AO VIVO|Bolsonaro no banco dos réus: depoimentos cruciais começam nesta segunda no STF

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Brasília - Deputado Jair Bolsonaro fala com a imprensa sobre ter virado réu no STF, pela sua declaração que "Não estupraria Maria do Rosário porque ela não merece" (Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

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Da Redação da RED

O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta segunda-feira (9 de junho) uma semana decisiva com os depoimentos do chamado “núcleo 1”, apontado como centro articulador da tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023. Os interrogatórios serão conduzidos pela Primeira Turma da Corte e poderão definir o futuro jurídico do ex-presidente Jair Bolsonaro e de mais sete réus.

A trajetória antidemocrática de Bolsonaro

Capitão reformado do Exército, Bolsonaro despontou politicamente no final dos anos 1980, após episódio de indisciplina militar envolvendo planos de explosões para reivindicar melhores salários. Elegeu-se vereador (1989) e deputado federal (1990), construindo carreira marcada por apologia à ditadura militar, defesa da tortura e ataques a minorias sociais.

Na Presidência da República (2019-2022), Bolsonaro adotou postura negacionista durante a pandemia da Covid-19, rejeitando vacinas e medidas sanitárias, resultando em centenas de milhares de mortes evitáveis. Após perder as eleições de 2022 para Lula, recusou-se a reconhecer a derrota, viajou aos Estados Unidos antes da posse presidencial e, segundo a Polícia Federal, alimentou deliberadamente ações golpistas culminando na invasão dos Três Poderes.

Bolsonaro responde hoje por tentativa de golpe, podendo enfrentar até 43 anos de prisão caso condenado.

Quem mais será ouvido esta semana

Além de Bolsonaro, prestam depoimento:

  • Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa e da Casa Civil): acusado de articular apoio militar ao golpe.
  • Augusto Heleno (ex-ministro do GSI): acusado de incitar adesão militar ao plano golpista.
  • Alexandre Ramagem (deputado federal, ex-diretor da ABIN): acusado de coordenar espionagem contra ministros do STF.
  • Anderson Torres (ex-ministro da Justiça): acusado de guardar minuta que previa intervenção no TSE.
  • Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa): acusado de pressionar comandantes militares a aderirem ao golpe.
  • Almir Garnier (ex-comandante da Marinha): acusado de oferecer apoio militar explícito ao plano.
  • Mauro Cid (ex-ajudante de ordens): acusado de redigir a minuta golpista e coordenar ações violentas.

A ordem dos depoimentos

O primeiro a falar será Mauro Cid, por ter feito um acordo de delação premiada. O conteúdo de sua fala pode ser utilizado na acusação contra os demais réus e, por isso, a legislação determina que o delator seja ouvido primeiro, para que os outros saibam o conteúdo.

Depois, a ordem seguida é a alfabética: Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto.

Estratégias das defesas

Advogados dos réus têm tentado atrasar o julgamento. A defesa de Bolsonaro alega falta de acesso integral às provas para tentar suspender os interrogatórios. Braga Netto pediu adiamento até o término de oitivas de outras testemunhas e a não transmissão televisiva de seu depoimento. Demais réus tentaram, sem sucesso, invalidar o processo alegando incompetência da Primeira Turma e cerceamento de defesa.

Onde acompanhar: Os depoimentos serão transmitidos aqui, pela reprodução ao vivo da TV Justiça, e pelo canal oficial do STF no YouTube:

Veja a gravação dos depoimentos de hoje, 09/06/2025, pelo canal do UOL no YouTube:


Foto da capa: Brasília – Deputado Jair Bolsonaro fala com a imprensa sobre ter virado réu no STF, pela sua declaração que “Não estupraria Maria do Rosário porque ela não merece” (Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

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