O desembargador Marcelo Malucelli, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), pediu afastamento da relatoria dos processos da Operação Lava Jato na quinta-feira, 20. Em sua decisão, Malucelli se declarou suspeito para analisar os recursos investigados na segunda instância.
O afastamento acontece após o desembargador restabelecer o pedido de prisão preventiva do advogado Rodrigo Tacla Duran na quarta-feira, 12. Dois dias depois, o TRF4 informou que ocorreu um erro no texto.
O novo pedido repercutiu dentro e fora do tribunal. Além do novo juiz da Lava Jato, Eduardo Appio, questionar a decisão, a relação pessoal do desembargador Malucelli como ex-juiz e senador Sérgio Moro (União-PR) foi exposta.
O desembargador Marcelo Malucelli é pai do advogado João Eduardo Barreto Malucelli, sócio do escritório Wolff & Moro Sociedade de Advogados, que pertence a Sérgio e Rosângela Moro. Seu filho também é genro de Moro e trabalha no gabinete do deputado estadual do Paraná Luiz Fernando Guerra (União). Guerra é irmão do suplente de Moro no Senado Federal.
Por essa razão, o desembargador pediu afastamento. “Ante a ocorrência de circunstâncias posteriores à data em que assumi os processos oriundos da presente operação, em trâmite junto ao Juízo Federal da 13ª Vara Federal de Curitiba/PR e que se relacionam com a integridade física e moral de membros da minha família, declaro minha suspeição superveniente, por motivo de foro íntimo, para atuar neste e em todos os demais processos relacionados por prevenção, a partir desta data”, explicou Malucelli.
Rodrigo Tacla Duran é investigado pelo seu envolvimento com a Odebrecht, UTC e Mendes Junior na Operação Lava Jato. O advogado acusa Sérgio Moro de extorsão. O caso é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e Tacla Duran é testemunha protegida no processo.
Com informações da Agência Brasil.
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