Sebastião Salgado morre aos 80 anos

translate

Design sem nome (54)

Da REDAÇÃO*

O renomado fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado morreu nesta sexta-feira (23), aos 80 anos. Considerado um dos maiores nomes da fotografia mundial, Salgado construiu uma carreira sólida ao longo de cinco décadas, com imagens que retrataram o trabalho humano, os deslocamentos populacionais e a preservação ambiental em diversas partes do planeta.

Salgado começou a fotografar profissionalmente em 1973, após abandonar a carreira de economista. Desde então, dedicou-se integralmente à fotografia documental. Suas imagens em preto e branco, com forte carga estética e emocional, tornaram-se sua marca registrada e renderam a ele prêmios e exposições em diversos países.

Uma de suas fotografias mais emblemáticas foi feita em Serra Pelada, no Pará, nos anos 1980. A imagem mostra milhares de garimpeiros cobertos de lama, em um cenário caótico e simbólico da exploração humana. A cena virou referência mundial do fotojornalismo e está entre as mais conhecidas da história da fotografia brasileira.

Salgado explicava sua opção por trabalhar apenas em preto e branco como uma forma de se concentrar no essencial da imagem:

“Nada no mundo tem essas duas cores. Mas o fato de eu transformar toda essa gama de cores em gamas de cinza me permitia fazer uma abstração total da cor e me concentrar no ponto de interesse que eu tenho na fotografia”, afirmou em 2013.

Em 2023, ele resumiu sua visão da fotografia de maneira clara:

“A fotografia é o espelho da sociedade.”

Entre seus projetos mais importantes estão:

  • “Trabalhadores” (1993): retrato do esforço humano em diversas formas de trabalho ao redor do mundo.
  • “Êxodos” (2000): registro de refugiados, imigrantes e deslocados forçados por guerras, fome e crises econômicas.
  • “Gênesis” (2013): série que documenta regiões ainda preservadas da intervenção humana, com foco na biodiversidade e nos povos tradicionais.
  • Instituto Terra: fundado por ele e sua esposa, Lélia Wanick Salgado, em Minas Gerais, o instituto é referência em recuperação ambiental da Mata Atlântica.

Sebastião Salgado deixa uma obra extensa que combina engajamento social, excelência técnica e uma profunda sensibilidade. Seu legado continuará inspirando fotógrafos, ambientalistas e defensores dos direitos humanos em todo o mundo.


Foto de capa: Sebastião Salgado posa para foto na Somerset House, em Londres, durante entrevista sobre prêmio em reconhecimento a sua carreira dado pela Organização Mundial de Fotografia /Benjamin Cremel/AFP

Receba as novidades no seu email

* indica obrigatório

Intuit Mailchimp

Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaoportalred@gmail.com . Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia..

Gostou do texto? Tem críticas, correções ou complementações a fazer? Quer elogiar?

Deixe aqui o seu comentário.

Os comentários não representam a opinião da RED. A responsabilidade é do comentador.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

plugins premium WordPress

Gostou do Conteúdo?

Considere apoiar o trabalho da RED para que possamos continuar produzindo

Toda ajuda é bem vinda! Faça uma contribuição única ou doe um valor mensalmente

Informação, Análise e Diálogo no Campo Democrático

Faça Parte do Nosso Grupo de Whatsapp

Fique por dentro das notícias e do debate democrático