Economia

Lula diz que diretora-geral do FMI ‘deve saber de tudo, menos de economia’

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Lula diz que diretora-geral do FMI ‘deve saber de tudo, menos de economia’
RED

Presidente ironiza pesquisa que indica rejeição de 90% no mercado financeiro Por ALICE CRAVO, NO O GLOBO Notícia de O Globo informa que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira que a diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, "deve saber de tudo, menos de economia", ao comentar os resultados do PIB divulgados nesta semana. Lula lembrou o encontro com a diretora em janeiro de 2023, no Japão, pouco depois de reassumir a presidência da República. À época, segundo o presidente, a previsão informada pelo FMI era de crescimento de 0,8%. Lula, então, teria respondido que a diretora "não entende de Brasil". — Comecei o ano com o FMI comunicando a mim, em Hiroshima no meio de janeiro de 2023, a diretora geral do FMI, que deve saber de tudo, menos economia, foi me dizer que a economia brasileira iria crescer em 2023 apenas 0,8%. Eu disse para ela: 'minha senhora, a senhora pode conhecer muito do FMI, mas a senhora não conhece do Brasil'. Ao relembrar o episódio, Lula destacou que o IBGE corrigiu para cima o crescimento da economia brasileira em 2023. O instituto havia divulgado antes que o PIB no ano passado tinha registrado crescimento de 2,9%. Agora, o IBGE constatou uma expansão de 3,2%. — O que aconteceu de fato? Essa semana o IBGE publicou a correção do crescimento do PIB brasileiro que foi de 3,2%, quatro vezes a mais do que o FMI previu. Agora, outra vez, algumas pessoas do mercado começaram a anunciar e alardear na imprensa que a economia brasileira não ia crescer mais do que 1,5%. E para a nossa bela sorte a economia brasileira vai crescer esse ano 3,5%. E se tomar cuidado, pode chegar a 4%. Um dos maiores crescimentos de todos os países do mundo. Ao longo do evento, o presidente também defendeu a distribuição do crescimento da economia entre a população para que haja aumento da massa salarial. A defesa costuma gerar incômodo no mercado. Pouco depois, no entanto, Lula afirmou que conseguiu reduzir a resistência nesse setor da economia. — Quando veem na TV a história do mercado reclamando...ontem saiu uma pesquisa que 90% do mercado daqueles que compõe a Faria Lima são contra meu governo. Eu já ganhei 10% porque nas eleições eram 100% contra. Já ganhei 10% deles. E o que me interessa, na verdade, é o resultado do tipo de jabuticaba que você plantou. Publicado originalmente no O Globo, edição digital de 05/12/2024 Foto da capa: O presidente Lula (PT) em inauguração de fábrica no MS. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Cultura

Programas – de 5 a 13 de dezembro 05/12/2024

Destaque

Programas – de 5 a 13 de dezembro 05/12/2024
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Por LÉA MARIA AARÃO REIS* Informação: Israel comete um genocídio contra palestinos em Gaza, diz o objetivo, duro e bem documentado relatório de 300 páginas da Anistia Internacional do dia 5 último. “Há um genocídio sendo cometido. Não há dúvida, nenhuma dúvida”, denunciou a secretária-geral da Anistia Internacional, Agnes Callamard, duas semanas depois do Tribunal Penal Internacional ter emitido mandados de prisão para o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e seu ex-chefe de Defesa por crimes de guerra e contra a humanidade, no conflito de Gaza. A ONG denuncia que a operação militar israelense no enclave palestino praticou três entre os cinco itens considerados crimes na Convenção de 1984 Sobre Genocídio e que devem ser respondidos. Dentre eles, assassinatos, graves atentados à integridade física ou mental e a submissão intencional em condições de sobrevivência já destruídas. ”Mês após mês Israel tratou os palestinos de Gaza como um grupo sub-humano indigno de direitos humanos e da sua própria dignidade, demonstrando assim sua intenção de destruí-los fisicamente”, declarou Callamard. A ONG se baseou em depoimentos de 212 pessoas (vítimas ou testemunhas palestinas), em médicos e agentes trabalhadores da saúde, em provas visuais e numéricas e na análise de declarações de altos funcionários responsáveis pelo governo israelense. João Pedro Stédile, economista e fundador do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra, o MST, em entrevista ao site Brasil de Fato: “Já perdi a paciência de ouvir ministro dizer que não há incompatibilidade entre a agricultura familiar e o agronegócio. O agrotóxico é incompatível com o vizinho de dez hectares que não o usa; porque ele vai contaminar e vai matar a biodiversidade”. São três os modelos da agricultura brasileira, segundo Stédile: dois deles praticados pelo capital e um terceiro pelos trabalhadores. “Primeiro, o chamado latifúndio predador, as grandes propriedades do latifúndio que só se dedicam a acumular capital e se apropriam dos bens da natureza. O segundo, o agronegócio, cantado em verso e prosa, todas as noites, no Jornal Nacional. Quem financia a propaganda do ‘agro é pop’ é banco e empresa automobilística estrangeira. Especializado em um único produto, faz uso intensivo de agrotóxico, usa sementes transgênicas compradas de uma multinacional e produz commodities para o mercado externo. E o terceiro modelo, a agricultura familiar que remonta à nossa reforma agrária popular. É o modelo dos trabalhadores e não do capital – não tem o objetivo de acumular capital. É o preferido do campesinato, não é?” Excelente programa: dia 11 às 15h30, a sessão gratuita do filme Santo Forte, de Eduardo Coutinho, organizada pelo Cine Cidadania no Estação Net Botafogo. Às 17 horas, seguida de debate com Claudius Cecon, cartunista; Nilza Valéria, jornalista e Luiz Antonio Simas, historiador. Reaberto o MAM, Museu de Arte Brasileira, no Rio de Janeiro, à beira do mar e rodeado pelos belos jardins de Burle Marx, após recente reforma. A exposição comemorativa dos 70 anos do MAM é Uma história da arte brasileira, com obras da nossa arte moderna e da contemporânea. Uma das belezas do museu que não era reformado há cinco anos, é o seu vão livre de mais de 1.500 m², criação do autor do edifício, arquiteto Affonso Eduardo Reidy. Termina neste sábado, dia 07/12, um dos festivais de cinema mais tradicionais do país, o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que com sua 57º edição é o mais longevo do Brasil. Este ano estão sendo apresentados, além de filmes, debates, conferências, master classes, shows e encontros em vários locais da capital – no Plano Piloto, no Gama, em Planaltina e em Taguatinga. Programação disponível no site do festival. Autor de Salvar o Fogo, prêmio Jabuti deste ano na categoria Romance Literário, o baiano Itamar Vieira Júnior também foi o vencedor do prêmio francês Montluc Résistance et Liberté, em abril passado. O livro Torto Arado, de 2019, de autoria de Itamar e seu primeiro prêmio Jabuti, em 2020, já vendeu mais de 800 mil cópias. O programa é lembrar o Secretário de Mobilização da CUT-SP, Oswaldo Bezerra, o Pipoka, destacando o simbolismo do próximo dia 10, “o Dia Internacional dos Direitos Humanos, momento para fortalecer a luta pela justiça social e pelo Estado Democrático de Direitos, com as nossas instituições funcionando e a vontade popular respeitada”. A CUT e os movimentos sociais que formam a Frente Brasil Popular e Povo sem Medo estarão nas ruas por todo o país cobrando a prisão e punição daqueles que planejaram a execução de um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Lula. Em São Paulo, o ato será na Avenida Paulista, com concentração em frente ao Masp, a partir das 17 horas. Também estão confirmadas manifestações em Campinas, Ribeirão Preto e em Santos. Não esquecer: no dia 13 de dezembro de 1968 foi baixado o infame AI-5 pelo ditador de plantão, Costa e Silva. Exigia poderes para eliminar opositores por meio de prisões, suspensão de direitos políticos e cassação de mandatos, além de ações extrajudiciais clandestinas; tortura, assassinato e desaparecimentos políticos. Babygirl, modelo cinema de suspense erótico, o novo gênero que está na moda, é coqueluche lá fora. Mas só chega aos cinemas brasileiros no dia 09 de janeiro. O tema: Romy é uma CEO bem-sucedida que se envolve com o estagiário Samuel, recém-contratado pela sua empresa. Ela colocando não só sua vida profissional, como a vida pessoal em risco. Direção de Halina Reijn. Detalhe: o prêmio de Melhor Atriz no mais recente Festival de Cinema de Veneza foi para Nicole Kidman nesse papel. Sobre pacificações. Bom programa, refletir sobre a frase de Roberto Amaral: “Não é hora de ‘pacificar o país’ mediante mais uma conciliação com o crime. A pacificação de que o país carece é aquela que pede guerra aberta à concentração de renda, à ditadura do capital estéril sobre o trabalho (expressa num ‘teto de gastos’ austericida) e a produção que nos retém, subdesenvolvidos, na periferia do capitalismo atrasado; quando temos ou tínhamos todas as condições de fazer deste território um país rico, habitado por uma população feliz, aquela que desfruta de reais condições de trabalho e vida dignas, negadas à maioria absoluta da população brasileira, cuja economia é controlada por 1% de sua população, possuidora de algo como 28% da renda nacional”. A escritora, poetisa e compositora Carolina Maria de Jesus, cujo primeiro livro, Quarto de despejo: Diário de uma favelada, foi publicado em 1960 com auxílio do jornalista Audálio Dantas, acaba de entrar para o Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. A proposta, aceita, foi do Parlamento e baseada na sua “contribuição na construção da identidade nacional”. Em 1960, quando foi lançado, o livro de Carolina vendeu cerca de dez milhões de exemplares e foi traduzido para 13 idiomas em 40 países. A mineira Carolina era catadora de papelão. Morreu aos 62 anos. Programa imperdível: assistir o espetáculo O Grande Acordo Internacional do Tio Patinhas, em cartaz no Sesc Copacabana, que irá até o próximo domingo, 8/11. Trata-se de uma sátira sobre concentração de riquezas, em adaptação de peça do dramaturgo Augusto Boal, e mistura humor e ironia para contar a história de Tio Patinhas em terras distantes, na sua busca para aumentar a fortuna. A peça é dirigida por Wellington Fagner e Junior Melo e já foi apresentada como Leitura Dramatizada na Bienal Todos São Palco, em Portugal. Repercussão na vida literária de fim de ano: o livro do economista Paulo Batista Nogueira, Estilhaços, que acaba de ir para as livrarias. “Esse é o meu livro mais pessoal, mais revelador de quem eu sou ou tentei ser. Dei o meu melhor. Mas o meu melhor será suficiente? Fiz essa pergunta na apresentação ao livro e a repito aqui, na esperança, de que ele encontrará alguma acolhida. É o meu livro mais revelador de quem sou ou tentei ser”.   *Léa Maria Aarão Reis é jornalista. Ilustração de capa: Marcos Diniz Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaoportalred@gmail.com. Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia.

Justiça

Diretores do BC na zona de risco

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Diretores do BC na zona de risco
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Por RUDOLFO LAGO* do Correio da Manhã Brasília Ao Correio Político, o presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Vanderlan Cardoso (PSD-GO), afirmou que a sabatina dos três novos diretores do Banco Central acontecerá na próxima terça-feira(10). É, porém, uma jogada de risco. A mensagem com a indicação de Nilton Davi (Política Monetária), Izabela Correia (Relacionamento Institucional) e Gilneu Vivan (Regulação) só foi enviada à Mesa do Senado na tarde de quarta-feira (4). Isso significa que o tempo para o tradicional ritual de beija-mão, no qual os indicados vão aos senadores, pedir apoio, ficou muito curto. Com isso, os três indicados passaram a quarta abordando senadores nos corredores do Congresso. Está longe de ser a melhor estratégia.   Rito Pode-se criticar o rito do beija-mão. E é mesmo de se questionar que interesses privados senadores teriam para conversas particulares com diretores do Banco Central. Mas a verdade é que os parlamentares prezam o costume. Porque ele é uma demonstração de poder.   Clima Ainda mais com o azedo ambiente atual entre governo e Congresso. O que se comentava no Senado é que o mais provável é não haver problemas na aprovação. Mas o governo não deveria apostar todas as suas fichas nisso. Porque não haverá tempo para ajustes.   Sabatina competirá atenção com reforma tributária Malta reclama: falta de compromisso nas sabatinas | Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado   Com a paralisia dos últimos dias, tudo ficou para as próximas duas semanas. Na semana que vem, a sabatina competirá o foco de atenção com a votação da reforma tributária, nas duas principais comissões do Senado, CAE e Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Assim, o combinado é que a CAE concentre suas sessões nas terças-feiras para que as quartas fiquem para a CCJ. Se a CAE não sabatinar os diretores na terça, levando a aprovação para o plenário na tarde do mesmo dia, a expectativa é que isso não acontece na quarta, porque o dia estará reservado para o projeto que regulamenta a reforma tributária. Dois focos é arriscado.   Rebelião O presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (DEM-AP), sentiu certo clima de rebelião e adiou a leitura do relatório da tributária, do senador Eduardo Braga (MDB-AM). O senador Magno Malta (PL-ES) chegou a protestar sobre a falta de compromisso de eventuais sabatinados.   Dino "Quando esteve aqui, o Flávio Dino garantiu para todos que respeitaria o Congresso. Vejam o que ele faz agora", disse Malta. Se referia à grita geral no Congresso: aprovou-se um projeto estabelecendo as regras para as emendas; Dino deu uma decisão diferente.   Dobradinha Os parlamentares comentam ter convicção de que a decisão de Dino teria sido uma "dobradinha" com o governo. Querendo retomar mais poder sobre as emendas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria combinado o jogo com Dino. Lula nega, mas ninguém acredita muito.   Diretores E se o ano terminar sem os diretores do BC aprovados? A regra estabelece que os remanescentes assumem seus votos no Comitê de Política Monetária (Copom). Ou seja, as próximas decisões sobre juros seriam com os votos dos três nomes indicados por Jair Bolsonaro.     *Rudolfo Lago é jornalista do Correio da Manhã / Brasília, foi editor do site Congresso em Foco e é diretor da Consultoria Imagem e Credibilidade   Artigo originalmente publicado no Correio da Manhã   Foto de capa: Diretores sem tempo para o ritual feito por Galípolo |Lula Marques/ Agência Brasil Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaoportalred@gmail.com. Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia.    

Internacional

Primeiro-ministro francês perde voto de desconfiança e deve renunciar

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Primeiro-ministro francês perde voto de desconfiança e deve renunciar
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A votação pode criar uma abertura maior para a extrema direita Por ADAM NOSSITER*, do NEW YORK TIMES* Os legisladores franceses aprovaram uma medida de desconfiança contra o primeiro-ministro Michel Barnier e seu gabinete na quarta-feira, lançando o país em um novo espasmo de turbulência política que o deixa sem um caminho claro para um novo orçamento e ameaça abalar ainda mais os mercados financeiros. A câmara baixa do Parlamento da França aprovou a medida com 331 votos, bem acima da maioria de 288 votos que eram necessários, depois que o Rally Nacional de extrema direita de Marine Le Pen se juntou aos movimentos da coalizão esquerdista da câmara para derrubar o governo. Espera-se que o Sr. Barnier renuncie em breve. Foi o primeiro voto de desconfiança bem-sucedido na França em mais de 60 anos e fez do governo de três meses do Sr. Barnier o mais curto da história da Quinta República da França. A votação acontece em um momento difícil para a França, que está lutando com uma dívida alta e um déficit crescente , desafios que foram agravados por dois anos de crescimento estagnado. O forte apoio da França à Ucrânia enfrenta um desafio com a eleição de Donald J. Trump pelos Estados Unidos, e seu parceiro na liderança da Europa, a Alemanha, está mais fraca política e economicamente do que esteve em anos. O presidente Emmanuel Macron, o principal líder da nação, continua no poder, mas o apoio a ele é instável. Sua estatura foi severamente diminuída após sua decisão surpresa no verão passado de convocar uma eleição parlamentar antecipada. Seu partido e seus aliados perderam muitas cadeiras para a extrema direita e a esquerda, forças concorrentes que se opõem amargamente a ele. O Sr. Barnier provavelmente permanecerá como interino até que o Sr. Macron nomeie um novo primeiro-ministro, mas a França enfrenta semanas de instabilidade, assim como aconteceu após a votação parlamentar. O Sr. Macron discursará à nação às 20h de quinta-feira, horário local, de acordo com o Elysée. Em 1962, o Primeiro-Ministro Georges Pompidou também foi forçado a apresentar sua renúncia, mas foi mais tarde renomeado pelo Presidente Charles de Gaulle. É improvável que a mesma clemência seja mostrada ao Sr. Barnier. O Sr. Barnier, um veterano político de centro-direita , é a vítima mais proeminente até agora da política polarizada da França, perturbada por uma classe média em dificuldades, como em outras partes do Ocidente. A queda rápida parecia inevitável depois que o Sr. Barnier usou uma ferramenta constitucional para forçar uma proposta de orçamento na segunda-feira sem a aprovação da câmara baixa do Parlamento, onde ele não detém a maioria. O uso dessa ferramenta sempre irrita os legisladores da França. Mas na quarta-feira, fez muito mais, fornecendo a cola para uma aliança improvável entre a coalizão de esquerda da assembleia e o partido nacionalista e anti-imigrante National Rally, que detém o maior número de assentos para um único partido na câmara. A proposta de orçamento do Sr. Barnier agora é nula e sem efeito. No que equivaleu ao seu discurso de despedida à câmara na quarta-feira, ele disse que o voto de desconfiança "tornaria tudo mais difícil e mais sério", observando que, sem um novo orçamento, mais famílias estariam sujeitas a impostos e outras veriam seus impostos aumentarem. “Precisamos ir além de nossas divisões para apoiar nosso país”, acrescentou. A queda do Sr. Barnier e de seu gabinete foi uma vitória para a Sra. Le Pen , que tentou durante anos projetar sua crescente influência política e trazer seu partido para o mainstream. Na quarta-feira, antes da votação, ela atacou os críticos que a acusaram de provocar instabilidade. “Para aqueles que me acusam de escolher a política do caos com este voto de desconfiança”, ela disse, “eu digo que caos significaria não rejeitar este orçamento, este governo, este colapso”. Foi ela quem insistiu em buscar o voto, garantindo sua queda. A aliança de esquerda tem agitado por meses para derrubar o governo, argumentando que juntos eles ganharam a maioria dos assentos na eleição antecipada deste verão e, portanto, mereciam liderar. Mas faltavam os votos para derrubar o primeiro-ministro. E antes da votação, a Sra. Le Pen recusou as concessões que o Sr. Barnier lhe ofereceu no orçamento. Primeiro, ele descartou os impostos de eletricidade propostos. Depois, prometeu não cortar os reembolsos de medicamentos. Ela havia exigido ambas as mudanças. Não foi o suficiente para a Sra. Le Pen. O orçamento, com seus US$ 60 bilhões em cortes de gastos e aumentos de impostos, permaneceu "profundamente injusto para os franceses", disse ela na segunda-feira. O Sr. Barnier justificou seus cortes e aumentos de impostos propostos, dizendo que o país precisava resolver seus problemas financeiros. O déficit anual da França está projetado para atingir pelo menos 6,1% do produto interno bruto, o dobro do limite prescrito pela União Europeia. Sua dívida é de 112% do PIB, quase o dobro do limite. As especulações sobre um possível sucessor do Sr. Barnier como primeiro-ministro já se concentraram em políticos vistos pelo Rally Nacional como mais abertos à discussão, como o ministro da Defesa, Sébastien Lecornu. As críticas da Sra. Le Pen ao Sr. Barnier e seus planos de austeridade para a França parecem fazer parte de uma estratégia política maior, de acordo com críticos e alguns analistas independentes. Ela quase reconheceu que seu verdadeiro alvo não é o Sr. Barnier, mas o único homem que exerce mais poder: o Sr. Macron, que a derrotou duas vezes em eleições presidenciais e não tem permissão para concorrer novamente. Alguns em seu partido e na extrema esquerda vêm pedindo que ele renuncie há dias. A Sra. Le Pen disse aos jornalistas do Le Monde na semana passada que, confrontado com instabilidade governamental suficiente, o Sr. Macron "não terá muita escolha" a não ser renunciar. Analistas e aqueles em torno do Sr. Macron dizem que é improvável que ele faça isso. O presidente recentemente chamou a ideia de “ficção política”. Mas sua posição é fraca, severamente prejudicada por sua decisão em junho passado de dissolver o Parlamento e convocar uma eleição antecipada. Ele convocou a votação em parte para demonstrar que o apoio do Rally Nacional era limitado — um cálculo que claramente saiu pela culatra. A Sra. Le Pen tem como alvo o presidente tanto quanto o primeiro-ministro em seus comentários nos últimos dias. Era o orçamento do Sr. Barnier, ela disse aos repórteres na segunda-feira, mas teria feito os franceses pagarem pelas “consequências da incompetência de Emmanuel Macron durante sete anos de dívida”. “Ela realmente parece querer se colocar em uma posição de força”, disse Gérard Grunberg, cientista político e professor emérito da universidade Sciences Po em Paris. “Ela quer desencadear uma eleição presidencial.” O Sr. Macron teve sucesso em reduzir o desemprego francês cronicamente alto e impulsionou o crescimento francês, moderadamente. Mas ele também foi impopular durante grande parte de sua presidência: muitos franceses o consideram indiferente e arrogante. “Macron perdeu toda a legitimidade”, disse o Sr. Grunberg. “Ele não existe, em certo sentido. Ele está morto, politicamente.” O Sr. Macron não deu nenhuma indicação de que não terminará seu mandato, que termina em meados de 2027. A Sra. Le Pen, no entanto, pode estar em um cronograma acelerado, de acordo com os críticos. Ela deve enfrentar um veredito em um amplo caso de peculato criminal em março, o que pode torná-la inelegível para concorrer a um cargo político por cinco anos. Ela e associados no partido são acusados ​​de usar indevidamente seus assistentes do Parlamento Europeu , colocando-os para trabalhar em questões do Rally Nacional. “O problema é o julgamento da Sra. Le Pen”, disse Alain Minc, ensaísta político, empresário e conselheiro informal de vários presidentes franceses. “Se ela não tivesse esse risco de ser inelegível, sua estratégia teria sido permanecer moderada, melhorar sua imagem e esperar pela eleição presidencial”, disse ele. “O que mudou dramaticamente sua posição é o risco de perder todo seu capital político em três meses.” Catherine Porter e Aurelien Breeden contribuíram com a reportagem. *Adam Nossiter foi chefe de escritório em Cabul, Paris, África Ocidental e Nova Orleans, e agora é um correspondente doméstico na seção de obituários. Mais sobre Adam Nossiter Artigo publicado originalmente no Ney York Times, versão digital internacional, em 05/12/2024 Traduzido automaticamente do inglês pelo Google Translate Foto da capa: O primeiro-ministro francês Michel Barnier reage após o resultado da votação da primeira moção de censura contra o governo francês. Crédito: Sarah Meyssonnier/Reuters Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaoportalred@gmail.com. Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia.

Politica

Pressupostos de uma cidadania ativa

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Pressupostos de uma cidadania ativa
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Por LINCOLN PENNA* Há quem diga, com razão, que precisamos de um projeto político para enfrentarmos os desafios deste século ainda em seu primeiro quarto de existência. Todavia, de pouca eficácia consiste apenas na formulação de um projeto político se não contamos com uma militância cidadã. Não basta, no entanto, fazer essa ponderação se não tivermos de fato uma atividade coletivamente organizada para deslanchar toda e qualquer propositura no sentido de promover as grandes e necessárias transformações de nossa realidade. Para tanto, é indispensável um trabalho de conscientização permanente com vistas à formação de cidadania, sem a qual as boas intenções e elucubrações permanecem somente em nossa imaginação. A atual juventude, cuja geração cresceu em torno das redes sociais, se de um lado tem recebido uma enxurrada de informações nem todas elas bem fundamentadas e verídicas, tem se dedicado cada vez menos à leitura. Situação que é no mínimo preocupante para uma nação que necessita de cidadãos pensantes, sem o que nenhuma mudança significativa voltada para tornar mais digna a vida de inúmeros contingentes sociais ainda excluídos de bens fundamentais jamais os alcançarão. Essa é uma tarefa prioritária que levada consequentemente só reforça o desejo de se produzir um projeto político capaz de nos conduzir a novos horizontes. Essa demanda pela participação cidadã não é nova. Joseph Comblin já dissera faz tempos, mas esse seu dizer não está superado, ao contrário, sua atualidade pode ser constatada, o que não quer dizer que pode também ser objeto de contestação de quem quiser fazê-lo. Mas, o que disse ele tem uma relevância que muitos a subscrevem. Ei-lo: “É ao nível de cada cidadão (...) que poderá levantar-se a esperança de uma alternativa que abra o caminho à existência de uma geração mais livre e mais audaciosa, à qual caberá o encargo de construir um mundo baseado na liberação dos oprimidos e na paz entre os homens.” Afinal, os grandes pensadores do mundo das ideias produziram as suas obras em plena juventude ou, quando muito, numa idade intermediária à qual costumamos definir como madura, ou seja, suficientemente vivida para permitir exibir os seus pensamentos. A lista é longa, mas vale lembrar que Karl Marx e Friedrich Engels começaram a elaborar os seus escritos filosóficos e políticos aos vinte e poucos anos. Essa maturidade precoce de uma intelectualidade do século XIX se explica basicamente pela avidez da leitura, coisa que hoje em dia tem sido lamentavelmente substituída pela excessiva troca de mensagens, que pouco acrescentam à formação e a erudição mínima que seja de quem está em busca de poder fazer a leitura do mundo. Prática que decorre do somatório de informações obtidas através do conhecimento para que se possa construir um arcabouço visando a nossa conexão com o mundo. Conexão que se renova sempre que novas demandas se imponham. Interagir é importante, mas ele não pode prescindir do conhecimento sistematizado e sujeito sempre a questionamentos. Vale lembrar a máxima do historiador francês Pierre Vilar ao dizer ser a história uma ciência em construção e em movimento constante. Com isso pretendeu dizer que o próprio conhecimento não é eterno quanto às suas premissas, pois elas estão sujeitas a novas e frequentes interrogações. Assim como essa constância implica que não se pode cristalizar para a eternidade saberes que correspondem a produção de um tempo vivido. Eles se renovam sem perder o elo com a produção original. Por último, é insuficiente alertar para a necessidade de se pôr em prática um processo de formação de cidadania sem que se defina os seus propósitos, isto porque existem concepções distintas e até antagônicas quanto ao sentido e ao conteúdo dessa formação. Haja vista nas escolas militares, por exemplo, em que as disciplinas letivas ou simplesmente transmitidas pelos conteúdos programáticos estão eivadas de valores hierárquicos e rígidos quanto ao comportamento de seus alunos. As próprias escolas cívico-militares alardeadas e já implantadas em alguns estados da federação contêm um conjunto de procedimentos que visam muito mais, ou até somente isso, o acatamento às normas instituídas, inibindo por completo os questionamentos, o exercício da dúvida diante de certos postulados tidos e apresentados como definitivos. O impedimento desse comportamento que estimula à reflexão é vedado nessa modalidade que infelizmente conta com apoio irrefletido de muita gente. A interdição da dúvida busca o enquadramento do alunado, seja ele nas corporações militares ou nas tais escolas cívico-militares. Cabe reproduzir o que o filósofo Albert Camus dissera certa ocasião com absoluta convicção: “O que é um rebelde? Um homem que sabe dizer não”. Para muitos a rebeldia é uma transgressão, porém existem casos e situações em que a rebeldia exerce um papel inovador, quebra paradigmas e abre janelas para horizontes até então desconhecidos nas relações sociais. A recusa desde que amparada nas convicções de quem pensa e age em oposição a determinados mandamentos e ordens absurdas é meritório. O não fazer aquilo que constrange os valores civilizatórios e humanitários deve merecer o acolhimento da razão, porquanto o oposto transita à beira da irracionalidade, que nem sempre contempla a capacidade do ser humano de apreender, compreender e interpretar a realidade diante da qual precisa manifestar-se. Precisamos construir um processo de aprendizagem que reforce a nossa faculdade de divergir quando a divergência tem por objetivo o entendimento e a construção de consensos mínimos que nos ajudem a tomada de decisões, de modo a contemplar os nossos legítimos impulsos sem macular ou afetar duramente a quem reaja de maneira contrária. Afinal a escola da vida implica em estarmos em permanente correção de eventuais desvios de conduta, de comportamentos que venham a agredir nossos coetâneos na viagem da vida. Para isso, é de fundamental importância que construamos essa atitude contribuinte para o bem-estar social. Este só tem sentido se contemplar a humanidade integralmente, sem distinções que venham a excluir quem quer que seja.   *Lincoln Penna É Doutor em História Social; Conferencista Honorário do Real Gabinete Português de Leitura; Professor Aposentado da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Presidente do Movimento em Defesa da Economia Nacional (MODECON); Vice-presidente do IBEP (Instituto Brasileiro de Estudos Políticos). Foto de capa: Divulgação Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaoportalred@gmail.com. Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia.  

Internacional

As raízes históricas do Sul Global

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As raízes históricas do Sul Global
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Por WAGNER SOUSA* As sanções impostas pelos Estados Unidos e seus aliados à Rússia, após a invasão da Ucrânia, visavam isolar o país e provocar uma crise econômica sem precedentes, que inviabilizasse o esforço de guerra. Como se sabe, as sanções fracassaram em seu intento. A Rússia vem conseguindo driblar estas restrições em cooperação com outros países, fora da órbita de aliados mais próximos dos Estados Unidos. Isto permite a continuidade de suas ações na Ucrânia. Após um declínio inicial, fruto das sanções, a economia russa voltou a crescer. Muitos países tem colaborado com a Rússia, comprando petróleo e gás, caso de China e Índia, vendendo armamentos, caso do Irã, e atuando em “triangulações”, importando bens do Ocidente, como chips, que depois clandestinamente são revendidos aos russos, como já o fizeram Cazaquistão, Chipre e vários outros. O Brasil é um importante importador de óleo diesel do país. Outro aspecto a se destacar é que também fracassou a tentativa dos Estados Unidos e seus aliados europeus da OTAN de isolar politicamente a Rússia em nível mundial. O chamado “Sul Global” não aderiu às sanções, não apoia o esforço de guerra ucraniano, bancado basicamente pela OTAN e, mesmo que muitos tenham votado em sessões da ONU condenando a invasão russa, não tem manifestado, em suas posições como países individualmente, discursos frequentes de condenação à invasão, o que representa uma leitura geopolítica que perpassa esses países, de que se trata de uma proxy war, e que a Ucrânia, mesmo que tenha seus interesses nacionais em jogo, atua como peão do Ocidente em uma guerra contra a Rússia. O que se entende como “Sul Global” não obedece exatamente à geografia, pois abarca países do sul e do norte do planeta, abrangendo América Latina, África, Ásia e países insulares assim como “Norte Global” abrange também  Austrália e Nova Zelândia. Contudo ambos são conceitos válidos para o campo da Geopolítica. A ideia de Sul Global deriva do chamado Movimento dos Não-Alinhados e do G-77 das Nações Unidas, grupos que advogavam não seguir nem o bloco dos países capitalistas desenvolvidos, o “Primeiro Mundo”, liderado pelos EUA, nem o bloco socialista, liderado pela URSS, o “Segundo Mundo”. Sarang Shidore, Diretor do Programa de Sul Global do Quincy Institute for Responible Statecraft e membro adjunto da George Washington University lembra, no artigo “The Return of the Global South”, publicado em 2023, em Foreign Affairs, que estas nações, a vasta maioria da humanidade, foram denominadas como “Terceiro Mundo” como consequência do aumento, com o processo de descolonização, do número de países, no imediato pós-II Guerra Mundial, que chegaram a 70, já nos anos 1940. Esta nomenclatura específica começou a ser utilizada propriamente a partir de um artigo publicado pelo cientista social francês, Alfred Sauvy, que cunhou este termo para se referir a estes países. Sauvy fez um paralelo entre as exploradas colônias recém independentes e o “Terceiro Estado” da França pré-revolucionária. Explica Shidore que, com o tempo, “Terceiro Mundo” foi ganhando conotação pejorativa para os países pobres; “países em desenvolvimento”, termo em destaque por décadas, foi sendo criticado pela ideia linear de “um caminho para se tornar desenvolvido.” O autor, no artigo supracitado, diz que Sul Global “(...) tem suas origens no século vinte. O termo foi usado no conhecido relatório de 1980 North-South: A Programee for Survival criado pelo comitê independente liderado pelo Ex-Chanceler alemão Willy Brandt e pelo relatório de 1990 The Challenge to the South: the Report of the South Comission produzido por painel das Nações Unidas liderado por Julius Nyerere, o então presidente da Tanzânia. O prefixo ‘global’ foi adicionado nos anos 1990, depois do fim da Guerra Fria, possivelmente um subproduto da crescente popularidade de outro termo, ‘globalização’, que entrou em voga na época.” A partir do início dos anos 1990, com a reunificação da Alemanha e o fim da URSS, com o fim, portanto, do bloco socialista, o “Segundo Mundo” deixou de existir e se afirmou, nesta década, a hegemonia “unipolar” dos EUA. Como consequência o liberalismo econômico voltou com força, as fronteiras (para o capital, essencialmente) deveriam ser abertas e esta integração deveria (pela propaganda, ao menos) reduzir as assimetrias entre as nações. Isto não ocorreu para a maioria dos países do Sul Global. As consequências das crises desencadeadas por este liberalismo na década de 1990, especialmente, e o deslocamento crescente do eixo econômico mundial para a Ásia, com a China se tornando o principal parceiro comercial da maior parte dos países e o mundo vivendo um ciclo crescimento generalizado na década de 2000 (até o estouro da crise imobiliária americana, em 2008) mudaram as políticas de muitos países que passaram a adotar, em muitos casos, uma espécie de “protecionismo seletivo” e incentivo a certos setores, como citado por Shidore “(...) nos últimos anos Indonésia e Zimbabwe passaram a restringir as exportações de níquel e lítio, respectivamente, com o intuito de atrair maiores investimentos do exterior. A nova política para o lítio do Chile inclui um papel muito maior para o Estado na mineração e industrialização. Algo similar ocorre na iniciativa saudita para criação de uma indústria de hidrogênio verde e no objetivo da Índia de atrair indústrias de manufaturados eletrônicos. A ideologia cedeu lugar a uma experimentação com modelos econômicos híbridos.” É importante destacar que especialmente a ascensão chinesa, puxando o crescimento de grande parte do Sul Global (e também de países do Norte Global, como a exportadora Alemanha) diminuiu a dependência econômica em relação aos Estados Unidos e à Europa, reduzindo, portanto, a capacidade de pressão em temas como a Guerra da Ucrânia. Essa maior “autonomia relativa” alimenta também as demandas por reformas nas instituições internacionais, as quais mantém uma distribuição de poder que pouco mudou desde sua criação, fator de grande insatisfação para a maioria dos Estados. Embora não estejam no núcleo de poder do sistema internacional, os países do Sul Global, organizados em fóruns como o BRICS e a Organização para a Cooperação de Xangai ou organizações como a União Africana e numa miríade de pactos e tratos bilaterais, como, por exemplo, os acordos de comércio em moeda local, para escapar ao predomínio do dólar, se colocam, em toda a sua heterogeneidade de médias potências e países pobres, numa posição de contestação da ordem internacional liderada pelos EUA e seus aliados próximos. E o fazem, com postura realista, operando com os recursos que possuem, num contexto em que são beneficiados pelas mudanças na arquitetura de poder internacional.   *Wagner Souza é Mestre em Sociologia pela UFPR, Doutor em Economia Política Internacional pela UFRJ. Pós-Doutorando em Economia Política Internacional pela UFRJ. Idealizador e Editor do site América Latina www.americalatina.net.br. Colaborador do boletim Observatório do Século XXI. 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