Por REDAÇÃO*
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou sete pessoas que integrariam o chamado “núcleo 4”, acusadas de apoiar manifestações golpistas diante do quartel-general do Exército em Brasília, após a derrota eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022. Segundo a denúncia, o grupo teria promovido campanhas de desinformação, disseminado notícias falsas sobre o processo eleitoral e coordenado ataques virtuais a instituições e autoridades.
Os denunciados são acusados de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. O caso será analisado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), com sessões previstas para os dias 6 e 7 de maio.
Quem são os denunciados e o que dizem suas defesas:
Ailton Barros – Ex-militar expulso do Exército em 2006 e autodenominado “01 de Bolsonaro” em campanha de 2022. A PGR afirma que ele teve papel relevante ao articular ações com militares e incitar colegas contra a democracia. Sua defesa afirma que a denúncia é inepta e pede julgamento no plenário do STF.
Ângelo Martins Denicoli – Major da reserva. Seus advogados dizem que a acusação carece de detalhes e questionam a ausência de provas sobre a divulgação de notícias falsas.
Carlos Cesar Moretzsohn Rocha – Fundador do Instituto Voto Legal. A defesa argumenta que sua atuação sempre foi transparente e em respeito às instituições democráticas, e que não há qualquer menção direta à propagação de fraudes.
Giancarlo Gomes Rodrigues – Militar cedido à Abin sob gestão de Alexandre Ramagem. A PGR o acusa de usar ferramentas da agência para desinformação. A defesa nega qualquer uso da ferramenta First Mile e afirma que não há provas materiais contra ele.
Guilherme Marques de Almeida – Tenente-coronel acusado de compartilhar transmissões ao vivo com teor golpista. A defesa argumenta que ele não produziu os conteúdos e nega finalidade criminosa. Em áudio da PF, ele sugere “sair das quatro linhas da Constituição”.
Marcelo Araújo Bormevet – Policial federal e ex-chefe do Centro de Inteligência Nacional da Abin. A defesa afirma que não há indícios de que ele tenha incentivado ou participado de atos golpistas.
Reginaldo Vieira de Abreu – Coronel que atuou no governo Bolsonaro. A defesa afirma que suas mensagens refletiam descontentamento pessoal e não configuram crime.
O STF agora avaliará se há elementos suficientes para transformar os sete acusados em réus, dando sequência ao processo judicial.
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Com informações da CNN.
Foto de capa: Reprodução/Redes Sociais