CORRESPONDENTE POLÍTICO: PSB resiste à perda da vice com Alckmin em 2026

translate

1_siqueira_2_2-423613

Por RUDOLFO LAGO*, do Correio da Manhã

Depois de 11 anos no comando, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, deixa o cargo. Em seu lugar, assumirá o prefeito do Recife, João Campos, filho de Eduardo Campos, que morreu em um acidente aéreo em 2014 quando disputava a Presidência da República. A posse de João Campos parece retomar um ciclo. Um dos principais assessores de Eduardo Campos naquela campanha à Presidência, Siqueira assumiu o comando do partido, que agora entrega ao filho de Eduardo, aos 31 anos e um dos prefeitos mais populares do país. Há quem veja João Campos como um nome potencial de renovação à esquerda no futuro. Mas, para que isso aconteça, o PSB precisa preservar os espaços que tem. Isso passa por manter Geraldo Alckmin vice.

Entrevista

Foi o que disse Carlos Siqueira em entrevista esta semana ao Programa Direto de Brasília, do jornalista Magno Martins, do Diário de Pernambuco. O Correio Político participou da entrevista exatamente com a pergunta sobre a manutenção de Alckmin na chapa de 2026.

Coalizão

Dentro da complicada ginástica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para preservar a sua ampla coligação na tentativa de reeleição, fala-se na troca de Alckmin por um candidato dos demais partidos da base. Especialmente do centro. Cogitações envolvem MDB e PSD.

Trocar vice-presidente seria “uma desfeita”

Na visão de Siqueira, Alckmin é “o vice dos sonhos” | Foto: Cadu Pinotti/Agência Brasil

Na avaliação de Carlos Siqueira, trocar Geraldo Alckmin por um outro candidato a vice seria “uma desfeita”. Com ele e com o PSB, afirma. Primeiro, porque, para Siqueira, Alckmin é “o vice que todo presidente sonharia ter”. Tem sido, considera, “leal e eficiente” (inclusive ocupando posto importante também no Ministério de Indústria e Comércio). Além disso, Carlos Siqueira toca na ferida: Lula contará mesmo com os apoios dos partidos que tenta seduzir para a sua chapa? Ainda que conte, é muito improvável que isso signifique a totalidade dessas legendas, com a replicação do apoio a Lula em todos os estados e regiões.

PSD

Uma das hipóteses que se cogita é a troca pelo PSD. Mas, então, lembra Siqueira, o presidente do partido, Gilberto Kassab, é secretário de Estado de Tarcísio de Freitas no governo de São Paulo. E Tarcísio é um dos nomes cogitados para disputar contra Lula em 2026.

MDB

O apoio do MDB é mais provável. Mas, certamente, não acontecerá em todos os lugares. Em São Paulo mesmo, o prefeito Ricardo Nunes faz oposição. E é um provável nome de oposição ao governo de São Paulo caso Tarcísio deixe o cargo para disputar a Presidência.

São Paulo

Recentemente, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu defendeu que o PT e o governo precisariam ter uma “chapa forte” em São Paulo. E sugeriu o nome de Alckmin. “Acredito que quem já foi governador por quatro vezes não pretende voltar ao cargo”, rebateu Siqueira.

Abin

Apesar do apoio ao governo, Siqueira ainda tocou em outras feridas. Como Eduardo Campos. Ele afirmou que Dilma Rousseff, que então disputava a reeleição, teria colocado a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para investigar Campos. “Vivi tudo intensamente”, disse ele.


*Rudolfo Lago é jornalista do Correio da Manhã / Brasília, foi editor do site Congreso e é diretor da Consultoria Imagem e Credibilidade.

Publicado originalmente no Correio da Manhã.

Foto de capa: Para Siqueira, tirar Alckmin seria “uma desfeita” |PSB

Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaoportalred@gmail.com . Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia..

Gostou do texto? Tem críticas, correções ou complementações a fazer? Quer elogiar?

Deixe aqui o seu comentário.

Os comentários não representam a opinião da RED. A responsabilidade é do comentador.

Uma resposta

  1. É impressionante como o Carlinhos Siqueira pode ser comparado com os socialistas argentinos, e com o apelido de “gorila”, pela sua oposição ao movimento peronista.
    No caso, aqui, é seu antipetismo
    Não adianta ter tido anos de conversações e discussões, desde antes do golpe na Dilma, ele trabalhou abertamente pelo impeachment

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

plugins premium WordPress

Gostou do Conteúdo?

Considere apoiar o trabalho da RED para que possamos continuar produzindo

Toda ajuda é bem vinda! Faça uma contribuição única ou doe um valor mensalmente

Informação, Análise e Diálogo no Campo Democrático

Faça Parte do Nosso Grupo de Whatsapp

Fique por dentro das notícias e do debate democrático