Curtas
Transportadora pró-Bolsonaro deve garantir votação de todos os empregados, decide Justiça
Transportadora pró-Bolsonaro deve garantir votação de todos os empregados, decide Justiça
Empresa, que presta serviços para a Havan, havia prometido flexibilizar escala apenas de eleitores do atual presidente.
A Justiça determinou no domingo, 23, que a transportadora Transben, de Santa Catarina, garanta que todos os funcionários consigam votar no segundo turno das eleições. A empresa presta serviços para as lojas Havan e é do cunhado de Luciano Hang, o empresário Adriano Benvenutti, e prometeu flexibilizar a escala apenas dos motoristas que apoiam o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em vídeo distribuído aos empregados da Transben, Benvenutti pede votos para o presidente e diz que a empresa vai organizar a escala de trabalho de domingo (30) para tentar garantir que os motoristas bolsonaristas estejam na cidade onde votam. “Eu gostaria que todos ligassem para os seus gestores e falassem para os seus gestores onde que votam. Claro, os que votam no Bolsonaro. Os que votam no Lula podem continuar viajando. Nós vamos tentar organizar, levar você para perto de seu lugar de votação, para todos conseguirem votar.”
No áudio, o empresário ainda afirma que a transportadora “vai sofrer bastante” caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ganhe as eleições. “Se o Lula ganhar, gente, vai ter desemprego, desvalorização das coisas, o Brasil vai frear”.
Em decisão, a transportadora deverá enviar à Justiça as escalas de viagem dos motoristas entre os dias 25 a 31 de outubro em até 24 horas e está proibida de tentar interferir no voto dos funcionários. Uma audiência de conciliação está marcada para esta terça-feira (25). O MPT (Ministério Público do Trabalho) acionou a Justiça depois que a empresa se recusou a assinar um TAC (termo de ajuste de conduta). A reportagem não conseguiu contato com a defesa do empresário nem da Transben. A Havan não quis se manifestar.
O texto ainda afirma que a empresa não desmentiu o conteúdo do vídeo, mas “amenizou o tom do discurso nele contido, como uma espécie de brincadeira”, e alegou que seu objetivo era reduzir a abstenção do segundo turno.
A juíza Andréa Maria Limongi Pasold entendeu que a Transben tentou não só favorecer os empregados que pretendem votar em Bolsonaro, mas também prejudicar os demais, impedindo que eles estejam em seus domicílios eleitorais no segundo turno.
A Folha mostrou que empresas de transportes declaradamente alinhadas a Bolsonaro estão liberando seus caminhoneiros de trabalharem no fim de semana para que eles consigam votar. Mensagens que circulam nas redes sociais propõem que as transportadoras suspendam os fretes a partir de sexta-feira (28).
Com informações da Folha de São Paulo.
Imagem – reprodução.
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