Passa a esponja que o Brasil esquece

Por EDELBERTO BEHS*

Com as eleições se aproximando, uma boa estratégia de marketing do PL seria a imagem da esponja. Não só a imagem, mas o partido poderia comprar toneladas de esponjas e distribui-las na campanha.

Esponjas? Ora, Jânio Quadro não tinha a vassourinha? Esponjas, sim, aquelas bicolores que se encontram nas gôndolas dos mercados, ofertadas em verde e amarelo? Afinal, o verde e o amarelo foram apropriados pelo bolsonarismo, que tomou a bandeira brasileira, indevidamente, como símbolo, já que não tinha outro a ofertar à nação.

Aquela esponja verde-amarela teria uma serventia simbólica nacional. Lembram dos mimimi que o capitão macho fazia nos tempos de covid? Foi feio, não é? Passa a esponja nisso!

Não dá para esquecer, a não ser passando a esponja, aquele episódio da carteira de vacinação necessária para que o capitão pudesse visitar o seu país ícone exemplar. Ele chegou a bater continência para a bandeira ianque.

E aquela compra de vacinas que não saiu porque um funcionário do Ministério da Saúde abriu o bico? Bah, para um governo que se dizia sem corrupção, pegou mal, não é? Passa a esponja.

Tem também aquela história da troca de Bíblias por favores do Ministério da Educação, envolvendo ministro e pastores. Que coisa, não é, um governo que colocava Deus acima de todos fazer negociatas com Bíblias. Mas não tem problema: passa a esponja.

Lustro maior merecem as pedras preciosas do colar de ouro branco, do Rolex, das abotoaduras e caneta que a presidência ganhou de um dos xeiques do Oriente e que o capitão vendeu nos States e depois tentou recomprar. A esponja lustra essas pedras muito bem.

Agora, por fim, ainda aparece essa história da Abin paralela e as espionagens cometidas a adversários políticos. Será preciso um esfregão. A esponja só não dará conta de passar essa sacanagem para debaixo do tapete da história.

De tanto esfregão e esponjas quem ainda se lembra das rachadinhas!

Teve um presidente nosso que disse “esqueçam o que eu disse”. O capitão, agora promovido a cabo eleitoral, certamente vai querer que esqueçamos o que ele fez e deixou de fazer. Mesmo com esponjas e esfregões, não esqueceremos!

*Edelberto Behs é Jornalista, Coordenador do Curso de Jornalismo da Unisinos durante o período de 2003 a 2020. Foi editor assistente de Geral no Diário do Sul, de Porto Alegre, assessor de imprensa da IECLB, assessor de imprensa do Consulado Geral da República Federal da Alemanha, em Porto Alegre, e editor do serviço em português da Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC).

*Foto: Esponjas – Divulgação

Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaositered@gmail.com . Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia.

Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaoportalred@gmail.com . Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia..

Gostou do texto? Tem críticas, correções ou complementações a fazer? Quer elogiar?

Deixe aqui o seu comentário.

Os comentários não representam a opinião da RED. A responsabilidade é do comentador.

plugins premium WordPress

Gostou do Conteúdo?

Considere apoiar o trabalho da RED para que possamos continuar produzindo

Toda ajuda é bem vinda! Faça uma contribuição única ou doe um valor mensalmente

Informação, Análise e Diálogo no Campo Democrático

Faça Parte da Nossa Lista de Transmissão

Fique por dentro das notícias e do debate democrático