Programação cultural de 30 de abril a 9 de maio

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Por LÉA MARIA AARÃO REIS*

*Impossível calar diante da crueldade de situação quase inacreditável. O programa é seguir as centenas de manifestações de ruas das populações de dezenas de países e cobrar do governo atual do estado de Israel o bloqueio da entrada de ajuda humanitária na Palestina, na Faixa de Gaza, enquanto a fome e a inanição se espalham. A UNRWA, Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo, anuncia que esta semana havia quase 3.000 caminhões com ajuda vital aguardando, nos pontos de passagem, a entrada na região.

*O Programa Mundial de Alimentos da ONU, maior organização de ajuda humanitária do planeta, relata que mais de 116.000 toneladas de ajuda alimentar, suficiente para alimentar um milhão de pessoas por quatro meses, estão prontas para entrega, mas não têm autorização para atravessar as barreiras das fronteiras (CAPJPO/Europalestine).

*“A farsa do aumento do ‘antissemitismo’ no Brasil” é o título de texto do empresário paranaense Ualid Rabah, presidente da FEPAL, a Federação Árabe Palestina do Brasil, diante da deformação do noticiário recente sobre o genocídio e a consequente limpeza étnica promovidos pelo governo do estado de Israel. “A repulsa é ao regime sionista e não às pessoas de fé judaica. Esta, se há – e há – vem dos supremacistas brancos de sempre e que, hoje em dia, apoiam ‘Israel’ acriticamente e, junto com as organizações sionistas, nos acusam de ‘antissemitas’.”

*O Dia do Trabalhador de 2025 (e de todos os anos) celebra a luta e a resistência de um dos grupos que move o país com seu esforço diário. A Melhor Mãe do Mundo, novo filme de Anna Muylaert, daqui a pouco em cartaz nos cinemas, mostrará isso trazendo um retrato da força das mulheres que enfrentam a precariedade e a violência em busca de dignidade e proteção para suas famílias. O tema central do filme é a coleta seletiva no Brasil, movimentando toneladas de resíduos todos os dias e sustentada por um exército de trabalhadores invisíveis, em sua maioria mulheres.

*Memória sem distorções nem desinformação. O programa é a importância de lembrar que, assim como escreve o sociólogo, especialista em Relações Internacionais e assessor da liderança do PT no Senado, Marcelo Zero, “Trump tem a quintessência política de Hitler. Muito embora todas as forças que combateram o nazifascismo mereçam todos os encômios e homenagens, é preciso destacar, por uma questão de justiça histórica, o papel heroico e decisivo que o povo soviético e o Exército Vermelho tiveram na derrota do nazifascismo, na chamada, por eles, de ‘Grande Guerra Patriótica’”. Não esquecer Leningrado.

*E o sociólogo continua: “Caso essas forças não tivessem sido derrotadas militarmente, o mundo de hoje poderia ser muito diferente. Poderíamos ainda estar sob o tacão de forças totalitárias, racistas e genocidas. Por isso, devemos estar sempre gratos àqueles que deram suas vidas para que o mundo superasse esse grande perigo, hoje muito presente, sob diversas formas.” (brasil247)

*Atenção para o mais recente volume, o terceiro, da tetralogia de autoria do escritor napolitano Antonio Scurati, Mussolini: os últimos dias da Europa, com tradução de Marcello Lino. Trata-se de alentada obra com os bastidores da entrada da Itália na Segunda Guerra Mundial, mostrando a fragilidade do fascismo e a decisão de Mussolini de se alinhar com Hitler mesmo com a desvantagem militar da Itália. Scurati é professor de Literatura Comparada da Universidade de Milão e colunista do Corriere della Sera (Ed. Intrínseca).

*Muito bom, o título do novo disco de Francis Hime, que está sendo lançado: Não navego para Chegar. Com músicas inéditas de um time de intérpretes e compositores da pesada, egresso da histórica Bossa Nova. Algumas das faixas: ImaginadaChuvaSamba para MartinhoUm Rio (Da Biscoito Fino).

*Frase do pensador e filósofo polonês Zygmunt Bauman, conhecido como “o pai da modernidade líquida”. Uma ideia que cai como uma luva para as mãos dos nossos tempos: “A única coisa que podemos ter certeza é a incerteza.”

*O famoso livro A trama das árvores, do norte-americano Richard Powers, Pulitzer de ficção de 2019, e com mais de dois milhões de exemplares vendidos no mundo, chega ao Brasil. Título original: The Overstory. Tradução e texto de introdução de Carol Bersimon. Trata da ligação profunda entre pessoas e árvores, do ativismo ambiental e de uma reflexão sobre o futuro da Terra. Depois de ler o trabalho, o ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou: “Mudou a forma como eu pensava sobre a Terra e o nosso lugar nela.”

*Há um mês foi relançado o livro A Cerimônia do Adeus, de Simone de Beauvoir, na sua sétima edição em português, onde a escritora e filósofa revisita os últimos dez anos de vida de Jean-Paul Sartre, seu “grande amor”, nas suas palavras. O volume foi publicado originalmente em 1981 e contém registros biográficos e entrevistas com Sartre (Ed. Nova Fronteira).

*Excelente programa: a exposição Territórios Negros em Porto Alegre, com abertura no próximo dia 6 de maio, às 18h30, na sede do SindBancários da capital gaúcha. A curadoria e a produção são de Nandi Barrios e a palestra inaugural é da professora e pesquisadora Daniele Machado Vieira, na Casa dos Bancários. A mostra explora história e cultura da população afro-brasileira na cidade, apresenta os espaços de ocupação afro-brasileira em Porto Alegre e inclui um percurso cultural em pontos de referência da população negra na cidade. Entre eles, o Pelourinho, o Mercado Público e o Parque da Redenção. A exposição vai até o dia 22 de maio.

*Até o próximo dia 6, no Arlequin de Saint Germain, o 27º Festival de Cinema Brasileiro de Paris, conhecido como a principal vitrine do audiovisual brasileiro na Europa. Este ano, a homenagem é à atriz Dira Paes. Na mostra competitiva, entre outras produções: Malu, de Pedro Freire; Um Lobo Entre os Cisnes, de Marcos Schechtman e Helena Varvaki; Mais Pesado é o Céu, de Petrus Cariry; A Vilã das Nove, de Teodoro Poppovic; Sobreviventes, de José Barahona; A Mulher que Chora, de George Walker Torres; Aumenta que é Rock’n’Roll, de Tomás Portella; e 90 Decibéis, de Fellipe Barbosa. Hors ConcoursVitória, de Andrucha Waddington; Ainda Estou Aqui, de Walter Salles; O Auto da Compadecida 2, de Guel Arraes e Flávia Lacerda; Motel Destino, de Karim Aïnouz; A Paixão Segundo G.H., de Luiz Fernando Carvalho; Lavoura Arcaica, de Luiz Fernando Carvalho; e Homem com H, de Esmir Filho.

*“Só nos resta a esperança”, título de artigo de Leonardo Boff, em 2024, no site Outras Palavras, com o epíteto “Uma árvore que se dobra, mas não se quebra”. Boff escreve: “Bem nos tem advertido inúmeras vezes, o Papa Francisco: temos que mudar — caso contrário, estamos todos no mesmo barco e ninguém se salvará”.


*Léa Maria Aarão Reis é jornalista.

lustração de capa: Marcos Diniz

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