285 mil via Pix, valor destinado ao pagamento de despesas com processos judiciais. Em publicação nas redes sociais, a deputada agradeceu emocionada:

“Escrevo com os olhos marejados e o coração profundamente tocado pela generosidade e o apoio que tenho recebido. Já conseguimos arrecadar R$ 285 mil reais nesta campanha tão necessária para o pagamento das multas injustas e completamente desproporcionais.”

Antes do apelo, Zambelli afirmou que sua conta bancária estava negativa em R$ 14,8 mil. No dia seguinte à campanha, o saldo já havia saltado para R$ 166 mil. A deputada responde a mais de 20 ações judiciais, incluindo o episódio em que foi flagrada perseguindo um homem armada, na véspera do segundo turno das eleições de 2022. Ela nega irregularidades e diz ser vítima de perseguição política.

Foto: Deputada Carla Zambelli, condenada pelo STF, ao lado da primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni (ao fundo), e do ministro Alexandre de Moraes. Zambelli articula campanha internacional contra o Judiciário brasileiro com apoio de aliados da extrema direita europeia. – Créditos: Foto Carla Zambelli: Lula Marques (Agência Brasil). Foto Alexandre Moraes: Marcelo Cany (Agência Brasil) Imagem de Giorgia Meloni gerada por IA – Montagem: ChatGPT

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