‘Parem de nos matar’: articulação negra convoca ato em Porto Alegre contra o racismo e a violência policial

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Rio de Janeiro - Em ato Contra o Genocídio da Juventude Negra, manifestantes protestam contra a morte de cinco jovens negros por PMs no último sábado (28), em Costa Barros, na zona norte (Tomaz Silva/Agência Brasil)

O protesto vai acontecer nesta quinta-feira (24) e faz parte da Jornada Nacional de Luta Pelas Vidas Negras

A capital gaúcha será palco de ato contra as chacinas, mortes e execuções que ocorrem sob a anuência do Estado em todo o país. A mobilização, marcada para esta quinta-feira (24), às 17h30, na Esquina Democrática, faz parte da Jornada Nacional de Luta Pelas Vidas Negras. A data escolhida marca o aniversário de morte do advogado, jornalista e abolicionista negro Luiz Gama.

O ato está sendo organizado por representantes da Coalizão Negra por Direitos, do Movimento Negro Unificado (MNU), Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (Renafro), da União de Negros pela Igualdade (Unegro) e do Fórum Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional dos Povos Tradicionais de Matriz Africana (Fonsanpotma).

Dados da violência no Estado

Uma pesquisa realizada pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) aponta que o racismo estrutural marca a ação de agentes da Segurança Pública. Após um levantamento sobre a abordagem policial em seis territórios da Região Metropolitana de Porto Alegre, esta identificou que ser negro, jovem e ter tatuagem são as três principais características que levam uma pessoa a ser considerada suspeita.

A pesquisa faz parte do trabalho de assistência técnica internacional que o escritório da UNODC no Brasil realizou junto com o governo do estado, entre novembro de 2015 e fevereiro de 2023, para acompanhar o que se denomina como “integridade do uso da força”.

Nos últimos 10 anos, o Rio Grande do Sul é um dos estados do país que mais aumentou os índices de mortalidade juvenil. Os dados foram levantados após um mapeamento realizado pelo Grupo de Estudos em Juventudes e Políticas Públicas – Gejup, vinculado ao Programa de Pós-graduação em Política Social e Serviço da Ufrgs em parceria com a Frente de Enfrentamento à Mortalidade Juvenil (Femjuv RS). Na capital gaúcha os territórios que mais concentram os índices de mortalidade juvenil são Restinga, Lomba do Pinheiro e Sarandi, nos anos de 2015 até 2019.

Uma das iniciativas que pode contribuir para reduzir a letalidade policial é o uso de câmeras corporais instaladas nos uniformes de policiais militares e civis gaúchos. O governo do estado revogou em abril deste ano o processo da licitação que estava em andamento para compra dos equipamentos devido à necessidade de ajuste nas especificações.

Ato é organizado por representantes dos movimentos negros gaúchos contra a violência policial e de Estado. / Foto: Divulgação

Matéria do Brasil de Fato RS.

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil.

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