Cem anos de Jayme Caetano Braun

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Foto: Alex Rocha/PMPA.

De ADELI SELL*

 

 

 

 

A um bochincho, certa feita

Eu fui chegando de curioso

Que o vício é que nem sarnoso

Nunca para, nem se ajeita

Baile de gente direita

 

Eu vi de pronto que não era

Na noite de primavera

Gaguejava a voz dum tango

E eu sou louco por fandango

Que nem pinto por quirera!

(…)

Trecho de Buchincho

 

Qualquer trecho dos poemas, letras, payadas de Jayme poderiam ser usadas para iniciar uma lembrança do missioneiro Jayme Caetano Braun, nascido em 30 de janeiro de 1924 no interior do município de São Luiz Gonzaga, hoje Bossoroca.

O que encanta em Jayme Caetano Braun é sua simplicidade, sua poesia é prosa que flui, mantendo um ritmo que ele burilou.

As temáticas podem ser vistas como várias, mas na essência é uma só, a alma complexa de seu povo, sem esquecer que é feita de múltiplas etnias, pois ele nunca esquece o índio missioneiro e o negro.

Jayme canta ou conta nossas revoluções como em Pauyada e um evento quase primitivo como em Buchincho.

Queria ser médico, não foi, mas como todo ser raiz, de tradição,  sabe os remédios caseiros que curam. Servidor público, foi diretor de nossa Biblioteca Público do Estado.

Sua cultura, seu posição na Literatura local se forjou no cotidiano, fazendo versos desde guri, cada fato podendo se tornar um poema, uma prosa rimada, para ser lembrada pelos tempos afora.

Muitos conseguem declamar as longas payadas de Jayme de ponta a ponta para emocionar a si e aos que ouvem o desenrolar da história.

Em Porto Alegre, agora em local adequado no Parque da Harmonia, está altaneiro em estátua a lhe homenagear.


*Escritor, professor e bacharel em Direito.

Foto: Alex Rocha/PMPA.

Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaositered@gmail.com . Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia.

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