O fim das máscaras: decoro, civilidade e pudor em falta

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Por EDELBERTO BEHS*

Em discurso para estudante da Universidade do Alabama – ainda convidam trogloditas para falar no meio acadêmico!!! – o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que se jovens querem ter sucesso eles devem “quebrar o sistema”. Qual sistema? Como se ele não fosse um representante de um sistema!

Mas o mais surpreendente é o que se segue à sugestão de Trump, quando dá como exemplo o comportamento dos magnatas da internet, que “me odiavam no meu primeiro mandato e agora estão puxando o meu saco”, e estão “beijando a minha bunda”.

Os estadunidenses elegeram um presidente – e sempre há oportunidades de reconhecer erros cometidos – que quer ser beijado na bunda. Em pouco tempo, dizia Trump em campanha, ele acabaria com a guerra na Ucrânia. Chegou a mandar bilhetinho para Putin, mas o camarada russo não beijou a bunda do desbocado.

O xerife do mundo sugeriu que o Canadá se juntasse aos Estados Unidos. O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, eleito em abril, foi aos Estados Unidos dizer diretamente a Trump que o Canadá não estava a venda. E claro, não beijaria a bunda do estadunidense. Com a onda do tarifaço de produtos importados, será que ele espera que o líder chinês Ji Xinping lamba sua bunda?

Trump não teve o menor pudor em postar, nas redes sociais, ele com os paramentos papais, como uma brincadeira, alegou. Chegou a dizer que gostaria de ser Papa, desta feita falando sério.

Políticos da ultradireita, seja nos Estados Unidos ou no Brasil são capazes de ultrapassar todas as normas de decoro e civilidade. Não é que o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro resolveu divulgar nas redes sociais uma foto explícita de seu intestino, que sofreu recente cirurgia! Tudo para se mostrar como vítima – ai, pobrezinho, como sofre e ainda por cima tem que enfrentar o STF!

Nós, brasileiros, ainda temos sorte. Já pensaram se o capitão sofresse de hemorroidas?


*Edelberto Behs é Jornalista, Coordenador do Curso de Jornalismo da Unisinos durante o período de 2003 a 2020. Foi editor assistente de Geral no Diário do Sul, de Porto Alegre, assessor de imprensa da IECLB, assessor de imprensa do Consulado Geral da República Federal da Alemanha, em Porto Alegre, e editor do serviço em português da Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC).

Foto de capa:  REUTERS/Kevin Mohatt

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Respostas de 3

  1. GOSTEI MUITO DO TEXTO.
    VIVEMOS TEMPOS CONSTRANGEDORES: DO LINGUAJAR CHULO DO CHEFE DA NAÇÃO NORTE AMERICANA ELEITO PELO POVO E PELOS MAGNATAS ATE A EXIBICAO EM REDE DE UM INTESTINO.
    NAO SEI O QUE FALTA!

  2. Excelente texto!!! Expõe o ridículo do novo presidente eleito pelos estado-unidenses e ainda faz uma boa piada em cima desses extrema-direitistas!!!

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