Por RUDOLFO LAGO*, do Correio da Manhã
Como comentamos por aqui ontem, o show de horrores no Senado com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, tem muita relação com a falta de unidade dentro do próprio governo com relação à pauta ambiental. Mas, para além da absurda agressão a Marina, o governo sofre hoje um problema crônico, que já se verificara em outras ocasiões. Não raras vezes, a oposição nada de braçada nos debates nas comissões temáticas. É comum não haver em vários momentos a presença de um integrante sequer da base do governo. Mais organizados, os oposicionistas dominam os debates. “A base não tem a mesma disposição para o embate”, admitiu ao Correio Político, o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP).
CPMI
Em algum momento, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), cederá a instalação da CPMI do INSS. Essa falta de organização e de “disposição para o embate”, como reconhece o próprio líder do governo, poderá, então, virar um grande problema.
Crônico
O que assustou na fala de Randolfe foi a constatação, por ele, de que esse seria um problema crônico. O governo é minoria na Câmara e no Senado. Na avaliação do líder, já perde no número. E a derrota acaba se ampliando por conta de uma postura menos aguerrida.
Debate se perde mesmo onde a esquerda dominava
Damares nos direitos humanos, que era da esquerda | Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
No caso específico do que houve com Marina, foi triste constatar que a falta de defesa a ela muito se deu pelas divergências internas no governo. Pior para o governo. Porque Marina acabou saindo maior do Senado. O grau de agressividade pode ter feito com que, aos olhos da sociedade, a vitoriosa tenha sido ela, apesar do isolamento ali. Mas a constatação é de que o governo e a esquerda têm muitas vezes perdido o debate mesmo em áreas que sempre dominaram. Mesmo quando era oposição, por exemplo, o PT tinha o comando da Comissão de Direitos Humanos. Hoje, ela é presidida pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF).
Pauta
Parte da esquerda tende a menosprezar a direita. Especialmente essa nova extrema-direita que pouco compreende. Por mais, porém, que achem que suas convicções são absurdas, a extrema-direita não é tola. E tem uma pauta muito clara e clareza de como explorá-la.
Damares
No caso dos direitos humanos, Damares sabe bem quais são os maiores problemas que afetam as comunidades mais carentes, especialmente as mulheres, hoje de maioria evangélica, como ela. E constrói um discurso para abordar tais problemas e sugerir solucioná-los.
Famílias
Foca, então, na ideia de que tais problemas – violência de gênero, feminicídios, estupros, etc – são consequência da existência de famílias desestruturadas. E constrói por aí o seu discurso. Correto ou não, o fato é que a esquerda vem perdendo a disputa na periferia.
Minoria
Assim, a constatação de Randolfe de que essa é a realidade dentro do Congresso, corre seriamente o risco de extrapolar para o lado de fora. No fundo, a minoria no Congresso já é escolha da sociedade. Que votou em Lula pela sua força. Mas ele pode contar com isso sempre?
*Rudolfo Lago é jornalista do Correio da Manhã / Brasília, foi editor do site Congreso e é diretor da Consultoria Imagem e Credibilidade.
Publicado originalmente no Correio da Manhã.
Foto de capa: Randolfe reconhece: base do governo não é aguerrida | Andressa Anholete/Agência Senado
Respostas de 2
Isso é simplesmente a constatação da baixa qualidade da conciencia política, das últimas levas de parlamentares eleitos, onde a questão é puramente eleitoreira. A isso, juntasse o despreparo dos dirigentes partidarios da esquerda.
E não é por falta de avisos, depois jogarão à culpa na falta de conciencia de clases da população, mas reconhecer OS erros cometidos, o egocentrismo impede.
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