Por ADROALDO QUINTELA*
O trajeto foi bem mais difícil do que eu imaginava. Foi difícil vencer a última subida com 30° de inclinação. A técnica de contar os passos e parar para tomar fôlego ajudou pra caramba. Porém, o melhor que podia acontecer era ouvir as pessoas perguntando se estava bem, outras incentivando o passo a passo e as palmas se solidariedade quando cheguei na área de descanso.
O Caminho não é apenas o exercício de força de vontade, coragem, determinação e preparo físico. Conta muito a rede de cooperação e solidariedade que se constrói ao longo dos dias, e as relações de amizade forjadas com pessoas de diferentes culturas e idiomas.
Não tenho uma explicação definitiva para a rapidez desses acontecimentos. Talvez seja porque cada um de nós tenha o mesmo propósito de crescimento pessoal. Ninguém está disputando lugar no pódio. Cada uma e cada um vai no seu ritmo, se fortalece nas dimensões física, mental e espiritual. Não importa o tempo de chegada. Mas a beleza e profundidade do percurso. Devagar e sempre sem olhar pra trás no momento certo chegaremos em Santiago de Compostela, vibrando de orgulho e felicidade.








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.*Adroaldo Quintela é Economista.Diretor-Executivo do Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (IDESNE) Fundador da Associação Brasileira de Economistas pela Democracia (ABED).
Foto de capa e demais fotos: Adroaldo Quintela