Direita tende a se pulverizar após Bolsonaro

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Matéria da Folha de São Paulo analisa possíveis caminhos da direita no país.

A jornalista Paula Soprano lembra que a saída de Jair Bolsonaro da presidência abre espaço para o surgimento de novas lideranças, “apesar de aliados aguardarem sinalizações do agora ex-presidente acerca do rumo político que deve tomar após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT)”.

A matéria lembra que Bolsonaro é reconhecido como uma liderança mobilizadora, e sua candidatura conseguiu “reunir politicamente um setor amplo e difuso que vinha se formando desde 2013, agregando desde eleitores antipetistas e conservadores a extremistas que pedem golpe militar”. Apesar disso, ele “não teria conseguido comandar um partido, fracassou em criar o próprio e deixou no vácuo seu eleitorado mais fiel”, como aqueles que estão na frente dos quartéis pedindo intervenção desde sua derrota nas urnas, e foi muito criticado por ter deixado o país no seu penúltimo dia de mandato.

Com isso, elenca algumas tentativas de construção de liderança, como do ex vice-presidente e senador eleito pelo Rio Grande do Sul, Hamilton Mourão (Republicanos), que fez pronunciamento em rede nacional no último dia de mandato com crítica velada a Bolsonaro pelo silêncio e pela saída do país, que por muitos foi interpretada como uma tentativa de disputar a liderança da oposição.

O presidente da bancada evangélica na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ),  diz ter a missão de conversar com algumas legendas da direita para encontrar interessados em apoiar a bandeira do conservadorismo –destacando posições sobre família, aborto e drogas– em estatutos partidários. Sóstenes ainda arrisca citar alguns nomes que podem suceder Bolsonaro, como Tarcísio de Freitas, Jorginho Mello, Ronaldo Caiado, Romeu Zema ou a própria Michelle Bolsonaro.

Já a deputada estadual Janaína Paschoal (PRTB-SP) “considera difícil o surgimento de uma nova liderança tão cedo porque entende que o bolsonarismo cometeu “excessos retóricos” que estigmatizaram a direita como um todo”.

De outro lado, analistas fazem suas considerações: o  cientista social Jorge Chaloub aponta que “desde a derrota, Bolsonaro teve respaldo somente no seu núcleo fiel, que eles estimam ser uma parte pequena do total que o elegeu”, o que tendencia o restante do campo da direita a se pulverizar atrás de novas lideranças; E o sociólogo Michel Gherman acredita que a “energia política da extrema direita está na sociedade brasileira” e que Bolsonaro foi uma espécie de “colonizador” de um campo já existente que não possuía uma “gramática” única, levando a direita liberal agora a conviver com “um desafio que ela própria ajudou a criar”.

 

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