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As raízes históricas do Sul Global

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As raízes históricas do Sul Global
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Por WAGNER SOUSA* As sanções impostas pelos Estados Unidos e seus aliados à Rússia, após a invasão da Ucrânia, visavam isolar o país e provocar uma crise econômica sem precedentes, que inviabilizasse o esforço de guerra. Como se sabe, as sanções fracassaram em seu intento. A Rússia vem conseguindo driblar estas restrições em cooperação com outros países, fora da órbita de aliados mais próximos dos Estados Unidos. Isto permite a continuidade de suas ações na Ucrânia. Após um declínio inicial, fruto das sanções, a economia russa voltou a crescer. Muitos países tem colaborado com a Rússia, comprando petróleo e gás, caso de China e Índia, vendendo armamentos, caso do Irã, e atuando em “triangulações”, importando bens do Ocidente, como chips, que depois clandestinamente são revendidos aos russos, como já o fizeram Cazaquistão, Chipre e vários outros. O Brasil é um importante importador de óleo diesel do país. Outro aspecto a se destacar é que também fracassou a tentativa dos Estados Unidos e seus aliados europeus da OTAN de isolar politicamente a Rússia em nível mundial. O chamado “Sul Global” não aderiu às sanções, não apoia o esforço de guerra ucraniano, bancado basicamente pela OTAN e, mesmo que muitos tenham votado em sessões da ONU condenando a invasão russa, não tem manifestado, em suas posições como países individualmente, discursos frequentes de condenação à invasão, o que representa uma leitura geopolítica que perpassa esses países, de que se trata de uma proxy war, e que a Ucrânia, mesmo que tenha seus interesses nacionais em jogo, atua como peão do Ocidente em uma guerra contra a Rússia. O que se entende como “Sul Global” não obedece exatamente à geografia, pois abarca países do sul e do norte do planeta, abrangendo América Latina, África, Ásia e países insulares assim como “Norte Global” abrange também  Austrália e Nova Zelândia. Contudo ambos são conceitos válidos para o campo da Geopolítica. A ideia de Sul Global deriva do chamado Movimento dos Não-Alinhados e do G-77 das Nações Unidas, grupos que advogavam não seguir nem o bloco dos países capitalistas desenvolvidos, o “Primeiro Mundo”, liderado pelos EUA, nem o bloco socialista, liderado pela URSS, o “Segundo Mundo”. Sarang Shidore, Diretor do Programa de Sul Global do Quincy Institute for Responible Statecraft e membro adjunto da George Washington University lembra, no artigo “The Return of the Global South”, publicado em 2023, em Foreign Affairs, que estas nações, a vasta maioria da humanidade, foram denominadas como “Terceiro Mundo” como consequência do aumento, com o processo de descolonização, do número de países, no imediato pós-II Guerra Mundial, que chegaram a 70, já nos anos 1940. Esta nomenclatura específica começou a ser utilizada propriamente a partir de um artigo publicado pelo cientista social francês, Alfred Sauvy, que cunhou este termo para se referir a estes países. Sauvy fez um paralelo entre as exploradas colônias recém independentes e o “Terceiro Estado” da França pré-revolucionária. Explica Shidore que, com o tempo, “Terceiro Mundo” foi ganhando conotação pejorativa para os países pobres; “países em desenvolvimento”, termo em destaque por décadas, foi sendo criticado pela ideia linear de “um caminho para se tornar desenvolvido.” O autor, no artigo supracitado, diz que Sul Global “(...) tem suas origens no século vinte. O termo foi usado no conhecido relatório de 1980 North-South: A Programee for Survival criado pelo comitê independente liderado pelo Ex-Chanceler alemão Willy Brandt e pelo relatório de 1990 The Challenge to the South: the Report of the South Comission produzido por painel das Nações Unidas liderado por Julius Nyerere, o então presidente da Tanzânia. O prefixo ‘global’ foi adicionado nos anos 1990, depois do fim da Guerra Fria, possivelmente um subproduto da crescente popularidade de outro termo, ‘globalização’, que entrou em voga na época.” A partir do início dos anos 1990, com a reunificação da Alemanha e o fim da URSS, com o fim, portanto, do bloco socialista, o “Segundo Mundo” deixou de existir e se afirmou, nesta década, a hegemonia “unipolar” dos EUA. Como consequência o liberalismo econômico voltou com força, as fronteiras (para o capital, essencialmente) deveriam ser abertas e esta integração deveria (pela propaganda, ao menos) reduzir as assimetrias entre as nações. Isto não ocorreu para a maioria dos países do Sul Global. As consequências das crises desencadeadas por este liberalismo na década de 1990, especialmente, e o deslocamento crescente do eixo econômico mundial para a Ásia, com a China se tornando o principal parceiro comercial da maior parte dos países e o mundo vivendo um ciclo crescimento generalizado na década de 2000 (até o estouro da crise imobiliária americana, em 2008) mudaram as políticas de muitos países que passaram a adotar, em muitos casos, uma espécie de “protecionismo seletivo” e incentivo a certos setores, como citado por Shidore “(...) nos últimos anos Indonésia e Zimbabwe passaram a restringir as exportações de níquel e lítio, respectivamente, com o intuito de atrair maiores investimentos do exterior. A nova política para o lítio do Chile inclui um papel muito maior para o Estado na mineração e industrialização. Algo similar ocorre na iniciativa saudita para criação de uma indústria de hidrogênio verde e no objetivo da Índia de atrair indústrias de manufaturados eletrônicos. A ideologia cedeu lugar a uma experimentação com modelos econômicos híbridos.” É importante destacar que especialmente a ascensão chinesa, puxando o crescimento de grande parte do Sul Global (e também de países do Norte Global, como a exportadora Alemanha) diminuiu a dependência econômica em relação aos Estados Unidos e à Europa, reduzindo, portanto, a capacidade de pressão em temas como a Guerra da Ucrânia. Essa maior “autonomia relativa” alimenta também as demandas por reformas nas instituições internacionais, as quais mantém uma distribuição de poder que pouco mudou desde sua criação, fator de grande insatisfação para a maioria dos Estados. Embora não estejam no núcleo de poder do sistema internacional, os países do Sul Global, organizados em fóruns como o BRICS e a Organização para a Cooperação de Xangai ou organizações como a União Africana e numa miríade de pactos e tratos bilaterais, como, por exemplo, os acordos de comércio em moeda local, para escapar ao predomínio do dólar, se colocam, em toda a sua heterogeneidade de médias potências e países pobres, numa posição de contestação da ordem internacional liderada pelos EUA e seus aliados próximos. E o fazem, com postura realista, operando com os recursos que possuem, num contexto em que são beneficiados pelas mudanças na arquitetura de poder internacional.   *Wagner Souza é Mestre em Sociologia pela UFPR, Doutor em Economia Política Internacional pela UFRJ. Pós-Doutorando em Economia Política Internacional pela UFRJ. Idealizador e Editor do site América Latina www.americalatina.net.br. Colaborador do boletim Observatório do Século XXI. Foto da capa: Reprodução Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaoportalred@gmail.com. Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia.    

Economia

Em 2023, pobreza no país cai ao menor nível desde 2012

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Em 2023, pobreza no país cai ao menor nível desde 2012
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Por AGÊNCIA IBGE NOTÍCIAS* IBGE divulga estudo e mostra que miséria e pobreza atingem o menor patamar da história do Brasil O estudo é a Síntese de Indicadores Sociais com dados referentes ao ano de 2023. Segundo ele, a pobreza e a extrema pobreza registraram os menores índices da série histórica, iniciada em 2012. A miséria ficou em 4,4% da população caindo, pela primeira vez, abaixo dos 5%. Além disso, 8,7 milhões de brasileiros saíram da condição de pobreza, reduzindo o contingente para 59 milhões, o menor número registrado em mais de uma década. Destaques De 2022 a 2023, o percentual da população do país abaixo da linha de pobreza adotada pelo Banco Mundial (US$ 6,85 PPC por dia ou R$ 665 por mês) caiu de 31,6% para 27,4%. Foi a menor proporção desde 2012. Em um ano, 8,7 milhões de pessoas saíram da pobreza no país. Numericamente, essa população recuou de 67,7 milhões para 59,0 milhões, seu menor contingente desde 2012. No mesmo período, a proporção da população na extrema pobreza (US$ 2,15 PPC por dia ou R$ 209 por mês) recuou de 5,9% para 4,4%, o menor percentual desde 2012. Pela primeira vez, esse indicador ficou abaixo dos 5,0%. De 2022 a 2023, cerca de 3,1 milhões de pessoas saíram da extrema pobreza, no país. A população na extrema pobreza recuou de 12,6 milhões para 9,5 milhões, menor contingente desde 2012. Em 2023, cerca de 51% das pessoas em áreas rurais viviam em domicílios beneficiados por programas sociais. Em áreas urbanas, essa proporção era de 24,5%. Entre as pessoas com 0 a 14 anos, 42,7% (ou duas em cada cinco) viviam em domicílios com benefícios de programas sociais. Em 2023, o total de jovens de 15 a 29 anos que não estudavam e não estavam ocupados atingiu o menor número (10,3 milhões) e a menor proporção (21,2%) desde o início da série, em 2012. Entre 10,3 milhões de jovens de 15 a 29 que não estudavam nem estavam ocupados, as mulheres pretas ou pardas eram 4,6 milhões (ou 45,2% desse total, enquanto as mulheres brancas eram 1,9 milhão (ou 18,9%). Já os homens pretos ou pardos eram 2,4 milhões (23,4%) e os homens brancos, 1,2 milhão (11,3%). O rendimento-hora dos trabalhadores de cor ou raça branca (R$ 23,02) era 67,7% maior que o dos trabalhadores de cor ou raça preta ou parda (R$13,73). Em 2023, o rendimento médio por hora trabalhada dos homens (R$18,81) superou o das mulheres (R$16,70) em 12,6%. A maior desigualdade estava entre pessoas com nível superior completo, com o rendimento médio dos homens (R$42,60) superando o das mulheres (R$30,03) em 41,9%. [caption id="attachment_16734" align="alignnone" width="300"] Entre 2022 e 2023, 8,7 milhões de pessoas saíram da pobreza no país - Foto: Licia Rubinstein[/caption] De 2022 a 2023, o percentual da população do país com rendimento domiciliar per capita abaixo da linha de pobreza adotada pelo Banco Mundial (US$ 6,85 PPC por dia ou R$ 665 por mês) caiu de 31,6% para 27,4%. Foi a menor proporção desde 2012. Numericamente, essa população recuou de 67,7 milhões para 59,0 milhões, seu menor contingente desde 2012. Em um ano, 8,7 milhões de pessoas saíram da pobreza no país. Os dados são da Síntese de Indicadores Sociais (SIS), divulgada hoje pelo IBGE. No mesmo período, a proporção da população do país com rendimento domiciliar per capita abaixo da linha de extrema pobreza (US$ 2,15 PPC por dia ou R$ 209 por mês) do Banco Mundial recuou de 5,9% para 4,4%, a menor proporção desde 2012. Pela primeira vez, esse indicador ficou abaixo dos 5,0%. Em números absolutos, a população na extrema pobreza recuou de 12,6 milhões para 9,5 milhões de pessoas, também o menor contingente desde 2012. Em um ano, cerca de 3,1 milhões de pessoas saíram da extrema pobreza. Nessa análise, o IBGE considerou as linhas do Banco Mundial segundo o Poder de Paridade de Compra (PPC), que monitoram o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 1 (ODS nº 1: Erradicação da Pobreza). Na hipótese de não existirem os programas sociais implementados pelo governo federal, a proporção de pessoas na extrema pobreza em 2023 teria subido de 4,4% para 11,2%. Já a proporção da população na pobreza teria subido de 27,4% para 32,4%. Programas sociais impedem aumento da desigualdade de renda em 2023 Em 2023, o índice de Gini (0,518) manteve o mesmo valor de 2022, indicando que não houve redução na desigualdade de rendimento frente ao ano anterior. André Simões, que integra a equipe responsável pela SIS, avalia: “por atuarem mais na base da estrutura de rendimentos, os efeitos dos benefícios de programas sociais impediram que o Gini aumentasse, pois sem esses benefícios, o Gini teria passado de 0,518 para 0,555 No Brasil, em 2023, a renda total apropriada pelos 10% com os maiores rendimentos foi 3,6 vezes maior do que a renda dos 40% com os menores rendimentos. Não houve variação frente a 2022, em consonância com os resultados do Índice de Gini. Ocupação reduz a incidência de pobreza em 2023 Entre as pessoas ocupadas, menos de 1% foram consideradas extremamente pobres em 2023, enquanto entre os desocupados essa proporção chegou a 14,6%. Da mesma forma, a proporção de pessoas ocupadas pobres (14,2%) foi bem inferior à dos desocupados pobres (54,9%). Segundo André Simões, “esses indicadores mostram que há pobreza entre a população ocupada, provavelmente relacionada à vulnerabilidade social de alguns segmentos do mercado de trabalho. No entanto, a pobreza e a extrema pobreza entre os trabalhadores são menos intensas do que na população desocupada”. Mais da metade da população rural vive em domicílios beneficiados por programas sociais De 2022 para 2023, a proporção de pessoas que viviam em domicílios beneficiados por programas sociais subiu de 25,8% para 27,9%. Em 2020, ponto mais alto da série, essa proporção havia chegado a 36,8%, devido aos benefícios concedidos pelo governo para minorar os efeitos da pandemia de COVID-19. Em 2023, cerca de 51% das pessoas em áreas rurais viviam em domicílios beneficiados por programas sociais. Em áreas urbanas, essa proporção era de 24,5%. Entre as pessoas com 0 a 14 anos, 42,7% viviam em domicílios com benefícios de programas sociais. Essa proporção se reduz com a idade, recuando para 14,7% entre as pessoas com 60 anos ou mais. Ou seja, os programas sociais estão presentes na vida de duas em cada cinco crianças do país. Número de jovens que não estudam nem trabalham é o mais baixo desde 2012 Em 2023, o total de jovens de 15 a 29 anos que não estudavam e não estavam ocupados atingiu o menor número (10,3 milhões) e a menor taxa (21,2%) desde o início da série, em 2012. Denise Guichard, analista do IBGE, avalia que “esta redução se deve à melhora do mercado de trabalho, ao aumento no número de jovens que estudavam e estavam ocupados e também às mudanças demográficas que levam a uma gradual diminuição da população mais jovem no país”. Quanto menor a faixa de rendimento, maior a proporção de jovens de 15 a 29 anos fora do sistema de ensino e sem trabalho. Em 2023, cerca de 21,2% dos jovens não estudavam nem estava trabalhando. No entanto, entre os 10% dos domicílios do país com os maiores rendimentos, 6,6% dos jovens estavam nessa condição, enquanto nos 10% dos domicílios com os menores rendimento, 49,3% dos jovens (praticamente a metade) não estudavam e não estavam ocupados.   Mulheres pretas ou pardas representam 45,2% dos jovens que não trabalham nem estudam Entre 10,3 milhões de jovens de 15 a 29 anos que não estudavam nem estavam ocupados no Brasil em 2023, as desigualdades de gênero e de cor ou raça persistem: as mulheres pretas ou pardas eram 4,6 milhões (ou 45,2% do total de jovens que não estudavam nem estavam trabalhando), enquanto as mulheres brancas eram 1,9 milhão (ou 18,9%). Já os homens pretos ou pardos eram 2,4 milhões (23,4%) e os homens brancos, 1,2 milhão (11,3%). A quantidade de jovens que não estudavam nem estavam trabalhando recuou 4,9% entre 2022 e 2023. No entanto, as maiores reduções no período foram entre as mulheres brancas (11,9%) e entre os homens pretos ou pardos (9,3%). Para os homens brancos o recuo foi menos expressivo (6,5%) e as mulheres de cor ou raça preta ou parda apresentaram a menor redução do período (1,6%). Proporção de mulheres fora da escola e da força de trabalho supera a dos homens O indicador de jovens de 15 a 29 anos que não estudavam e não estavam ocupados inclui simultaneamente aqueles que não estudavam mas buscavam por uma ocupação (jovens desocupados) e aqueles que não estudavam e também não procuravam por uma ocupação (jovens fora da força de trabalho). Em 2023, entre as mulheres jovens que não estudavam e não estavam ocupadas, 76,5% estavam fora da força de trabalho, enquanto a proporção entre os homens era de 61,7%, uma diferença de 14,8 pontos percentuais. Para Denise Guichard, “Isso demonstra que os afazeres domésticos e o cuidado com parentes aumentam a dificuldade das mulheres para buscas uma colocação no mercado de trabalho”. Mercado de trabalho melhora, mas desigualdades permanecem O total das pessoas ocupadas em 2023 chegou ao seu maior contingente desde 2012: 100,7 milhões, com aumento de 3,7 milhões de pessoas (ou mais 3,8%) frente a 2022. Esse aumento ocorreu entre os trabalhadores com vínculo (mais 2,0 milhões) e também entre os sem vínculo (mais 1,7 milhão). Em 2023, o nível de ocupação para o total da população foi de 57,6%. Para os homens, esse indicador alcançou 67,9%, contra 47,9% para as mulheres, uma diferença de 20 pontos percentuais que, salvo pequenas oscilações, foi praticamente a mesma desde 2012. Rendimento-hora dos trabalhadores brancos é 67,7% maior que o dos pretos ou pardos A investigação da desigualdade de rendimentos do trabalho torna-se mais detalhada quando se olha para o número de horas trabalhadas. O rendimento-hora dos trabalhadores de cor ou raça branca (R$ 23,02) era 67,7% maior que o dos trabalhadores de cor ou raça preta ou parda (R$13,73). Essa desigualdade persistia em todos os níveis de instrução, sendo maior (43,2%) na população ocupada com nível superior completo: R$ 40,20 para brancos contra R$ 28,10 para pretos ou pardos. Em 2023, o rendimento médio por hora trabalhada dos homens (R$18,81) superou o das mulheres (R$16,70) em 12,6%. Da mesma forma que na comparação por cor ou raça, a maior desigualdade ocorreu entre pessoas com nível superior completo, com o rendimento médio dos homens (R$42,60) superando o das mulheres (R$30,03) em 41,9%. Informalidade e subutilização da força de trabalho também mostram desigualdades De 2022 para 2023, a proporção de pessoas com ocupações informais no total de trabalhadores do país variou de 40,9% para 40,7%, o que é considerado estatisticamente estável. Essa taxa de informalidade chegou a 45,8% das pessoas ocupadas de cor ou raça preta ou parda, enquanto era de 34,3% entre as pessoas ocupadas brancas. Esses resultados refletem desigualdades historicamente constituídas. Desigualdades semelhantes são encontradas em relação à taxa composta de subutilização da força de trabalho, que considera a desocupação, a subocupação por insuficiência de horas trabalhadas e a força de trabalho potencial. Esse indicador chegou a 20,9% em 2022, recuando para 18,0% em 2023. No entanto, para os homens, a subutilização era de 14,4%, enquanto entre as mulheres essa taxa chegava a 22,4%. Para os brancos, a subutilização era de 13,5%, enquanto entre pretos e pardo ela chegava a 21,3%. Mais sobre a pesquisa A Síntese de indicadores Sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2024, sistematiza informações sobre a realidade social e as condições de vida da população brasileira. O estudo traz indicadores de 2012 a 2024 sobre a estrutura econômica e mercado de trabalho; padrão de vida e distribuição de rendimentos (incluindo linhas de pobreza), condições de moradia; educação; e condições de saúde. Os recortes geográficos incluem grandes regiões, unidades da federação e, em alguns indicadores, municípios das capitais. Nesta edição, foram apresentadas novas análises, como a de indicadores de condições de vida segundo estratos geográficos, que os abordam de forma mais granular no território; a de condições de moradia segundo situação de pobreza monetária; entre outras. Foto da capa: Foto: Stephanie Sinclair Studio  

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CORREIO POLÍTICO | No Congresso, tudo certo como dois e dois são cinco

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CORREIO POLÍTICO | No Congresso, tudo certo como dois e dois são cinco
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Por RUDOLFO LAGO* do Correio da Manhã Brasília Embora o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) tenha marcado a aprovação no plenário para até o dia 14 de dezembro, na terça-feira (3), a sabatina dos três novos diretores do Banco Central ainda não tinha sido marcada na Comissão de Assuntos Econômicos. O dia 14 é o sábado da semana que vem, o que significa que, para acontecer, teria de ser antes desse dia. E os nomes de Nilton David (diretor de Política Monetária), Izabela Correia (Relacionamento Institucional) e Gilneu Vivan (Regulação) só podem ser avaliados no plenário havendo antes a sabatina. E, mantido o rito normal, com o costumeiro tempo de beija-mão (visitas anteriores aos gabinetes dos senadores). É, portanto, menos de uma semana para que tudo aconteça. Dá tempo No Senado, avalia-se que, em princípio, dá tempo, ainda que tenha ficado muito. Mas o fato de a sabatina não ter sido ainda marcada é mais um dos diversos sinais de paralisia por conta dos maus humores no relacionamento do Legislativo com os demais poderes. Orçamento O Senado vivia na terça a expectativa de que pudesse vir a ser liderada via Câmara uma nova rebelião parlamentar em torno da forma como o Supremo Tribunal Federal estabeleceu as regras para liberar as emendas. Isso também preocupou o governo. Polêmicas dão argumentos para adiamentos Vídeo da Marinha reclamou de corte de "privilégios" | Foto: Reprodução vídeo   Parlamentares reclamam que a forma estabelecida por Flávio Dino não foi exatamente a combinada. As condições ficaram mais restritas. E, aí, o clima pode azedar. O que se comenta é que Dino teria ajustado a coisa à forma mais desejada pelo governo. Ao levar assim a questão para o pleno do STF, teria envolvido os demais ministros numa armadilha. Ainda que seja meio complicado o Congresso esboçar uma reunião porque quer que a liberação de dinheiro público seja menos transparente, não adianta brigar com a realidade. Esse é o clima. Como a pauta em si já é polêmica, argumentos para eventuais adiamentos não faltariam. Oito dias Na prática, o Congresso quer finalizar tudo até 20 de dezembro, a sexta antes do Natal. Oito dias úteis somente, portanto. E, no caso do pacote fiscal e do corte de gastos, a tramitação envolve uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC). Que não foi bem recebida. Interstícios Na sua tramitação normal, as PECs prevêem interstícios. Ou seja, prazos regimentais que têm de ser respeitados. A não ser que haja acordo para que sejam quebrados. Acordos desse tipo implicam haver um bom clima de entendimento e boa vontade da oposição. Clima Mesmo com relação ao pacote de gastos, a aceitação não foi boa desde a semana passada. Logo que foi anunciado, parlamentares naturalmente começaram a ouvir suas fontes no mercado financeiro. E viram logo que a reação não foi boa. Ninguém iria avalizar. Militares Na oposição, pesa ainda a reação militar. Com coisas como o vídeo da Marinha. Os militares deverão ser alvos de cortes, e chegou-se a falar em corte de "privilégios" das corporações. O vídeo mostra cenas da "vida dura" de marinheiros. "Privilégio? Vem pra Marinha".   *Rudolfo Lago é jornalista do Correio da Manhã / Brasília, foi editor do site Congresso em Foco e é diretor da Consultoria Imagem e Credibilidade   Artigo originalmente publicado no Correio da Manhã   Foto de capa: CAE não marcou a sabatina dos novos diretores do BC |Edilson Rodrigues/Agência Senado Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaoportalred@gmail.com. Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia.    

Militar

Patacoada da Marinha do Brasil ou a sobrevida dos golpistas

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Patacoada da Marinha do Brasil ou a sobrevida dos golpistas
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Por BENEDITO TADEU CÉSAR* Sob o pretexto de comemorar o Dia do Marinheiro (13 de dezembro), a Marinha do Brasil divulgou vídeo nesta semana com indireta ao governo federal e ao pacote de ajuste fiscal divulgado pelo ministro Fernando Haddad, da Fazenda. Com a possibilidade de serem alteradas regalias atualmente privativas dos militares, a Força se incomodou e foi à luta e, o que é pior, o fez com aval da alta cúpula, incluindo o Comandante da Marinha Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen, segundo informação divulgada pelo site UOL. Se a informação for correta, o vídeo vai além do mero equívoco ou da defesa de privilégios. Ele expressa um desafio da Marinha do Brasil à iniciativa do governo federal de fazer com que as Forças Armadas colaborem com os cortes de gastos públicos, assim como os demais trabalhadores brasileiros. O vídeo aposta na ironia, mostrando a vida dos marinheiros como muito difícil e a vida dos cidadãos brasileiros em geral como muito prazerosa e, diante desta diferença, lançando a pergunta: “Privilégios? Vem para a Marinha.”. Um desafio deste teor representa uma insubordinação com a autoridade maior do país e chefe supremo das Forças Armadas, ao qual os militares devem constitucionalmente obediência. Sobre privilégios, é bom que se lembre que, diferentemente dos paisanos brasileiros (ou seja, dos cidadãos não fardados), os militares de todas as Forças se aposentam com vencimentos integrais após 35 anos de trabalho sem idade mínima; os paisanos só podem se aposentar após 35 anos de contribuição (homens) ou 30 anos de contribuição (mulheres) se tiverem 65 anos de vida (homens) ou 62 anos (mulheres). Além disso, os militares mantêm pensões integrais para seus dependentes e, pasmem, também para “mortos vivos” - militares afastados por irregularidades que são considerados mortos para que suas “viúvas” e seus “filhos órfãos” (e ele próprio, claro, já que permanece vivo) continuem a receber seus soldos (até o salário de militar tem outro nome!). Privilégio como este só se assemelha ao dos magistrados que, se punidos por irregularidades na aplicação das leis e sentenças proferidas, são aposentados com vencimentos integrais! Diferentemente dos paisanos, a contribuição previdenciária dos militares de todas as Forças atualmente é de 10,5% do soldo, enquanto a dos trabalhadores assalariados civis chega a 14% do salário e a 20% dos vencimentos dos autônomos e entre os servidores públicos federais alcança até 22%. Diferentemente dos paisanos, que precisam recorrer ao SUS ou a convênios particulares, os oficiais e seus dependentes têm direito a assistência médica, hospitalar, odontológica, psicológica e social ao custo de 3,5% do soldo, o que lhes garante acesso a uma rede hospitalar privativa e de uso vedado aos civis e a clínicas e hospitais conveniados. Têm também uma rede escolar própria e hotéis de trânsito, que servem para as atividades de serviço e para as de lazer extensivas aos seus familiares. Diferentemente dos paisanos, os militares têm moradia gratuita ou recebem indenização dos valores gastos com habitação, em caso de não possuírem residência própria. Recentemente foi divulgado o valor de 3,6 milhões de reais  para a construção de uma casa para um oficial do Exército em Brasília. O pacote anunciado por Fernando Haddad prevê que os militares passarão a se aposentar com vencimentos integrais “apenas” aos 55 anos, ainda que, cauteloso, o ministro, em nome do governo, tenha proposto que esta alteração só comece a vigorar em 2032. Enquanto isso não ocorre, em caso de aposentadoria haverá um pedágio de 9% sobre o tempo que faltar para o militar passar para a reserva. Destaque-se que parte dessas regalias foram obtidas durante o governo de Jair Messias Bolsonaro e o mais notável é que elas foram implantadas concomitantemente às reformas previdenciárias que retiraram direitos historicamente conquistados pelos trabalhadores civis brasileiros, sejam eles servidores públicos ou da iniciativa privada. Naquele momento, esses trabalhadores viram aumentados o tempo de serviço e a idade mínima para aposentadoria, bem como as alíquotas de contribuição previdenciária. Juntamente com a reforma previdenciária realizada por Bolsonaro, os militares de todas as Forças foram agraciados com aumentos salariais significativos, ao mesmo tempo em que os demais servidores públicos federais brasileiros (civis) foram privados de reajustes salariais durante todos os quatro anos de seu governo. Ofendidos pela “ameaça” de cortes de privilégios provinda do governo Lula, a Marinha divulgou o vídeo de 1 minuto e 15 segundos mostrando os contrastes entre a “boa vida” dos paisanos e a “vida dura” dos integrantes da Marinha. No vídeo, são alternadas atividades rotineiras e difíceis da vida dos marinheiros (notadamente dos Praças, ou seja, dos não oficiais) com as atividades prazerosas da vida dos paisanos civis. De acordo com o vídeo, enquanto os integrantes da Marinha “ralam” os civis paisanos vivem surfando, frequentando praias e festas. De acordo com a argumentação corrente entre os militares, as atividades por eles exercidas ocorrem em condições distintas das realizadas pelos civis, ou seja, pelos paisanos. Segundo a argumentação, não obstante eles arrisquem a vida para defender a Pátria, não lhes é garantido o direito à greve, os direitos políticos, de horas extras, de adicional de periculosidade etc., além disso, eles não se “aposentam”, mas se “reformam”, o que significa que eles passam para a reserva da Força a que serviram e podem ser reconvocados em caso de necessidade, sem pagamento adicional. A série de equívocos é gritante. Em primeiro lugar, em nenhum país democrático do mundo militares têm direitos políticos ou de organização para exercer pressão sobre o Poder Civil, seja salarial ou de qualquer natureza. Esta é uma necessidade para refrear o poder daqueles que detêm a força bélica e é a fórmula possível para mantê-los sob o controle da sociedade civil desarmada. Em segundo lugar, desde a Guerra contra o Paraguai (1864/70) o Brasil não se envolveu em nenhuma guerra externa, não obstante a participação da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Segunda Guerra Mundial (1939/45) ao lado das Forças Aliadas, durante o período de agosto de 1943 a janeiro de 1945, e das Forças Armadas Brasileiras em operações internacionais de manutenção da paz patrocinadas pela ONU e na Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustha), de 2004 a 2017. Todas essas ações foram realizadas por militares da ativa. As grandes ações militares brasileiras ocorreram majoritariamente no interior do próprio país e contra cidadãos brasileiros – o que contraria as funções de quaisquer Forças Armadas de países democráticos, que existem para defender a Pátria e os compatriotas ou paisanos contra agressões externas, ficando as funções repressivas internas a cargo das forças policiais. Sem esgotar a lista, pode-se lembrar das ações militares contra os Cabanos (1832/35), os Farroupilhas (1835/45), os Praieiros (1848/50), os Muckers (1873/74), os sertanejos de Canudos (1896/97) ou, mais recentemente, os “subversivos” que se insurgiram contra o domínio dos próprios militares durante a ditadura militar (1964/1985), seja no extermínio dos combatentes das guerrilhas do Caparaó (1966/67) e do Araguaia (1972/74), seja na repressão, tortura, assassinato e “desaparecimento” de participantes das lutas (armadas ou não) de resistência democrática. Sem a existência de guerras externas há exatos 154 anos, os militares da “reserva” não são convocados para defender o território da Pátria há mais de um século, ou seja, desde o final da Guerra do Paraguai. Não obstante este fato, eles exerceram e exercem funções caracteristicamente civis ao longo deste longo período, seja em órgãos da administração direta do Estado ou em agências e empresas públicas, e sempre foram renumerados adicionalmente por essas atividades. A título de exemplo, relembre-se que o general Ernesto Geisel, que depois viria a ser o quarto ditador presidente, foi, antes, Presidente da Petrobrás, e durante o governo Bolsonaro entre 2 mil e 4 mil militares da ativa e da reserva exerceram funções tipicamente civis remuneradas adicionalmente. Além do “soldo” eles receberam “salários”! Os equívocos do vídeo do Dia dos Marinheiros são reveladores, além disso, de quão descolada da realidade é a visão que os militares (ao menos os da Marinha do Brasil) têm do país em que vivem e da população que deveriam defender de possíveis agressores externos. Será que os oficiais da Marinha do Brasil sabem como exercem suas funções profissionais e como vivem os/as trabalhadores da construção civil, os/as motoristas de caminhão ou de ônibus, os/as trabalhadores de aplicativos, os/as garis, os/as empregados domésticos, os/as professores, os/as agricultores, os/as médicos e demais profissionais da saúde, para ficarmos apenas em alguns poucos exemplos? Não se têm notícia de que eles vivam em festas, nas praias, bebendo ou praticando surf. Soa como escárnio alternar no vídeo as atividades profissionais dos marinheiros de baixa patente (já que os de alta patente raramente as exercem) às imagens de diversões de lazer de parte minoritária dos paisanos. Será crível que a Marinha do Brasil continua sendo tão elitista quanto foi até o final da Monarquia, quando reprimiu violentamente os marinheiros que participaram da Revolta da Chibata (1910)? Os marinheiros rasos, quase sempre negros, eram chicoteados como punição por faltas cometidas e foram duramente punidos quando se rebelaram contra tais práticas, mantidas mesmo após a Abolição da Escravatura. O conservadorismo da Marinha do Brasil é histórico. Ela foi a única Força Armada que se manteve fiel à Monarquia, em 1889. Foram oficiais da Marinha do Brasil que se insurgiram contra as medidas modernizadoras, ainda que autoritárias, adotadas pelos dois primeiros Presidentes da República brasileiros, Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. Recentemente, foi o Comandante da Marinha do Brasil durante o governo Bolsonaro, o almirante Almir Garnier Santos, o único (até onde se sabe) dos três oficiais generais integrantes do Alto Comando das Forças Armadas que aderiu ao golpe tramado por Jair Messias Bolsonaro. Ao que parece, e o vídeo reforça esta ideia, o golpismo não se limitou a Garnier Santos. Pelo que se depreende do vídeo, adeptos da intentona fracassada do 8 de janeiro continuam ativos no interior e no comando daquela Força. Assista o vídeo, abaixo. https://youtu.be/wcliGmN-U_Y?si=dCBwqvLZS9rvi63C *Benedito Tadeu César é cientista político, doutor em Ciências Sociais, mestre em Antropologia Social, professor universitário aposentado e Coordenador Geral da Associação de Amigos do Comitê em Defesa da Democracia e do Estado Democrático de Direito Foto da capa: Pintura retratando o NAe São Paulo como capitânia da Esquadra Brasileira Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaoportalred@gmail.com. Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia.

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“90% do Mercado Financeiro Reprova Governo Lula; Haddad Recebe 41% de Aprovação”

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“90% do Mercado Financeiro Reprova Governo Lula; Haddad Recebe 41% de Aprovação”
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"Pacote de Corte de Gastos Desagrada: 58% do Mercado Consideram Nada Satisfatório e 42%, Pouco Satisfatório"   Reprovação ao Governo Lula Atinge 90% no Mercado Financeiro, Aponta Pesquisa A desaprovação ao governo Lula (PT) entre agentes do mercado financeiro aumentou significativamente, alcançando 90%, de acordo com uma pesquisa divulgada pela Quaest nesta quarta-feira (4). Em março, o índice de reprovação era de 26%. Apenas 3% dos entrevistados classificaram o governo como positivo, uma queda em relação aos 6% registrados na pesquisa anterior. Já 7% consideraram a gestão regular, contra 30% no último levantamento. O estudo foi realizado com 105 gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão em fundos de investimento localizados em São Paulo e no Rio de Janeiro, entre 29 de novembro e 3 de dezembro. A margem de erro é de 3,4 pontos percentuais, e o levantamento foi encomendado pela Genial Investimentos. Especialistas indicam que os números refletem insatisfação com o recente pacote econômico do governo.   Reação do Mercado a Pacote de Gastos Impulsiona Reprovação ao Governo, Afirma Diretor da Quaest Segundo Felipe Nunes, diretor da Quaest, a forte alta na reprovação ao governo Lula reflete a reação do mercado financeiro ao pacote de corte de gastos apresentado na última semana. Entre os entrevistados, 86% acreditam que o presidente Lula está mais preocupado com sua popularidade do que com o equilíbrio das contas públicas, preocupação apontada por apenas 29%. A avaliação do Congresso também piorou, possivelmente devido à percepção de que a isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil pode ser aprovada, enquanto o aumento da tributação para rendas acima de R$ 50 mil mensalmente enfrenta maiores resistências. A pesquisa detalhou a percepção de gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão sobre o desempenho do presidente e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no cenário econômico atual. Fonte: Quarst e Genial   Aprovação de Haddad Cai no Mercado, e Pacote Fiscal Recebe Críticas A avaliação positiva do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, caiu para 41% entre os agentes do mercado financeiro, uma queda de 9 pontos percentuais em relação a março (50%). Já a reprovação subiu de 12% para 24%, enquanto 35% consideram seu trabalho regular. A pesquisa também revelou que 61% acreditam que Haddad perdeu força política desde o início do mandato (eram 14% em março), enquanto 35% avaliam sua força como estável e apenas 4% enxergam um aumento. O pacote fiscal foi considerado insatisfatório por 58% dos entrevistados, enquanto 42% o classificaram como pouco satisfatório. Em resposta ao anúncio, 67% planejam ampliar investimentos no exterior, 30% manterão o atual nível e 3% pretendem reduzi-los. Quanto à isenção do imposto de renda para rendimentos até R$ 5 mil, 85% acreditam que a medida tende a prejudicar a economia brasileira, enquanto apenas 15% enxergam um impacto positivo. Por outro lado, 99% dos entrevistados aprovam o fim da morte ficta — regra que tributava pensões pagas por empresas no exterior. Fonte: G1     Novo Arcabouço Fiscal é Alvo de Desconfiança no Mercado O modelo de equilíbrio das contas públicas adotado no início do governo Lula (PT), em substituição ao teto de gastos da gestão de Michel Temer (MDB), enfrenta baixa credibilidade entre os agentes do mercado financeiro. Segundo a pesquisa, 58% consideram o novo arcabouço fiscal totalmente sem credibilidade, enquanto 42% o avaliam como pouco confiável.   Mercado Financieiro Avalia Economia e Congresso Nacional com Pessimismo Uma pesquisa revelou que 96% dos agentes do mercado financeiro acreditam que a política econômica do Brasil segue na direção errada, enquanto apenas 4% a consideram no rumo certo. As projeções para 2025 também são sombrias: 88% esperam piora na economia, 10% acreditam que permanecerá estável e apenas 2% apostam em melhora. Sobre a taxa de juros, atualmente em 10,75%, 66% dos entrevistados preveem um aumento de 0,75 ponto percentual, 17% projetam uma alta de 1 ponto e 15% estimam um acréscimo de 0,5 ponto. O desempenho do Congresso Nacional também foi avaliado negativamente. Para 41% dos entrevistados, ele é ruim (em comparação a 17% em novembro de 2023), 38% classificam como regular (antes 45%) e 21% consideram positivo (queda em relação aos 41% registrados anteriormente).     Com informações do G1. Foto de capa: Marcelo Camargo/Agência Brasil Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaoportalred@gmail.com. Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia.    

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