Lamentamos sua ignorância Governador!

De ALONSO COELHO*

Pensa que sim, mas ainda não entendeu o que aconteceu; trilha no senso comum do negacionismo ambiental.

Passado o primeiro impacto das inundações no RS, onde não cabia nada além de solidariedade, precisamos começar analisar esta catástrofe política-ambiental à luz da realidade. O Mundo está em transformação e nossa pequena ilha, não está isolada desse processo.

Nestes meses de julho a setembro, enquanto a Itália vive temperaturas acima de 44ºC ao sul e convive com rios de gelo ao norte nunca vistos, o Canadá assusta-se com enormes queimadas de suas florestas oriundas das ondas de calor decorrente da falta de umidade, sem deixar de lembrar os acontecimentos na Líbia e Turquia. São apenas exemplos para ilustrar o não estranhamento em relação aos acontecimentos em nosso Estado.

Alertas foram emitidos por órgãos, como a MetSul Meteorologia, advertindo sobre as chuvas no Litoral Norte em junho e que haveria a possibilidade de chuva muito acima da média histórica neste começo de setembro, com risco de tempestades e enchentes.
A elevação da temperatura média no Rio Grande do Sul nas últimas cinco décadas foi de 1,2ºC, escala suficiente para cada vez mais termos eventos de “chuva concentrada”, chegando a ter a precipitação de um mês em apenas um dia, seguido de meses seguidos de seca, configurando a Crise Hídrica em nosso Estado.

O tema da crise climática e justiça ambiental estão presentes em diversos fóruns nacionais e internacionais dos Ativistas ambientais, que vem tentando informar e sensibilizar a sociedade e seus governantes sobre a gravidade de chegarmos a elevação de 1,5º na temperatura média mundial, o chamado ponto de não retorno.

Entre tantos pesquisadores, o climatologista Francisco Aquino (UFRGS), nos informa que a realidade está nos entregando aquilo que as pesquisas científicas vêm nos alertando há 50 anos, ou seja, um governante que se diga surpreso com os acontecimentos, ignorou a ciência e não acertou na sua política ambiental.

Precisamos agir rápido para mitigar as causas do efeito estufa e para isso, necessitamos afastar o negacionismo ambiental presente e isso se faz com educação ambiental não apenas nas escolas, mas nos veículos de comunicação e nas organizações econômicas e sociais com ações ambientais, sociais e de governança para a boa prática ambiental.

Portanto, todo argumento que busca naturalizar os acontecimentos deste desastre político-ambiental dialoga com a negação da ciência e das evidências impostas pelos acontecimentos recentes.


*Secretário geral do Partido Verde de Porto Alegre. Integrante do programa Estação Gaia da RED.

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil.

Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaositered@gmail.com. Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia.

 

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