De ALEXANDRE CRUZ*
Por viver seis anos morando na Espanha, perdemos algumas coisas que sucedem no nosso país. Há um termo, que não sei de onde veio, que é usado até hoje: é verdade esse bilhete?
Há rumores que a extrema esquerda fará uma manifestação como contraponto aos protestos antipatrióticos da extrema direita. Parece que é hoje, dia 16. É tão impactante, que estou na fase da negação, custando acreditar que estes manifestantes farão algo tão absurdo.
Será que esqueceram que as mobilizações de 2013 iniciaram com a “esquerda” e a direita se aproveitou, com modus operandi de infiltração e posteriormente dominaram aquele cenário do ‘gigante acordou’ que culminou com a derrubada da presidente Dilma Rousseff?
Os extremos de um e de outro em termos de pensamento binário não é muito diferente, nem na sua radicalidade. O que distingue é que a extrema direita tem quem financia. Quanto a ultra esquerda, tem suas limitações do conhecimento histórico. Geralmente, sempre buscam enfraquecer a esquerda, digamos, mais científica. Mais pensativa.
Seguindo na política nacional, continuo apostando que o Arthur Lira terá adversário para presidência da Câmara dos Deputados. Coloco as fichas na roleta, que ocorrerá uma conversa ainda entre o Renan e o Lula no Egito. Necessariamente não precisa ser do MDB. Claro que não vão jogar o Lira na oposição como ocorreu no passado com o Eduardo Cunha. Logo, isso requer arte. Equilíbrio. E o Lula sabe atuar como ninguém!
E o mercado, hein? Estes estão disputando o governo como fizeram no primeiro mandato do Luiz Inácio Lula da Silva. Na semana passada, o dólar subiu e a bolsa de valores baixou com a fala do presidente eleito, que afirmou que a prioridade é colocar o pobre no Orçamento. Só que desta vez o Lula está calejado, experiente, e vai trazer boas novas do exterior. Me refiro a economia. Portanto, não se deve dimensionar o mercado. Quem faz isso é a Folha de São Paulo, Estadão, O Globo.
Finalizo com a lembrança do livro O Poderoso Chefão, de Mário Puzo, quando o Mike Corleone pergunta ao seu pai o motivo de ajudar pessoas como Luca Brasil, que estava na prisão, na sarjeta. Com a sua sabedoria habitual, Vito diz que a eterna gratidão é paga com a lealdade, e o pai do Mike sempre acertou sobre a natureza humana.
Dito isso, Geraldo Alckmin tem sido surpresa para muitos e sem chance de errar, será muito leal ao presidente eleito. Adversários políticos, Lula tira o Alckmin do ostracismo político. Se não contrariar esses personagens citados do Poderoso Chefão inspirado no Príncipe, de Nicolau Maquiavel, a tendência é Geraldo Alckmin ser leal ao Lula.
*Jornalista.
Imagem – reprodução de O Poderoso Chefão.
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