CPI do MST atende a interesses eleitorais e acontece em momento de reposicionamento da esquerda, afirma dirigente do movimento

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) está chegando ao fim. Os parlamentares devem votar o relatório apresentado pelo relator, deputado Ricardo Salles (PL-SP), que pede o indiciamento de 11 pessoas e apresenta sete projetos de lei contra invasões de terras.

Mas essa não foi a primeira vez que o movimento é alvo do Legislativo. Em 2003, 2005, 2007 e 2017 também foram criadas comissões que se propuseram investigar o movimento, como lembra o advogado e dirigente Nacional do MST do Rio Grande do Sul, Mauricio Roman.

Para Roman, a criação da comissão procurar atender muito mais às pretensões políticas de integrantes. O relator Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente, iria concorrer à Prefeitura de São Paulo, e o presidente da CPI, tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS), cujo partido quer disputas prefeituras no Rio Grande do Sul ano que vem.

“A gente não consegue identificar o que eles queriam ou querer atingir. Geralmente, quando você abre uma CPI é pra investigar se houve fraude, se houve roubo, se houve desvio de dinheiro público. Agora, novamente a gente volta ao palco dessa CPI num momento político equivocado. É um momento que o Lula, as forças de esquerda estão se reposicionando dentro do próprio conjunto brasileiro, afirma.

“Talvez seja um pouco por isso que eles retomam essa investigação do movimento, porque a única a ação que a gente fez na verdade esse ano foi três ou quatro ocupações de áreas pequenas, de áreas simbólicas. Então, o movimento em si nem fez grandes ocupações nem veio também a público fazer afrontas ao governo. Me parece que é muito mais uma questões eleitoreira mesmo de alguns candidatos querendo aparecer e de mostrar força dentro do Congresso”, completa.

A votação do relatório apresentado por Salles estava prevista para ocorrer nesta terça-feira, 26, a partir das 15h, mas foi cancelada e prorrogada para quinta-feira, 28. Segundo a Câmara dos Deputados, o adiamento de dois dias é necessário para que se cumpra o prazo regimental de duas sessões em virtude do pedido de vista ao relatório final.

Assista ao programa completo:

O programa Espaço Plural vai ao ar no YouTube e no Facebook de segunda à sexta-feira, a partir das 14h, com a apresentação do jornalista Solon Saldanha.


Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados.

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