Relatório do MapBiomas mostra que 28.610 hectares de área do bioma típico do Rio Grande do Sul foram queimados, crescimento de 3.372% em relação ao ano passado. Segundo pesquisadores, situação é atípica. Amazônia também registrou aumento, mas de 7%.
O Bioma Pampa teve 28.610 hectares (ha) queimados entre janeiro e julho de 2022, o que representa aumento de 3.372% (mais 27.780 ha) em relação ao mesmo período do ano passado, apontam dados do Monitor do Fogo do MapBiomas divulgados nesta quinta-feira (18).
De acordo com o pesquisador do MapBiomas Eduardo Vélez, o aumento é atípico, já que as queimadas são pouco frequentes. “O Pampa, em comparação com outros biomas, queima pouco,” afirma. Ele atribui a situação ao fenômeno La Niña, que provou período de seca extrema neste verão.
“Em janeiro e fevereiro teve muita seca, enquanto no resto do Brasil, chovia.”
O pesquisador destaca que as queimadas registradas este ano não foram disseminadas, mas concentradas na Fronteira Oeste do estado e em algumas áreas de banhado. Vélez ressalta que as florestas no Pampa são úmidas, então o fogo não entra. Em paralelo, a prática da pecuária no estado utiliza muitas áreas de pasto, o que evita o excesso de vegetação.
O Bioma Pampa está restrito ao Rio Grande do Sul, onde ocupa uma área de aproximadamente 193.836km², que corresponde a 69% do território estadual e a 2,3% do território brasileiro. As paisagens naturais do Pampa são variadas, de serras a planícies, de morros rupestres a coxilhas.
Área total
O relatório mostra que, no total, 2.932.972 ha foram consumidos por queimadas nos primeiros sete meses do ano no país. Embora seja extensa, a área é 2% menor do que a que foi consumida pelo fogo no ano passado.
Apesar da redução, Pampa e Amazônia foram os biomas que registraram aumento. Na Amazônia, onde as queimadas são frequentes, o fogo atingiu uma área de 1.479.739 ha de janeiro a julho, o que representa aumento aumento de 7% (ou mais de 107 mil ha).
Segundo o MapBiomas, os dados dos sete primeiros meses de 2022 mostram que três em cada quatro hectares queimados foram de vegetação nativa, sendo a maioria em campos naturais. Entretanto, um quinto de tudo que foi queimado no período foi em florestas.
Metade das cicatrizes deixadas pelo fogo estão localizas no bioma Amazônia, onde 16% da área queimada corresponderam a incêndios florestais, ou seja, áreas de floresta que não deveriam queimar.
O MapBiomas é iniciativa que envolve universidades, ONGs e empresas de tecnologia, focada em monitorar as transformações na cobertura e no uso da terra no Brasil, para buscar a conservação e o manejo sustentável dos recursos naturais, como forma de combate às mudanças climáticas.
Em G1 RS
Foto reprodução RBS TV
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