A desordem e violência em Brasília na noite de segunda-feira, 12, após a diplomação de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), geraram nos comandantes das áreas militares a expectativa de dispersar os atos que pedem intervenção em frente a quartéis assim que o novo presidente assumir o cargo, em 1º de janeiro. Essa sinalização vem dos superiores que estão em contato com o futuro ministro da Defesa, José Múcio Monteiro.
Lula não teria dada ainda a ordem aos novos comandantes mas, segundo o jornal Estadão, alguma ordem nesse sentido é dada como certa nos próximos dias. Os comandantes avaliam que a retirada de bolsonaristas golpistas terá risco de confronto.
Atualmente, haveria um certo desconforto entre os militares, já que os três comandantes ainda no cargo assinaram nota logo após a eleição dizendo que os atos eram legítimos e criticando o que classificaram como perseguição contra bolsonaristas.
Por se tratarem de áreas militares, a segurança é feita pela PE (Polícia do Exército), e atitudes só podem ser tomadas se houver uma requisição do Exército.
Segundo a Folha de São Paulo, “em São Paulo, por exemplo, os soldados estão junto aos portões do comando, ao lado do parque Ibirapuera (zona sul), mas não saem às ruas. Uma alta autoridade estadual afirmou à Folha que “gostaria” de fazer algo, mas que está “de mãos amarradas”.
As manifestações e pedidos dos bolsonaristas são considerados crime, previsto pelo artigo 286 do Código Penal, o de incitação das Forças Armadas contra outros Poderes —no caso, com os pedidos de intervenção para evitar a posse de Lula.
Imagem – reprodução dos atos em Brasília na segunda, 12.
