O pesquisador Alysson Muotri, da Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD), vai ser o primeiro cientista brasileiro a ir para o espaço, mais especificamente para a Estação Espacial Internacional (a ISS). O anúncio foi feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se reuniu com o pesquisador na última terça-feira (27).
Muotri é considerado o 1º cientista do país no espaço já que Marcos Pontes, o primeiro brasileiro, é engenheiro de formação e militar. Além disso, é um dos mais respeitados cientistas do mundo em transtornos do desenvolvimento neurológico, principalmente o autismo.
Ele será o terceiro brasileiro a ir ao espaço. No ano passado, o engenheiro Victor Hespanha fez um voo suborbital de cerca de 10 minutos e se tornou o segundo brasileiro a ir ao espaço, mas não à ISS.
Em entrevista ao g1, Muotri revela que deve viajar ao espaço em novembro de 2024, em “uma missão bastante especial e ambiciosa, cujos resultados podem ajudar, inclusive, na colonização de outros planetas”.
O cientista vai passar cerca 10 dias na ISS executando diversos experimentos com os chamados “minicérebros”, que são uma versão reduzida do nosso mais complexo órgão, formados a partir de “células-tronco pluripotentes”, reprogramadas de células periféricas (sangue, polpa de dente ou pele) do próprio individuo seguindo uma complexa receita química. Um dos principais objetivos da pesquisa é entender os efeitos da microgravidade nesses organoides e, consequentemente, no cérebro dos astronautas.
Em 2019, em colaboração com a Nasa e a Universidade da Califórnia, o pesquisador já tinha enviado minicérebros para o espaço, e a viagem permitirá experimentos in loco e ampliação dos estudos.
Foto: Arquivo pessoal/Alysson Muotri
