Bilionários que apoiaram Trump agora ameaçam sua campanha

translate

arzh-CNenfrdeitjaptruesyi
WhatsApp Image 2025-06-06 at 16.39.20

Por J. CARLOS DE ASSIS*

 Elon Musk já deu o tom: primus inter paribus (primeiro entre seus pares bilionários) que ajudaram a eleger Trump, ele desfechou um ataque mortal contra o atual presidente norte-americano, criticando violentamente o orçamento aprovado pela Câmara. Foi seguido por iniciativas similares de outros integrantes das classes dominantes do País. E já se fala abertamente em impeachment dele, e de sua substituição pelo vice JDVance, mais confiável (para os bilionários).

            A História não recua. Trump, com seu conservadorismo extremo, inclusive em matéria de costumes e não apenas em economia, tenta de forma absurda empurrá-la para trás. Isso é um contrassenso. De acordo com as leis dialéticas descobertas por Hegel e por Marx, quando dois sistemas sociais em confronto esgotam suas energias em lutas exaustivas, o futuro consiste numa síntese em nível superior, e nunca num recuo. As lutas ente Capitalismo e Socialismo se esgotaram. Agora deve-se avançar.

            Trump ficou fora do tempo e breve já não terá seu espaço na Casa Branca. Tudo que tinha de fazer de mal ao mundo e aos próprios Estados Unidos já fez, com sua absurda subversão tarifária, sua discriminação étnica, seu apoio ao terrorismo de Estado na Rússia e na Ucrânia, sua perseguição a imigrantes, homossexuais e intelectuais. Tudo imposto a aliados e inimigos, indiscriminadamente. Breve se verão as consequências disso na forma de inflação e de alto desemprego, desmascarando sua demagogia eleitoral.

            O ápice desse processo não será a revolta dos bilionários contra o Presidente, mas a condenação pelo povo das políticas que o atingem diretamente, na forma acima indicada de aumento de custo de vida trazido pelas tarifas e do desemprego provocado pela ruptura das cadeias produtivas da indústria. É isso, principalmente, que determinará o impeachment. Deputados e senadores disputarão eleições parciais em menos de dois anos, e obviamente terão de considerar o estado de ânimo que vem “de baixo para cima” em suas decisões políticas. Do contrário, rolarão ladeira abaixo junto com Trump.

            Curiosamente, como sempre ocorre na História, os processos políticos determinantes nem sempre são desencadeados  por ações e discursos coerentes que os justificam. No caso, as críticas de Musk ao orçamento são na verdade infundadas. Os Estados Unidos não precisam fazer equilíbrio orçamentário para sustentar o valor do dólar e seu crescimento econômico. São emissores de dólares, enquanto houver demanda de dólar no mundo, o dólar não perderá valor.

            Entretanto, é bom que Elon Musk, movido essencialmente pela ideologia neoliberal que exige equilíbrio fiscal, tenha partido para o ataque ao orçamento, mesmo sem razão. Sua atitude desencadeou um processo de ataques similares por parte de outros bilionários e de grandes empresários de igual ideologia que estão se sentindo sufocados pelas extravagâncias do Presidente no campo econômico. Com isso, tudo está contribuindo para o impeachment.

            Temos no Brasil uma situação similar. Lula deu à equipe econômica liberdade absoluta para que, junto com a direita e a extrema direita do Congresso, imponha ao País medidas fiscais e monetárias restritivas que estão estrangulando nossa capacidade de desenvolvimento sustentável a altas taxas. A equipe econômica não se fez de rogada. Continua navegando no barco neoliberal em confronto com políticas sociais responsáveis exigidas por uma população com tremendas desigualdades sociais e com extrema concentração de renda.

            Como consequência, o povo não tem motivos para esperar que venham “de cima para baixo” iniciativas políticas capazes de promover seus interesses. Já as classes dominantes brasileiras, assim como Musk, apoiam vigorosamente as políticas neoliberais. Nossa resposta a isso, na falta da reversão de Lula a uma política nacional desenvolvimentista, é buscar o desenvolvimento de “baixo para cima” a partir da ocupação do território com iniciativas locais e regionais economicamente promissoras.

            Por isso lançamos o movimento “Vamos Fazer o Brasil Grande de Vez”. Tencionamos realizar grandes mobilizações públicas em futuro não muito distante para promover o movimento com duas características básicas. No plano prático,expandindo o número de Arranjos Produtivos Locais (APLs) no país, para que em lugar de apenas protestar contra o Governo, as pessoas tenham como ganhar dinheiro e garantir para si e a família condições dignas de sobrevivência.

            No plano teórico, os Arranjos Produtivos serão as bases materiais do Sociocapitalismo, que é o sistema que deverá integrar Capital e Trabalho no futuro de forma não conflituosa, em empreendimentos organizados  em Sociedades Anônimas dirigidas pelos próprios trabalhadores. Esta, a meu ver, é a síntese do Capitalismo e do Socialismo num nível superior, fazendo avançar a História segundo as leis dialéticas ignoradas por Donald Trump e seus asseclas de direita e de extrema direita.

*** O texto foi atualizado para corrigir erro de digitação e falta de espaço entre palavras.


*J. Carlos de Assis é jornalista, economista, doutor em Engenharia de Produção, professor aposentado de Economia Política da UEPB, e atualmente economista chefe do Grupo Videirainvest-Agroviva e editor chefe do jornal online “Tribuna da Imprensa”, a ser relançado brevemente.

Foto de capa: IA

Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaoportalred@gmail.com . Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia..

Gostou do texto? Tem críticas, correções ou complementações a fazer? Quer elogiar?

Deixe aqui o seu comentário.

Os comentários não representam a opinião da RED. A responsabilidade é do comentador.

Respostas de 4

  1. Nota 10. Vamos organizar o povo em estruturas independentes. Precisamos de comida na mesa e crianças nas escolas que ofereçam merenda escolar (frutas). Precisamos dividir a riqueza do Brasil com os que tem fome de tudo.

  2. Não li todo o texto. Parei em “terrorismo de estado na Rússia e na Ucrânia “. Ainda dei uma olhada geral.para ver se havia alguma referência ao “terrorismo de Israel” em Gaza. Não achei! Não tinha porque continuar em texto que fala na dialética bem ctrcxctrcv. Tendencioso. Além disso, Musk já está em campanha para presidente. Não sei quem é pior: ele ou Trump.

  3. Terrorismo de Estado promovido pela Rússia, que luta contra o regime neonazista ucraniano? Não entendi. ( A palavra “contrassenso” não se escreve com C e sim com dois S).

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

plugins premium WordPress