Uma pesquisa realizada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) divulgado nesta segunda-feira, 12, mostra que quase 90% da população mundial possui pelo menos um tipo de preconceito contra as mulheres. No Brasil, o número fica em 84,5%, revelando o ambiente hostil em que as mulheres estão submetidas nos diversos âmbitos da sociedade.
O relatório do Índice de Normas Sociais de Gênero (INSG) foi realizado em 80 países, abrangendo mais de 85% da população mundial. Foram analisadas questões de integridade física, educacional, política e econômica.
“O relatório argumenta que essas crenças criam obstáculos enfrentados pelas mulheres, manifestos na desmontagem dos direitos das mulheres em muitas partes do mundo, com movimentos contra a igualdade de gênero ganhando força e, em alguns países, um aumento das violações dos direitos humanos. Essas normas sociais também são refletidas na grave sub-representação das mulheres em cargos de liderança”, ressalta o PNUD em nota.
No Brasil
84,5% das pessoas têm algum tipo de preconceito contra as mulheres
75,69% das pessoas têm preconceito em relação à integridade física, como violência física e decisão de ter ou não filhos.
39,91% das pessoas acham que os homens desempenham melhor a função de líderes políticos do que as mulheres.
31,06% das pessoas entendem que os homens possuem mais direito de ter um emprego do que as mulheres.
9,75% das pessoas acreditam que a universidade é mas importante para homem do que para a mulher
No mundo
90% das pessoas têm algum tipo de preconceito contra as mulheres
75% das pessoas no mundo têm preconceito em relação à integridade física das mulheres. 25% acreditam ser justificável a violência física por um parceiro e 58% têm preconceitos quanto aos direitos reprodutivos das mulheres.
60% das pessoas têm preconceito econômico. 46% acreditam que os homens possuem mais direito de trabalhar do que as mulheres. E 43% veem os homens como mulheres executivos que as mulheres.
61% dos entrevistados e entrevistadas possuem preconceito político contra as mulheres. Somente 27% acreditam as mulheres terem direitos políticos é essencial para a democracia. E 49% entendem que os homens são líderes políticos melhores que as mulheres.
Quanto ao direito de estudar, 28% acreditam que a universidade é mais importante para os homens do que para as mulheres.
Recomendações
O estudo indica que são necessárias mudanças no âmbito político e social para que a situação das mulheres em todo o mundo melhore.
– Investir em leis e medidas políticas que promovam a igualdade das mulheres na participação política
– Aumentar a representatividade das mulheres em processos de tomada de decisão e políticas
– Reconhecer o valor econômico do trabalho de cuidado não remunerado
– Ampliar os mecanismos de seguro, como fortalecer os sistemas de proteção social e de cuidado
– Incentivar intervenções inovadoras que possam ser particularmente eficazes para desafiar normas sociais prejudiciais, atitudes patriarcais e estereótipos de gênero
– Abordar diretamente as normas sociais por meio da educação para mudar as visões das pessoas
– Promover políticas e mudanças legais que reconheçam os direitos das mulheres em todas as esferas da vida
Foto: Mídia Ninja.
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