Como Niterói Virou o Jogo Contra a Violência

Por ALBERTO KOPITTKE*

O Prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, anunciou ontem que a cidade não teve nenhuma morte violenta ao longo do mês de abril, segundo dados preliminares do ISP. É a primeira vez, desde 2002 quando os dados começaram a ser monitorados, que a cidade tem um mês sem mortes violentas.

Quando iniciamos a consultoria para a construção do Pacto Niterói Contra a Violência, em 2018, o Rio de Janeiro vivia o auge da crise financeira, institucional e de violência e a cidade sofria diariamente com homicídios e roubos. Naqueles dias, passar um mês sem uma morte violenta parecia um sonho impossível.

O Prefeito liderou então a construção de um grande Pacto, composto por 18 programas inovadores, baseados nas melhores evidências ciêntificas sobre o que funciona, nas áreas de prevenção, urbanismo e aplicação da lei. O Pacto unificou toda as áreas da Prefeitura e integrou todas as forças de segurança da cidade, estado e União.

Passados sete anos, a cidade teve 75% de queda de mortes violentas, 80% de queda de roubo a pedestres, 85% de roubo de veículos e em roubo a comércios e de 95% nos roubos em ônibus.

Essa queda de violência é mais forte do que as famosas experiências de Nova York, que levou 13 anos, e Medellín, que levou 15 anos, para terem a mesma queda de homicídios.

Niterói, a cidade que decidiu fazer um Pacto contra todas as formas de violência, é a prova de que com boa liderança política, integração de forças e políticas baseadas em evidências podemos superar os 50 anos de epidemia de violência que vivemos em nosso país.

Alberto Kopittke é Diretor Executivo do Instituto Cidade Segura e autor do Manual de Segurança Pública Baseada em Evidências.

Foto de capa: Divulgação