Michelle supera figurões em potencial político

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Foto: reprodução das redes sociais de Michelle. 

Matéria da Folha de São Paulo avaliou capital digital e carisma da ex-primeira dama

Com Jair Bolsonaro recluso nos Estados Unidos desde antes do final do seu mandato, algumas figuras políticas, como os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Romeu Zema (Novo), vem disputando a liderança do chamado bolsonarismo no Brasil.

Mas não é de hoje que Michelle Bolsonaro, ex-primeira dama, tem um bom desempenho nas redes sociais e conquista seguidores em diferentes seguimentos. A matéria da Folha, inclusive, a classifica como um “balão de ensaio” do Partido Liberal (PL), do qual ela lidera a ala de mulheres.

Conforme levantamento da publicação, Michelle conta com 5,9 milhões de seguidores no Instagram, quase 1 milhão a mais do que possui Eduardo Bolsonaro, o mais popular da família. Além disso, sua postura e estilo em intervenções publicas contrastam com a beligerância do seu marido, o que conquista alas não tão favoráveis ao radicalismo do ex-presidente. Enquanto Bolsonaro negava a informação da sua imunização, a ex-primeira dama tornou pública sua decisão de se vacinar contra a Covid nos Estados Unidos em 2021. Recentemente, em uma postagem visualizada por mais de 4 milhões de pessoas e curtida por mais meio milhão, ela fala sobre o Carnaval utilizando a mesma linguagem do feminismo institucional, criminalizando o assédio e incentivando a denúncia, além de lembrar da importância da festa popular.

Mas Michelle não esquece a base formada especialmente pelo público cristão, vestindo-se de maneira comedida e utilizando em diversas ocasiões passagens da Bíblia. “Uma mulher sábia edifica seu lar, mas mulheres sábias edificam uma nação”, discursou ela em evento da campanha presidencial em Cascavel para uma multidão de pessoas.

Para a Folha, “a mistura das duas linguagens possui um objetivo claro, como afirma Cris Corrêa, escritora negra e influenciadora antifeminista: reunir mais mulheres do que o feminismo”.

Como líder do PL Mulheres, Michelle possui a seu dispor quase R$ 900 mil por mês, oriundos do fundo partidário, e conta com um salário de R$ 39,2 mil, o mesmo valor que receberia caso fosse deputada federal. O que, segundo a matéria, é um investimento do partido a fim de conquistar mais votos femininos. Além de uma forte campanha no dia 8 de março, o PL já anunciou que custeará uma turnê política de Michelle Bolsonaro pelo Brasil.

Mas a aposta não é necessariamente um investimento na causa feminina, já que “em 2022, faltando quatro dias para as eleições, o partido havia usado apenas 23,46% de seus recursos para candidaturas femininas, quando o mínimo legal é 30%”. A ideia é aproveitar e potencializar o capital digital e carismático de Michelle para conquistar votos numa ala que foi o fraco de Bolsonaro na última eleição.


Foto: reprodução das redes sociais de Michelle.

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