Reforma ministerial: mudanças são normais e governo conseguiu preservar pastas cobiçadas

Na semana passada, o governo federal efetivou uma pequena reforma ministerial com a troca de comando em duas pastas na Esplanada dos Ministérios. André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) assumiram os ministérios dos Esportes e de Portos e Aeroportos, respectivamente. As mudanças têm a intenção de aumentar a base aliada do governo no Congresso.

Sobre o cenário, a advogada, mestra em Ciência Política e integrante da Direção Executiva Nacional da Associação de Juristas pela Democracia, Justiça e Cidadania, Zelma Cavalcante, entende que é algo normal na política brasileira. Além disso, aponta a influência da polarização das Eleições de 2022 e da configuração do Congresso.

A cientista política acredita que a reforma foi fruto de muita negociação. “É claro que a tensão vai permanecer até porque não acredito que o centrão conseguiu arrancar a reforma que ele ambicionava de forma alguma. Além de que existem as condições extra negociação, as condições conjunturais da política brasileira são bastante peculiares. É o que se conseguiu construir de ambos os lados numa negociação difícil, de uma profunda engenharia política. Daí é aguardar pra saber como que isso vai se dar na prática.”

O também cientista político e professor de Gestão Pública da A Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV EAESP), Claudio Gonçalves Couto, relembra que a reforma pretendida há alguns meses é diferente da que foi realizada agora pelo governo.

“Por parte do governo, o que se imaginava que o governo teria que fazer muitas concessões para poder assegurar efetivamente uma base de sustentação do Congresso, porque é disso que se trata. E acabou fazendo na verdade, se a gente for olhar bem, concessões bastante limitadas. Pelo menos, quando a gente considera o número de ministérios, o número de mudanças de nomes de ministros que foram necessários”, afirma.

“Acho também o o governo conseguiu nesse caminho todo salvaguardar áreas muito sensíveis do governo, Saúde por exemplo. Uma coisa é você entregar um ministério digamos da área de obras, de infraestrutura, ou mesmo dos Esportes para um partido como o PP. Outra coisa muito diferente é você entregar a saúde pública e a gente sabe que a saúde tem um peso descomunal em relação a outras áreas”, completa.

Assista ao programa completo:

O programa Espaço Plural vai ao ar no YouTube e no Facebook de segunda à sexta-feira, a partir das 14h, com a apresentação do jornalista Solon Saldanha.


Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Para receber os boletins e notícias direto no seu Whatsapp, adicione o número da Rede Estação Democracia por este link aqui e mande um alô.

Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaoportalred@gmail.com . Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia..

Gostou do texto? Tem críticas, correções ou complementações a fazer? Quer elogiar?

Deixe aqui o seu comentário.

Os comentários não representam a opinião da RED. A responsabilidade é do comentador.

plugins premium WordPress

Gostou do Conteúdo?

Considere apoiar o trabalho da RED para que possamos continuar produzindo

Toda ajuda é bem vinda! Faça uma contribuição única ou doe um valor mensalmente

Informação, Análise e Diálogo no Campo Democrático

Faça Parte da Nossa Lista de Transmissão

Fique por dentro das notícias e do debate democrático