1 – Um golpe não visa apenas a destruir o poder, mas a tomar o poder.
2- O que vimos foi um ato terrorista de vândalos destruindo o Congresso, o STF e o Palácio do Planalto, com a proteção direta da PM de Brasília e indireta do Exército que tinha conhecimento prévio do que ia acontecer e cruzou os braços, além de abrigar terroristas no acampamento frente ao QG do Exército em Brasília.
3- Os terroristas bolsonaristas podem ter imaginado que haveria intervenção militar depois da destruição dos prédios do Executivo, Legislativo e Judiciário para restabelecer a ordem. Erro de cálculo ou o objetivo era só destruir? As duas coisas andam juntas: queriam provocar a intervenção militar, mas o instinto de morte e destruição é inerente ao fascismo.
4- Do ponto de vista político, o Governo Lula saiu fortalecido e o bolsonarismo, enfraquecido. Mas não bastam belos discursos. A hora é de ação. Um bom exemplo foi a decisão do Ministro do STF Alexandre de Moraes que, a pedido do Senador Randolfe, afastou por 90 dias o Governador Ibaneis do Distrito Federal.
5- Acabou a fase de conciliação, de união de todos, de amor contra o ódio e outras metáforas desse tipo. Os crimes têm de ser punidos. Uma democracia que não se defende, perece. Os empresários financiadores do vandalismo terrorista devem ser presos imediatamente, sob pena de novos ataques mais adiante.
6- O Ministério Público Federal desapareceu, pelo menos até agora. Lamentável, mas não chega a ser surpresa. A AGU está fazendo o papel que o MPF devia fazer.
7- Será necessário a mobilização da sociedade para a realização de grandes manifestações populares em defesa da democracia.
Liszt Vieira é professor universitário, sociólogo e político, ligado ao movimento ambientalista.
Foto: Fabio Pozzebom/Agência Brasil
