De ADELI SELL*
Quando o coordenador da RED – Professor Benedito Tadeu Cesar – solicitou minha contribuição, fui claro com ele: todas as segundas-feiras terão meu artigo, curto, de assuntos atuais. Como o pedido era tratar mais de temas da cultura e de Porto Alegre me restringi até aqui neste leque.
Por sinal vou continuar a falar dos nossos ESQUECIDOS. Hoje, vou tratar de mostrar o que nos falta. Falarei em
especial de Porto Alegre e dos gaúchos.
Falta-nos uma cultura sem amarras, sem retóricas, sem meios termos.
Aqui, quando se fala que a música é bastante conservadora, que se se restringe a temas localistas, sem serem universais, vem os ataques. E aí pergunto, por que muitas das coisas daqui não cruzam o Mampituba?
Aqui, criou-se o mito de um povo culto e politizado. É uma lenda. Comparem os livros vendidos aqui com o resto do país. Nada muda. Tudo é quase igual. Só temos como diferencial a nossa grande Feira do Livro. As grandes editoras daqui sumiram. Felizmente, começam a brotar as pequenas, mas nos falta o apoio público.
Na política, os agentes da área não são melhores do que no restante do país. Pelo contrário, aqui temos os oportunistas mais sofisticados, que enganam mais e melhor. Enrolação para o mal. As trocas de partidos, de mudanças de opinião, são mais frequentes do que o vento minuano.
E minha última provação desta segunda-feira? Digam-me o que aconteceu com os políticos que saíram do PT, do PCdoB, só para citar dois partidos de esquerda?
O que nos falta é debater também.
*Escritor, professor e bacharel em Direito.
Imagem em Pixabay.
As opiniões emitidas nos artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da Rede Estação Democracia.
