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CORREIO POLÍTICO | Aproximação com evangélicos é pela economia

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CORREIO POLÍTICO | Aproximação com evangélicos é pela economia
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Por RUDOLFO LAGO* do Correio da Manhã Brasília O deputado Otoni de Paula (MDB-RJ) puxou a oração. Com as mãos levantadas, como fazem nas situações de louvor, os evangélicos presentes oraram, com Lula, de olhos fechados, bem no meio da roda. A solenidade de sanção da lei que cria o Dia Nacional da Música Gospel é o primeiro ato político concreto desde que, no início do ano, o governo fez mudanças na sua estratégia de comunicação para se aproximar do mundo evangélico. Na ocasião, mudou o slogan do governo para "Fé no Brasil", e a aproximação se iniciou. Um dos grandes articuladores desse movimento é o advogado-geral da União, Jorge Messias, que é da Igreja Batista. Messias é um dos responsáveis pela aproximação com Otoni de Paula. Boa vontade Otoni de Paula ainda não se declara da base do governo. Mas foi mais do que nítida a boa vontade demonstrada por Otoni de Paula agora com Lula. Que já tinha ficado sinalizada quando declarou no Rio de Janeiro apoio à reeleição de Eduardo Paes, do PSD. Senha Na solenidade, Otoni deu a senha de por onde o governo pretende se aproximar da comunidade evangélica, especialmente daquela mais carente, que vive nas periferias. Será pela economia. Por uma forte estratégia que traduza os avanços para a rotina das pessoas. Avanços para os "mais pobres e necessitados" Evangélicos são maioria entre os mais pobres | Foto: Igreja Evangélica Deus das Nações De acordo com uma pesquisa feita pelo Datafolha em 2020, o percentual de evangélicos na população que ganha até dois salários mínimos é maior que a daqueles que se declaram católicos. Segundo o dado, 48% dos que vivem nessa faixa de renda pertencem a alguma igreja evangélica. É, portanto, exatamente por aí que Otoni de Paula deu a senha. "A maioria dos evangélicos não votou no senhor. E o senhor sabe disso. Mas talvez estejamos entre os brasileiros mais contemplados pelos programas sociais do seu governo, já que os mais pobres e necessitados (...) formam a maioria esmagadora dos nossos irmãos", disse o deputado. Tradução A ideia agora é fazer um grande esforço para transformar números em coisas palpáveis que a população consiga enxergar e entender os benefícios. Pouco adianta dizer simplesmente que o PIB subiu ou somente índices de inflação. Encontrar um discurso é o desafio. Briga Se vai conseguir, é algo difícil ainda de dizer. Mas Lula está disposto a comprar a briga com setores de esquerda para frear um pouco o discurso identidário, que não é bem compreendido pelos evangélicos de baixa renda. A ideia é retomar mais as pautas sociais. Família Algumas avaliações que têm sido feitas no governo buscam demonstrar que a ideia de família tradicional adotada pelos evangélicos é, de certa forma, um mecanismo de proteção. Os mais pobres são muito pressionados e vivem uma grande situação de risco cotidiano. Crime É claro que famílias estruturadas não precisam ser somente as formadas por pai homem, mãe mulher e seus filhos. Mas é esse o discurso feito. E ele faz sentido para uma população que vive onde o crime tenta se beneficiar de famílias desestruturadas para aliciar pessoas.   *Rudolfo Lago é jornalista do Correio da Manhã / Brasília, foi editor do site Congresso em Foco e é diretor da Consultoria Imagem e Credibilidade Artigo originalmente publicado no Correio da Manhã / Brasília Foto: Ricardo Stuckert/PR Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaoportalred@gmail.com. Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia.  

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“Reina grande expectativa com a próxima Feira do Livro”, festeja ex-presidente

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“Reina grande expectativa com a próxima Feira do Livro”, festeja ex-presidente
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  Por JOSÉ ANTÔNIO VIEIRA DA CUNHA* NOVA COONLINE 50, com Flávio Ledur Vem Feira do Livro aí, e esta edição de 2024 será extraordinária, com mais de 800 lançamentos e incontáveis sessões de autógrafos. “Estamos cheios de esperança este ano”, disse o escritor, livreiro e professor Paulo Flávio Ledur em uma conversa com o grupo virtual Nova Coonline, formado por veteranos jornalistas gaúchos que se reúnem semanalmente e cujos encontros são publicados no YouTube. Ledur revelou que tradicionalmente a venda é extraordinária durante a feira, na contramão do que ocorre no mercado, que está em um mau momento. “Faltam leitores no Brasil, em função de nosso modelo de educação, que abriu mão do livro”, afirmou o convidado. “Se tivéssemos uma educação eficiente, teríamos também mais leitores, e portanto mais compradores. Este é um círculo vicioso do qual temos de sair.” Presidente da Feira do Livro de Porto Alegre em três oportunidades, Flávio Ledur lamentou que o programa de compra de livros por parte do governo federal, embora significativo, se limite ao universo das grandes empresas do país e a autores consagrados. Novos autores e editoras de pequeno porte são praticamente ignorados, e se isso mudar, o panorama do setor também melhora, acredita o escritor. Outro problema sério que persiste no Brasil é a insuficiente oferta de livrarias. Lembrou que, segundo a Unesco, o ideal é que haja uma livraria para cada grupo de 10 mil habitantes, índice que o país está muito longe de atingir. Dentro deste critério, Porto Alegre, por exemplo, deveria ter 150 livrarias, mas não apresenta nem um terço disso. “Talvez um novo modelo, com a volta das pequenas livrarias de bairro, seja uma alternativa” para alterar este desequilíbrio, disse Ledur. A tiragem padrão de livros era até o início do século de 2 mil exemplares, número que foi sendo reduzido para mil ou menos, e há autores que pedem apenas 100 exemplares. Com isso, a escala industrial para produção de livros mudou bastante, o que contribuiu para encarecer muito o valor do exemplar. O sistema de distribuição do livro também ajuda para isso, pois é muito caro no Brasil devido a suas grandes distâncias geográficas. O custo de envio de um livro de Curitiba para Fortaleza, no exemplo dele, aumenta em cerca de 30% o valor do livro. Outro ponto abordado por Ledur é a redução do interesse dos grandes veículos em instalar estruturas próprias para o trabalho de suas equipes durante a feira na Praça da Alfândega, que é considerada a maior da América Latina em ambiente aberto. O desinteresse pode ter explicação na programação da feira, que talvez não ofereça atrações suficientes para motivar empresas de comunicação a instalar estúdios lá, cogita Ledur. Por isso, ele disse aplaudir o projeto de instalação de um estúdio coletivo, ideia apresentada pela ARI (Associação Riograndense de Imprensa) como um embrião no esforço para levar os veículos a cobrir a Feira do Livro de Porto Alegre com mais atenção. O escritor também manifestou uma forte inconformidade com os exageros que certas situações provocam em relação ao idioma pátria. Lamentou que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) publicou nas eleições passadas uma relação de 40 palavras que não deveriam ser usadas pelos funcionários do órgão devido a seu “potencial teor racista”. Entre elas estava o verbo esclarecer: “Isso mostra o nível do exagero das coisas, eu jamais imaginaria que a palavra esclarecer tivesse a possiblidade de ter um teor racista”. A conversa pode ser conferida na íntegra no canal do grupo Nova Coonline, que está publica aqui: https://youtu.be/EFnJl95oJyc?si=4iSgtbkqtCzRufbk *Jornalista Foto: Divulgação Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaoportalred@gmail.com. Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia.

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A colocação dos generais entre os 1% mais ricos do Brasil: salário equivalente ao de 42 soldados, com 75% de repúdio nas redes sociais

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A colocação dos generais entre os 1% mais ricos do Brasil: salário equivalente ao de 42 soldados, com 75% de repúdio nas redes sociais
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Generais como Tomás Miné e Richard recebem salários que equivalem a pelotões inteiros de militares e estão entra a parcela dos 1% mais ricos da sociedade O tema das discrepâncias salariais entre os diferentes escalões das Forças Armadas brasileiras voltou a ganhar destaque recentemente, tanto na imprensa quanto nas redes sociais. O artigo publicado pela Revista Sociedade Militar, apontando a desproporção gritante entre os soldos de generais e os de praças, gerou uma onda de comentários, particularmente nas redes sociais da Revista Sociedade Militar e do perfil Militar Audaz no Instagram. Os debates mostram um forte descontentamento com a realidade salarial no âmbito militar, evidenciando uma divisão interna que afeta o moral da tropa. A disparidade salarial entre generais e o restante da tropa De acordo com o artigo, enquanto um soldado recém Ingresso nas Forças Armadas brasileiras recebe um salário em torno de R$ 1,3 mil, um general no topo da hierarquia pode ganhar até mais que R$ 36 mil mensais. Essa diferença de 27 vezes entre os postos mais baixos e mais altos da carreira militar tem provocado indignação entre a tropa, especialmente quando comparada com outras forças, como a Polícia Rodoviária Federal, onde a diferença entre o menor e o maior salário é significativamente menor. Além disso tudo, alguns generais no último posto da carreira dos militares, como o General de Exército Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, chegam a receber adicionais que elevam seus salários a valores acima de R$ 55 mil, o quer torna seu ganho bruto mensal equivalente ao salário de 42 soldados.   A indignação é palpável e impressiona nas redes sociais, com muitos usuários criticando o que veem como uma falta de vontade de conceder melhores condições de vida para os militares de patentes mais baixas. Um dos comentários mais curtidos no Instagram reflete esse sentimento: “Ficaram à vontade para praticamente triplicar o salário deles!!! Enquanto o praça se arrebenta com migalhas!!” — criticou @beto77castilho. A visão da tropa: insatisfação crescente A análise dos comentários postados nas redes sociais da Revista Sociedade Militar e do canal Militar Audaz revela um sentimento predominante de insatisfação com a estrutura salarial atual das Forças Armadas. Dos comentários analisados, aproximadamente 75% dos usuários expressaram desaprovação com a disparidade entre os soldos de generais e praças, classificando os salários dos generais como “desproporcionais” ou “absurdos” em relação à realidade do restante da tropa. Um dos comentários mais representativos dessa insatisfação foi postado por @edilson25belog: “A tropa está abandonada, mentem quando falam em coesão e camaradagem, infelizmente foram 31 anos ouvindo essas mentiras.” O comentário reflete um sentimento recorrente de abandono, que se repete em outras falas. Um seguidor, identificado como @vcguimaraesjr, expressou sua frustração de forma contundente: “Será que um dia, essa discrepância covarde será corrigida?… estamos abandonados e sem visibilidade.” Além disso, os comentários postados mostram que a insatisfação transcende o fator financeiro e toca também na questão da valorização moral e ética. Muitos usuários veem a diferença salarial como um reflexo de um problema estrutural mais profundo. Percentual pequeno defende os altos salários dos generais Apesar da ampla maioria expressar insatisfação com a disparidade salarial, uma minoria de aproximadamente 15% dos comentários nas redes sociais defendeu, ao menos em parte, os altos salários dos oficiais generais. O argumento principal dessa parcela é que os oficiais generais da Marinha, Exército e Força Aérea ocupam posições de extrema responsabilidade e que, portanto, seus salários são justificáveis. @cunhacelso, por exemplo, afirmou que “não é o salário dos comandantes que é alto, e sim o dos soldados que é baixo”, sugerindo que o foco deveria estar no aumento dos salários da base. Outros argumentaram que todos ingressam nas Forças Armadas cientes das diferenças salariais e da progressão de carreira. “Todos entram sabendo quanto ganha, qual a perspectiva de salário e qual cargo poderá chegar, insatisfação vai existir em toda carreira, é só ler o edital”, comentou @xxxxxxxxco. Comparações internacionais e a realidade brasileira Outro ponto levantado tanto no artigo quanto nos comentários nas redes sociais é a comparação com forças armadas de outros países, como os Estados Unidos, apresentado no artigo inicial com um infográfico. Lá, um soldado recém – ingresso na carreira militar recebe cerca de 2 mil dólares mensais (10 mil reais) , enquanto um general de última patente ganha em torno de 18 mil dólares (90 mil reais). Isso significa que, no Exército dos Estados Unidos, a diferença salarial entre a base e a cúpula é de nove vezes, bem menor do que no Brasil. A comparação com a Polícia Rodoviária Federal e as forças de segurança estaduais no Brasil também reforça a sensação de injustiça. Vários comentários, como o de @dduartemoreira, mencionaram a migração de militares das Forças Armadas para outras carreiras de segurança, como a Polícia Militar do Rio de Janeiro, onde os salários são mais atrativos para os postos de entrada. Um estudo divulgado pelo G1 em abril de 2024 mostra que a parcela mais rica dos brasileiros, que equivale a 1% da população, recebe mais que 20.664 reais mensais, todos os oficiais generais do Exército, Marinha e Aeronáutica estão incluídos nesse grupo. Soluções e perspectivas para o futuro propostas pelos próprios militares nos comentários O debate sobre a disparidade salarial nas Forças Armadas brasileiras aparentemente está longe de acabar. O atual ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, tem defendido a visão da cúpula das Forças Armadas sobre a questão salarial.  O aumento da visibilidade do tema, especialmente nas redes sociais, onde a questão militar já está em alta há vários anos e se soma com as questões políticas, está ampliando a pressão sobre as autoridades para reverem a política de remuneração dos militares. Entretanto, as movimentações, quando ocorrem, são mais perceptíveis no poder legislativo. Algumas sugestões foram propostas pelos próprios militares nos comentários, como a inversão do escalonamento salarial, onde os maiores reajustes seriam aplicados às patentes mais baixas. Essa ideia foi defendida por @drjoanirdossantos: “Por que não inverter essa situação, invertendo o escalonamento vertical da tabela de soldos?” Por outro lado, há quem veja pouca esperança de mudanças significativas no curto prazo. “Não há horizonte de uma melhora salarial decente, a quem não mais interessar a carreira que busque o melhor, boa sorte!”, comentou @pedrxxxxxxx, refletindo o ceticismo de parte da tropa em relação a uma possível solução para o problema. Revista Sociedade Militar Referências principais: Transparência do Governo Federal   Publicado originalmente em Revista Sociedade Militar Foto: Infográfico: SALÁRIO DOS MEMBROS DA CÚPULA EM COMPARAÇÃO COM SALÁRIOS DA BASE – Revista Sociedade Militar Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaoportalred@gmail.com. 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Alguns apontamentos para uma avaliação

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Alguns apontamentos para uma avaliação
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Por ALBERTO CANTALICE, no "X"* O PT foi criado para ser uma ferramenta dos Trabalhadores. Ao longo do tempo as relações de produção no interior no mundo do trabalho mudaram significativamente: robotização, uberização e precarização. Concomitante a essas mudanças houve o garroteamento do Movimento Sindical - em grande parte burocratizado e dependente do Imposto Sindical. Perdeu potência. Somando-se a esse processo de transformação, a exclusão social que já era imensa aumentou imensamente. O PT também foi se transmudando ao longo dos tempos. De Partido dos Trabalhadores, em Partido dos Pobres. Os setores incluídos da sociedade em parte não digeriram essa opção. Sentindo-se órfãs de quem os defenda. A disseminação da cultura do individualismo faz com que parte da população vejam os beneficiários de Programas governamentais como um "fardo" para quem "paga impostos. Historicamente crítico ao Sistema Capitalista e ao clientelismo, patrimonialismo o que o diferenciava do "status quo", o Partido ao vencer 5 eleições presidenciais e ser a partir de 2013 foco das perseguições midiático-judiciais, passou a ser visto pela imensa maioria como parte do "Sistema". Por "tornar-se comum, houve um descolamento entre os eleitores de Lula das demais candidaturas petistas. Sem um horizonte estratégico de longo prazo, passou-se a dependência única e exclusivamente do prestígio de Lula. É pouco! [caption id="attachment_16087" align="aligncenter" width="575"] Do "X" do autor[/caption] O dia a dia das populações: a segurança pública, a mobilidade urbana e a pauta ambiental foram substituídas por pautas de identidade: que civilizatórias e fundamentais, não dialogam com as necessidades prementes da imensa maioria dos trabalhadores. As duras condições de vida dos mais pobres: a desestruturação familiar, a busca por aceitação e pertencimento aliados a às tragédias provocadas pelo álcool e pelas drogas e a necessidade de um escape das agruras, levaram milhões de pessoas aos templos religiosos fundamentalistas. Ou o PT começa a se ligar nessas transformações, ou estará eleição pós eleição procurando um divã. Estamos no 2° turno em 4 capitais e mais 9 grandes cidades. Em outros tantos temos aliados que precisam ser eleitos. Portanto, as avaliações mais aprofundadas ficam para depois dos pleitos. *Alberto Cantalice foi presidente do Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores do Rio de Janeiro por dois mandatos. De 2003 a 2015 esteve à frente da coordenação nacional das redes sociais do partido. Atuou desde 2015 como Secretário Nacional de Comunicação do PT, integrando todo o movimento de comunicação institucional desenvolvido pelo partido. Atualmente, é vice-presidente e Adjunto da Secretaria Nacional de Comunicação @albertocantalic

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Apagão em São Paulo e corrupção em Porto Alegre podem abalar reeleição de Nunes e Melo

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Apagão em São Paulo e corrupção em Porto Alegre podem abalar reeleição de Nunes e Melo
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Por JEFERSON MIOLA* A onda de transferir responsabilidades pelo caos das cidades que governam pegou forte nesta eleição. Ricardo Nunes, em São Paulo, e Sebastião Melo, em Porto Alegre, têm em comum o fato de serem candidatos bolsonaristas do MDB que agem como no conto Entre quatro paredes, de Jean-Paul Sartre: para eles, o inferno [sempre] são os outros. A culpa pelo desastre operacional-administrativo e pela incompetência gerencial deles mesmos nunca é deles, Nunes e Melo, porque o culpado sempre é o Lula, o PT, a natureza; são os temporais, os ventos fortes, as árvores, os governos anteriores … Com mentiras deslavadas e propaganda fantasiosa, tentam se livrar de cobranças pelo fracasso das suas escolhas políticas e pela defesa das bandeiras ultraliberais que no governo do aliado Bolsonaro foram levadas ao paroxismo com privatizações indecentes e corruptas e a colonização das agências reguladoras por extremistas servis às empresas concessionárias. O padrinho eleitoral de Nunes, o governador bolsonarista e privatista Tarcísio de Freitas, que privatizou a Sabesp, companhia de abastecimento de água, agora culpa o governo federal pelos efeitos nefastos da entrega da companhia estatal para a italiana ENEL. Ricardo Nunes segue o mesmo caminho de transferir a responsabilidade para a União, quando na realidade é grandemente culpado pelos prejuízos causados à população e à economia da cidade com o apagão, pois falhou em fazer o básico do básico de uma administração municipal, que é o trabalho de zeladoria, como o manejo de árvores. Nunes é reincidente na incompetência e omissão. Em novembro de 2023 mais de três milhões de pessoas ficaram sem energia elétrica na capital paulista por falhas da ENEL e queda de árvores não podadas pela Prefeitura. A situação caótica durou seis dias, com milhares de casas e estabelecimentos sem luz devido à incompetência conjugada da ENEL e do governo Nunes. E hoje, três dias depois do apagão ocorrido no dia 11, 400 mil imóveis ainda continuam sem energia, vítimas do jogo de empurra-empurra do prefeito e a ENEL. Assim como Nunes, o bolsonarista Sebastião Melo também faz muito mal a Porto Alegre e à população da capital gaúcha. Ele é responsável direto pelo desastre catastrófico vivido em Porto Alegre devido ao evento climático severo de maio passado. Mesmo depois dos temporais de setembro e novembro de 2023, quando alguns bairros alagaram apesar do nível baixo das águas do Guaíba, a administração Melo nada fez para prevenir e proteger a cidade diante de novos eventos previstos pela meteorologia para acontecerem na época que de fato aconteceram. Melo continua deixando a cidade desprotegida e exposta a riscos de novas catástrofes. Na sexta-feira 13 de setembro, vários bairros da cidade ficaram alagados devido a uma chuva de baixa intensidade e curta duração porque a prefeitura não fez o básico do básico, ou seja, a limpeza e desentupimento de bueiros, a energização das casas de bombas e a manutenção do sistema de proteção de enchentes. Portanto, a cidade continua desprotegida até hoje em decorrência da gestão incompetente do governo Melo. E, também, devido à corrupção. Um diretor do DMAE, o Departamento de Águas e Esgotos de Porto Alegre, foi denunciado pelo MP por receber propina nos serviços de manutenção preventiva e corretiva do sistema de drenagem da água da chuva. A corrupção, porém, não é restrita ao DMAE; é sistêmica no governo Melo. No ano passado a Polícia Civil desbaratou um esquema que desviou quase R$ 100 milhões na Secretaria de Educação. A secretária da Pasta, assim como outros/as três diretores/as, foram presos/as. Como tem dito a candidata Maria do Rosário, enquanto falta apoio aos professores, as escolas estão abandonadas e as crianças estão fora da creche e da pré-escola, tem gente andando de Ferrari comprada com dinheiro de corrupção. Em agosto último o MPF mandou a PF abrir inquérito para investigar pelo menos R$ 173 milhões desviados na parceria da secretaria de Saúde com um grupo privado para gerir um hospital do extremo-sul da cidade. Os recursos do orçamento municipal que não chegam ao SUS para reduzir filas e aumentar os atendimentos são desviados em esquemas corruptos de diretores da administração Melo com empresários. Ricardo Nunes e Sebastião Melo começaram o segundo turno com franco favoritismo à reeleição. No entanto, a repetição do descalabro em São Paulo com o apagão elétrico, e a evidenciação da corrupção sistêmica na prefeitura de Porto Alegre podem abalar as pretensões destes dois bolsonaristas.   *Jeferson Miola é jornalista. Texto originalmente publicado no blog do autor.: Gonet na eleição – jeferson miola (wordpress.com) Foto:  Guilherme Almeida / CP Memória Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaoportalred@gmail.com . Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia.

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CORREIO POLÍTICO | Nunca foi tão ruim a relação de Lula com o Congresso

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CORREIO POLÍTICO | Nunca foi tão ruim a relação de Lula com o Congresso
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Por RUDOLFO LAGO* do Correio da Manhã Brasília De tempos em tempos, o site Congresso em Foco realiza uma pesquisa com os principais líderes do Congresso Nacional, deputados e senadores, na qual mede os humores dos parlamentares sobre diversas questões relevantes. Divulgada agora, a última rodada do Painel do Poder, essa pesquisa, traz um dado preocupante: nunca foi tão ruim a relação entre o governo e o parlamento. No caso, a pesquisa pede aos parlamentares que deem uma nota de 1 a 5 para classificar esse relacionamento. A média das respostas dadas pelos 70 deputados e senadores ouvidos foi 2,41. É a menor em todas as pesquisas feitas desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse em janeiro de 2023. Na rodada anterior, essa média tinha sido 2,81. Bolsonaro O alento para Lula é que essa avaliação era pior durante o governo Jair Bolsonaro, quando essa nota média chegou a ser de apenas 1.99. Mesmo a nota mais alta então foi menor que agora: 2,68. De qualquer modo, pode haver um fim de lua-de-mel de governo e Congresso. Lua-de-mel "Lua-de-mel" é o termo utilizado pelo economista e cientista político Ricardo de João Braga, um dos responsáveis pelo Painel do Poder. Ele avalia que o quadro pode representar um certo desgaste na relação, diante das disputas e de eventuais expectativas frustradas. Quadro não é, porém, estático. E pode melhorar Eventual ascensão de Brito pode mudar jogo | Foto: Bruno Spada/Câmara dos Depútados   Ricardo de João Braga observa, porém, que o quadro não é estático. E ele mesmo não acredita que venha a representar um novo marco nessa relação Executivo/Legislativo. A pesquisa foi coleta em setembro, antes, portanto, do primeiro turno das eleições municipais. "O quadro é volátil" observa o cientista político. "E já aconteceram coisas, efeito das eleições, que poderão vir a estabelecer uma mudança nessa relação". De um modo geral, tais coisas estão relacionadas à sucessão no Congresso, especialmente na Câmara, onde o quadro tornou-se completamente incerto. O avanço do PSD nas eleições municipais mexeu as peças no tabuleiro. Lira Arthur Lira imaginava que iria conduzir seu processo sucessória e que, dessa forma, manteria seu naco de poder depois que deixasse de ser presidente. A aliança PSD/União, ou Antônio Brito/Elmar Nascimento, pode frustrar esses planos de Lira. E melhorar para o governo. Vice Mostra dessa nova situação é o fato de PSD e União estarem nos bastidores negociando a vice-presidência da Câmara com o PT. Antes meros espectadores do processo, PT e governo podem vir a ter uma posição decisiva na definição de quem irá suceder a Arthur Lira. Orçamento Como o Correio Político mostrou na terça-feira (15), o governo meio que patrocina a trava do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino no chamado orçamento secreto. Ele é a chave do poder de Lira. Sem esse domínio, o governo volta para o jogo. Arrumação "Não é provável, portanto, que essa relação piore num futuro próximo", observa Ricardo de João Braga. "Os dados, portanto, não parecem indicar a existência de uma crise nesse relacionamento", considera. "Não são o fim do mundo. Parecem mais um freio de arrumação". *Rudolfo Lago é jornalista do Correio da Manhã / Brasília, foi editor do site Congresso em Foco e é diretor da Consultoria Imagem e Credibilidade Artigo originalmente publicado no Correio da Manhã / Brasília Foto: Foto: Valter Campanato/Agência Brasil Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaoportalred@gmail.com. Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia.

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