Os insanos adoradores do populismo ideológico

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Por OTÁVIO ABUCHAIM*

Que Netanyahu me parece uma pessoa no mínmo questionável em suas ambições políticas (vamos ser educados e afastar sensacionalismo nas palavras, colegas jornalistas), considero algo difícil de negar.
Também vejo, como qualquer ser humano que acredita um mínimo na humanidade, a violência contra o povo palestino inaceitável e o anúncio afrontoso de construção de mais assentamentos, também.
Ontem, no congresso do PSB, Lula falou em genocídio. E em parte ele está certo!
Isso porque os judeus que querem eliminar palestinos apenas por serem palestinos indiscutivelmente apoiam um genocídio. É aí que entra o problema: Também são cúmplices de um genocídio os líderes da região, independente de suas crenças, muitos dos que se colocam como lideranças na ONU (e seus interesses ocultos, obviamente não são todos) e, mais do que isso: apoia um genocídio quem acha que essa história tem um lado só.
Pegando apenas a região, sionismo supremacista de direita, aquele que acha que Israel tem que subjugar os impuros apenas porque a palavra sagrada diz que são invasores é a outra cara do extremismo islâmico que mantém ditaduras no Oriente Médio. Neste momento de coragem, vou além: isso soa como o que não se diz de Meca, cidade sob uma ditadura extrema e que poucos questionam, como se ditadura tivesse lado, mas não só: é também do interesse do Irã e de todos os países da região manter uma certa “cumplicidade tácita” ao segurar o conflito na Palestina.
Vejam bem, eu estou falando do governo de uma nação que fala hebraico, de outra que fala persa, outra que fala árabe e outra que fala… Palestino!
Isso mesmo, porque os palestinos falavam aramaico, língua que misturaram com o árabe e evoluiu numa fala própria. Em relação aos reinos do golfo, seriam uma nação periférica ou um mal menor do pan-arabismo. Que também não nasceu com a revolução islâmica, diga-se bem!
Então, sim, os países árabes que compactuam com essa violência estão de fato cometendo uma forma de genocídio se fomos por esse ponto-de-vista.
Palestinos são vistos como algo à parte nesse processo, ou seriam aceitos nas outras nações arabizadas da região.
Quanto ao Brasil, francamente, quem grita pela palestina e não conhece a história daquela zona do planeta, ainda que pegando apenas como referência o período mais recente, está encurtando o estopim de novos barris de pólvora. Parece um ato irrelevante, mas não é. Porque o nosso povo não é burro, mas vive num isolamento cultural razoável.
No final das contas, pobres são os povos do Oriente Médio, com seus líderes sem escrúpulo, sustentados mundo afora por um séquido de papagaios repetindo sandices, as quais denominam bandeiras.


*Otávio Abuchaim é jornalista, militante do Partido Socialista Brasileiro e esteve algumas vezes envolvido em tratativaes de paz para a solução de dois Estados, a maioria nos últimos anos de Shimon Peres, mas tendo participado de algumas após a recente escalada das tensões.

Foto de capa:  Reprodução

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Respostas de 6

  1. Sim. Os tiranos são para serem desprezados e depredados. Mas dentro do país fica questionável uma intromissão. Mas essa limpeza étnica, é da conta devendo mundo.

  2. Parabéns e muito obrigado Otávio. Precisamos de outros textos assim esclarecedores sem fanatismo. Não me atrevo a sair segurando bandeiras, pois me considero um analfabeto sobre a cultura aquela região que é o berço de conflitos milenares. Embora identifique naquela região, uma nação mais democrática, que domina e favorece acesso á altas tecnologias para todos os povos.

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