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Bolsonaro vai virar um traste histórico

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Bolsonaro vai virar um traste histórico
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Por LAUREZ CERQUEIRA* Estão construindo uma peça jurídica histórica, para condenação dos golpistas. Vai ser devastadora! Servidores públicos civis e militares que participaram da tentativa de golpe vão ser demitidos a bem do serviço público, muitos condenados e presos, e aposentadorias cassadas. É o que diz a lei e os regulamentos disciplinares de militares. Para nunca mais se atreverem a se insurgir contra a ordem constitucional e o Estado democrático de direito. Sem anistia. Vai ser feito o que a Comissão da Anistia não fez. O julgamento dos golpistas vai durar semanas, com câmeras e microfones nas caras dos réus. A sociedade brasileira vai ver com os próprios olhos os criminosos e seus crimes debulhados didaticamente. Bolsonaro está inelegível, indiciado e deve ser preso. Acabou. Já tem outros no lugar dele. Os apoiadores não vão segurar a alça do caixão. Olharam para frente e viram o deserto político se formado. As desistências de segui-lo vão começar a acontecer. Será efeito manada. Bolsonaro vai virar um cão sarnento, como Collor se tornou depois do impeachment. Ficará exposto na galeria dos trastes históricos, onde estão o traidor Calabar, o torturador Brilhante Ustra e todos os demais, o General Castelo Branco e todos os ditadores que participaram do golpe de Estado de 1964. O Brasil tem uma Constituição, leis, regulamentos e instituições sólidas para defender a sociedade da tirania e dos ataques ao Estado democrático de direito.   *Publicado originalmente aqui. Laurez cerqueira é autor, entre outros trabalhos, de Florestan Fernandes – vida e obra; Florestan Fernandes – um mestre radical; e O Outro Lado do Real.  Foto de capa: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaoportalred@gmail.com. Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia.  

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Alexandre de Moraes envia relatório da PF para a PGR e retira sigilo

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Alexandre de Moraes envia relatório da PF para a PGR e retira sigilo
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Da Redação, com informações da CNN, de O Globo, do Estadão, da Folha de São Paulo e do Metrópolis PF aponta atuação de Braga Neto na trama golpista e indicia 12 militares da ativa O relatório final de 884 páginas da Polícia Federal sobre o plano de golpe de Estado no Brasil aponta o papel de cada integrante do governo de Jair Bolsonaro (PL) na chamada ‘organização criminosa’ apontada pela PF. O principal nome que consta no documento é do ex-presidente Bolsonaro. Ele é apontado como “líder” que “permeava” todos os núcleos apontados na investigação. Mas principalmente no Núcleo A: Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral. Outro personagem no caso é do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que é apontado pela PF como “operador de Bolsonaro”, alguém que colocava a mão em todos os núcleos para “blindar o líder”. O inquérito também aponta dois generais que tinham cargos no primeiro escalão do governo como “núcleo duro”: Walter Braga Netto e Augusto Heleno. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, levantou o sigilo do inquérito das Operações Tempus Veritatis e Contragolpe, que investigam a tentativa de golpe de Estado gestada no governo Jair Bolsonaro, inclusive com plano de assassinato do presidente Lula, de seu vice Geraldo Alckmin e do próprio ministro. Nesta terça-feira, 26, Moraes enviou à Procuradoria-Geral da República o relatório de mais de 800 páginas em que a Polícia Federal enquadrou o ex-presidente Bolsonaro e mais 36 investigados, entre aliados e militares de alta patente, por crimes de golpe de Estado, organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. “Encerrada a investigação pela Polícia Federal, os autos deverão ser remetidos ao Procurador Geral da República, uma vez que, o princípio do monopólio constitucional da titularidade da ação penal pública no sistema jurídico brasileiro somente permite a deflagração do processo criminal por denúncia do Ministério Público”, escreveu Moraes. Doze militares da ativa do Exército estão entre os indiciados pela Polícia Federal no inquérito que investiga uma trama golpista articulada no fim do governo de Jair Bolsonaro (PL) para mantê-lo no poder. A lista inclui um general recém-transferido para um cargo em Brasília e um adido militar em Tel Aviv, Israel. O general de brigada (duas estrelas) Nilton Diniz Rodrigues foi designado em 13 de novembro para chefiar a Coordenação de Operações Logísticas, um dos principais cargos do Comando Logístico do Exército. Os outros dez oficiais já estavam na mira da Polícia Federal em operações anteriores ou tinham sido alvos de inquéritos do próprio Exército por envolvimento na redação de uma carta que tentava pressionar o comandante da Força a embarcar no golpe de Estado. A Polícia Federal afirma que o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e vice na chapa de Jair Bolsonaro (PL) em 2022, participou de dois núcleos de atuação do grupo suspeito da trama golpista. De acordo com as investigações, o militar da reserva do Exército teria participado do "Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral" e do "Núcleo de Oficiais de Alta Patente com Influência e Apoio a Outros Núcleos". A descrição desses grupos, os integrantes, incluindo o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, e a forma de atuar de cada um estão descritos em decisão desta quarta-feira (26) do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que levantou o sigilo da apuração. A PF aponta no relatório final do inquérito a articulação conjunta de seis núcleos diferentes. São eles: núcleo de desiformação e ataques ao sistema eleitoral; núcleo responsável por incitar militares a aderirem ao golpe de Estado; núcleo jurídico; núcleo operacional de apoio às ações golpistas; núcleo de inteligência paralela e núcleo operacional para cumprimento de medidas coercitivas. Veja a lista   1. Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral. Mauro Cesar Barbosa Cid Anderson Torres Angelo Martins Denicoli Fernando Cerimedo Eder Lindsay Magalhães Balbino Hélio Ferreira Lima Guilherme Marques Almeida Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros Tércio Arnaud Tomaz 2. Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado. Walter Souza Braga Netto Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho Ailton Gonçalves Moraes Barros Bernardo Romão Correa Neto Mauro Cesar Barbosa Cid 3. Núcleo Jurídico. Filipe Garcia Martins Pereira Anderson Gustavo Torres Amauri Feres Saad Jose Eduardo de Oliveira E Silva Mauro Cesar Barbosa Cid 4. Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas. Sergio Ricardo Cavaliere De Medeiros Bernardo Romão Correa Neto Hélio Ferreira Lima Rafael Martins De Oliveira Alex de Araújo Rodrigues Cleverson Ney Magalhães 5. Núcleo de Inteligência Paralela. Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros Bernardo Romão Correa Neto Hélio Ferreira Lima Rafael Martins De Oliveira Alex de Araújo Rodrigues Cleverson Ney Magalhães 6. Núcleo de Oficiais de Alta Patente com Influência e Apoio a Outros Núcleos. Walter Souza Braga Netto Almir Garnier Santos Mario Fernandes Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira Laércio Vergílio Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira Com informações dos veículos: CNN, de O Globo, do Estadão, da Folha de São Paulo e do Metrópolis Foto da capa: Ex-presidente Jair Bolsonaro - Crédito: Breno Esak/Metrópolis

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Alguns dias difíceis para o movimento de direita de Bolsonaro

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Alguns dias difíceis para o movimento de direita de Bolsonaro
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Acusações de que o ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro planejou um golpe surgiram depois que um ex-assessor dele foi implicado em um plano para matar o atual presidente. Por ANA IONOVA, do NEW YORK TIMES* O movimento de extrema direita do Brasil e seu líder, o ex-presidente Jair Bolsonaro, tiveram alguns dias desafiadores. Primeiro, um apoiador do Sr. Bolsonaro se explodiu perto do Supremo Tribunal Federal, uma instituição que muitos da direita veem como inimiga, em um ataque terrorista que a polícia atribuiu ao extremismo político. Dias depois, as autoridades acusaram membros de uma unidade militar de elite — incluindo um ex-assessor de alto escalão do Sr. Bolsonaro — de planejar matar Luiz Inácio Lula da Silva, semanas antes de ele se tornar presidente. O plano de assassinato, disse a polícia, foi impresso nos escritórios presidenciais enquanto o Sr. Bolsonaro estava no prédio, de acordo com um relatório policial revisado pelo The New York Times. Agora, a polícia está buscando acusações criminais contra o próprio Bolsonaro, juntamente com três dezenas de seus aliados, por uma ampla conspiração para dar um golpe para mantê-lo no poder depois que ele perdeu a eleição presidencial de 2022 para Lula. Os eventos dramáticos, que se desenrolaram ao longo de oito dias, lançaram uma sombra sobre um movimento que o Sr. Bolsonaro mobilizou ao chegar ao poder, se consolidar como presidente e continuou a nutrir após sua derrota apertada nas urnas. “É uma notícia terrível para a extrema direita”, disse Fábio Kerche, professor de ciência política na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. “É um golpe — inclusive para Bolsonaro.” No entanto, o Sr. Bolsonaro enfrentou muitas tempestades, durante sua presidência e após sua relutante saída do poder. Agora, diante de possíveis acusações criminais que podem levar à prisão, o Sr. Bolsonaro e seus apoiadores foram rápidos em minimizar a gravidade da situação, atribuindo-a à perseguição política "esquerdista" pelo judiciário. Em nítido contraste com os problemas do Sr. Bolsonaro, o Sr. Lula passou a última semana sob os holofotes globais. Durante um encontro de líderes mundiais no Rio, o Sr. Lula posou para fotos com o presidente Biden, liderou um ambicioso pacto internacional para combater a fome e a pobreza e se posicionou como uma voz de liderança nos esforços globais para combater as mudanças climáticas, antes de sediar a cúpula climática mais importante do mundo no Brasil no ano que vem. “Com tudo isso, Lula está em ascensão”, disse João Roberto Martins Filho, cientista político da Universidade Federal de São Carlos. Mas mesmo que o Sr. Lula tenha desfrutado de um momento de glória, não está claro se ele conseguirá avançar sua agenda internacional quando o presidente Biden entregar as rédeas do poder ao presidente eleito Donald J. Trump. O Sr. Lula disse que espera forjar relações “civilizadas” com o Sr. Trump, mas também expressou abertamente preocupações sobre alguns dos planos do presidente eleito. O Sr. Lula, em uma entrevista à CNN neste mês, pediu ao Sr. Trump que “pensasse como um habitante do planeta Terra” ao moldar a política climática. O Sr. Bolsonaro e seus aliados, por outro lado, comemoraram ruidosamente a vitória do Sr. Trump. Na noite da eleição, um dos filhos do Sr. Bolsonaro assistiu à contagem dos votos em Mar-a-Lago e, após a vitória do Sr. Trump, o ex-presidente brasileiro traçou paralelos entre ele e o presidente eleito americano nas redes sociais, classificando ambos como parte de um movimento populista global. E embora o Sr. Bolsonaro esteja proibido de viajar para fora do Brasil por causa das investigações que o têm como alvo, ele pediu ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, que supervisiona o caso, permissão para comparecer à posse do Sr. Trump em janeiro. “Ele vai dizer não ao cara mais poderoso do mundo?”, disse Bolsonaro, referindo-se ao próximo presidente dos EUA, em entrevista ao jornal brasileiro Folha de S. Paulo. O Sr. Bolsonaro, talvez tentando seguir o roteiro do Sr. Trump, parece querer encenar seu próprio retorno político, sinalizando que pretende concorrer na próxima eleição presidencial do Brasil em 2026. Mas há um porém: um tribunal eleitoral o impediu de exercer o cargo até o final da década. Após a vitória de Trump, “parecia que Bolsonaro poderia retornar ao jogo eleitoral”, disse Guilherme Casarões, professor da Fundação Getúlio Vargas, que estudou o movimento de extrema direita no Brasil. “Esse entusiasmo se perdeu ao longo desta semana” de golpes legais contra o Sr. Bolsonaro, disse o Sr. Casarões. Ainda assim, uma parcela significativa dos eleitores brasileiros pode estar torcendo pela ressurreição política do Sr. Bolsonaro. Em uma pesquisa deste mês , quase um quinto dos entrevistados disseram que votariam no Sr. Bolsonaro na próxima eleição presidencial, embora, por enquanto, ele não possa concorrer. O Sr. Lula, que é elegível para concorrer, foi o candidato preferido de 27 por cento dos entrevistados. Esta semana foi o ápice de crescentes problemas legais para o Sr. Bolsonaro depois que a Polícia Federal pediu aos promotores que acusassem o Sr. Bolsonaro e três dezenas de outros, incluindo membros de seu círculo íntimo, de crimes de "abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa". O principal procurador federal do Brasil deve agora decidir se vai prosseguir com o caso. Se ele fizer isso, o Sr. Bolsonaro pode acabar algemado. Mesmo que o Sr. Bolsonaro seja julgado, isso pode não ser o suficiente para manchá-lo aos olhos de seus apoiadores mais fervorosos, de acordo com o Sr. Kerche. “Bolsonaro poderia fazer o que quisesse, e eles continuariam a apoiá-lo.” Essa é outra semelhança com o Sr. Trump, cujo apoio parecia só crescer com os processos judiciais contra ele. Assim como o Sr. Trump, o Sr. Bolsonaro se apresentou como um mártir político, apoiando-se em uma narrativa falsa de uma eleição roubada. Mais de um ano antes das eleições brasileiras de 2022, o Sr. Bolsonaro começou a semear dúvidas infundadas sobre a segurança das máquinas de votação do país, alertando que ele só poderia ser derrotado se elas fossem fraudadas em favor de seu oponente. Quando ele perdeu, o Sr. Bolsonaro nunca admitiu oficialmente a derrota. Seus apoiadores montaram acampamentos do lado de fora do quartel-general militar, pedindo aos militares que anulassem a eleição. Então, em um episódio violento que lembra o ataque de 6 de janeiro de 2021 ao Capitólio dos EUA, eles invadiram e vandalizaram os gabinetes do Congresso, da Suprema Corte e da presidência do Brasil poucos dias após a posse do Sr. Lula, na esperança de provocar uma intervenção militar. Os parlamentares no Congresso estão refletindo sobre uma legislação que perdoaria os manifestantes e, de acordo com especialistas jurídicos, possivelmente beneficiaria o próprio Bolsonaro, permitindo que ele ocupasse um cargo eletivo novamente. Mas, à medida que os problemas legais do Sr. Bolsonaro se acumulam, há sinais de que suas alianças políticas podem estar se desgastando. Após dias de silêncio, um dos aliados mais proeminentes do Sr. Bolsonaro, Tarcísio de Freitas, o governador de São Paulo, falou em defesa do ex-presidente, mas não chegou a ecoar suas duras críticas à investigação e ao judiciário. Isso sinaliza que a direita política do país pode estar se movimentando para proteger a si mesma e ao seu movimento da crise enfrentada pelo Sr. Bolsonaro, disse o Sr. Martins Filho. “Ninguém está dizendo que está se separando de Bolsonaro”, ele disse. “Mas há muita gente disposta a deixá-lo sozinho.” Lis Moriconi contribuiu com pesquisa. *Reportagem do Rio de Janeiro - Publicado no New Yok Times em 22 de novembro de 2024Atualizado em 24 de novembro de 2024, traduzido automaticamente pelo Google Translator Foto da capa: A polícia brasileira está processando Jair Bolsonaro, ex-presidente de extrema direita, acusando-o de participar de um plano de golpe.Crédito: André Borges/EPA, via Shutterstock Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaoportalred@gmail.com. Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia.

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O diálogo interreligioso do muçulmano Al-Farabi

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O diálogo interreligioso do muçulmano Al-Farabi
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Por EDELBERTO BEHS* O movimento ecumênico e o movimento interreligioso deveriam passar os olhares nos escritos do pensador muçulmano Abu Nasr Al-Farabi, que viveu entre 872 e 950 d.C., e, depois de fazer negócios pela Rota da Seda, estabeleceu-se em Bagdá para estudar filosofia. Ele deixou para o mundo lusófono os “alfarrábios”, sinônimo de livros. Farabi nasceu na região de Samarcanda, ora turca, ora persa, um ponto importante na Rota da Seda. Embora fosse muçulmano, não falava árabe, língua que foi estudar, ao lado da Filosofia, em Bagdá. Quando Al-Farabi nasceu, o Islã, com cerca de 250 anos, era uma religião nova na região. No estudo do árabe, Al-Farabi recorreu a um professor gramático muçulmano, Ibn Al- Sarraj. Mas para estudar Filosofia, informa o escritor português Rui Tavares em “Agora, agora e mais agora”, ele foi discípulo de um filósofo cristão, Matta bin Yunus, o que o faz supor que o estudante viveu no mesmo teto junto com cristãos. Yunus era um cristão nestoriano, ou seja, um ramo do cristianismo que se expandiu para o Oriente, chegando à Índia e até mesmo até a China. Tavares assinala que Al-Farabi desenvolveu sua filosofia fundada “num diálogo para lá das fronteiras da religião, com o pensamento de outros seres humanos de religiões, comunidades e línguas diferentes”. Ele recuperou escritos de Aristóteles e de Platão para a época e os legou ao mundo Ocidental. No tempo de Al-Farabi, continua Tavares, as fronteiras entre as religiões eram menos estanques, “sendo possível a um filósofo manter um diálogo inter-religioso – potencialmente até com quem não tivesse religião nenhuma – e permanecer membro de uma comunidade de crença como o islão”. De Aristóteles Al-Farabi busca o conceito de zoon politikon, qual seja, o homem é um animal político. Ele parte, então, da pergunta “como criar uma política de convivência?” e conclui que os humanos têm que viver juntos. O filósofo define os seres humanos como “os membros daquela espécie que não consegue alcançar aquilo de que necessita sem viver junta, em muitas associações ou um único lar”. E essa comunidade tem que ser, além de política, multireligiosa, um ambiente que ele encontrou em Bagdá antes dos anos 1000 d.C. Al-Farabi dialoga com filósofos antigos, como Platão e Aristóteles, e dialoga para além das religiões, e, surpreendentemente, para a atualidade. E esse é seu legado para um mundo inter-religioso   *Edelberto Behs é Jornalista, Coordenador do Curso de Jornalismo da Unisinos durante o período de 2003 a 2020. Foi editor assistente de Geral no Diário do Sul, de Porto Alegre, assessor de imprensa da IECLB, assessor de imprensa do Consulado Geral da República Federal da Alemanha, em Porto Alegre, e editor do serviço em português da Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC). Foto de capa:Getty Images Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaoportalred@gmail.com. Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia. .    

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A atmosfera tóxica do mundo

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A atmosfera tóxica do mundo
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  Por CELSO JAPIASSU * A atmosfera tóxica do mundo não está presente apenas na deterioração d clima e outras ameaças para as novas gerações que vão habitar o planeta. ambiente internacional mostra-se a cada dia mais irrespirável, os conflito fazem parte do cardápio geopolítico e anunciam-se mais radicais para o futuro. Em 2024, o mundo está marcado por diversos conflitos armados. A guerra na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, destaca-se como a mais grave crise humanitária da Europa desde a Segunda Guerra Mundial. As estimativas do número de civis que já morreram nesse conflito variam entre oito mil, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) e vinte mil, de acordo com o que informa o governo ucraniano. Milhões de pessoas foram forçadas a abandonar suas casas e a economia global está a acusar os graves impactos de uma guerra em pleno território europeu. Junto com a tragédia no Oriente Médio, onde ocorre um genocídio praticado pelas forças armadas de Israel e que já fez, em Gaza, 40 mil mortos, os diversos conflitos regionais espalhados pelo mundo acenam para o que muitos veem como o prenúncio de uma Terceira Guerra Mundial. Outros dizem que ela já está em curso.   As ameaças Uma frase atribuída a Albert Einstein reza que, se houver uma guerra nuclear, a próxima será com paus e pedras, pois as civilizações seriam reduzidas a um estado primitivo. Os riscos de uma Terceira Guerra Mundial são complexos e envolvem diversos fatores interligados. A existência de armas nucleares em diversos países, como Estados Unidos, Rússia, China, Índia, Paquistão e Coreia do Norte, representa um forte risco de conflito global. Um erro de cálculo ou um ataque nuclear acidental poderia desencadear uma guerra que seria devastadora. As tensões geopolíticas em diversas regiões, como no Oriente Médio, Ásia Oriental e Europa Oriental, podem facilmente escalar para conflitos de maior escala, envolvendo potências internacionais. A crescente dependência de tecnologias digitais torna os países vulneráveis a ataques cibernéticos sofisticados, com graves consequências económicas e sociais, e até levar a um conflito militar. O crescimento de ideologias extremistas de direita, com ingredientes de populismo e nacionalismo, pode levar a um aumento da militarização e a uma política externa agressiva, fazendo crescer o risco de conflitos entre países. Os grupos terroristas internacionais, a exemplo do Estado Islâmico, podem utilizar armas de destruição em massa, nucleares ou químicas, com grande número de mortes disseminando o terror e conduzindo a uma retaliação militar. A escassez de recursos naturais, como água e alimentos, causada pelas mudanças climáticas, pode levar a conflitos internacionais por esses recursos, com o consequente risco de uma guerra global. O desenvolvimento de armas autônomas e letais, impulsionado pela inteligência artificial, pode levar a uma nova corrida armamentista e aumentar o risco de uma guerra acidental ou não intencional. A proliferação de notícias falsas e propaganda online pode manipular a opinião pública e gerar desconfiança entre os países, dificultando a resolução pacífica de conflitos. Estas são apenas algumas das ameaças de uma Terceira Guerra Mundial.   Os conflitos espalhados Embora a guerra na Ucrânia e a tragédia da Palestina dominem as manchetes, outros conflitos continuam em diferentes regiões, como no Oriente Médio, onde a guerra civil na Síria, que já dura mais de uma década, provocou uma crise humanitária de grandes proporções, com milhões de refugiados e deslocados internos. No Iêmen, uma guerra civil brutal alimentada por  intervenções estrangeiras causa fome, doenças e devastação. O continente africano é palco de diversos conflitos armados, como na região do Sahel* onde grupos jihadistas lutam contra governos e forças internacionais. No Sudão do Sul, a guerra civil entre facções rivais mergulhou o país na pobreza e na violência. Na Asia, a guerra civil no Afeganistão, após a tomada do poder pelo Talibã em 2021, gera instabilidade e insegurança no país. A disputa territorial entre China e Índia na região de Caxemira também é motivo de preocupação. No México, a guerra contra o narcotráfico se intensifica, com grupos criminosos disputando territórios e aterrorizando a população. Na Colômbia, o conflito entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) ainda não terminou, apesar do acordo de paz de 2016.   As consequências Um documento das Nações Unidas elencou as consequências de todos esses conflitos: • Mortes e sofrimento humano: Milhares de pessoas são mortas e feridas em conflitos armados todos os anos. A guerra também causa traumas psicológicos, fome, doenças e a perda de casas e bens materiais. • Crise humanitária: Os conflitos geram milhões de refugiados e deslocados internos, que precisam de abrigo, comida, água potável e cuidados médicos. A crise humanitária coloca em risco a vida de milhões de pessoas, especialmente crianças e mulheres. • Instabilidade política e econômica: Os conflitos armados fragilizam os países, dificultam o desenvolvimento econômico e social e podem levar à radicalização e ao extremismo. • Impacto global: As guerras e conflitos armados têm repercussões em todo o mundo, como o aumento do preço do petróleo e dos alimentos, a proliferação de armas e o risco de pandemias. O diálogo e a negociação, diz o documento da ONU, são ferramentas essenciais para alcançar a paz duradoura. Ações de prevenção de conflitos, como o investimento em desenvolvimento social e na promoção dos direitos humanos, também são fundamentais.     *Sahel - O Sahel é uma região da África que se estende entre o deserto do Saara ao norte e as savanas do Sudão ao sul, formando um corredor semiárido de aproximadamente 500 a 700 km de largura e 5.400 km de comprimento. Esta faixa geográfica atravessa vários países, incluindo Gâmbia, Senegal, , Mauritânia, Mali, Burkina Faso, Níger, Nigéria, Chade, Sudão e Eritreia, entre outros.   *Celso Japiassu é autor de Poente (Editora Glaciar, Lisboa, 2022), Dezessete Poemas Noturnos (Alhambra, 1992), O Último Número  (Alhambra, 1986), O Itinerário dos Emigrantes (Massao Ohno, 1980), A Região dos Mitos (Folhetim, 1975), A Legião dos Suicidas (Artenova, 1972), Processo Penal (Artenova, 1969) e Texto e a Palha (Edições MP, 1965). Foto de capa:  By csl Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaoportalred@gmail.com. Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia.

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Daddy is home e as instituições brasileiras: ligações perigosas?

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Daddy is home e as instituições brasileiras: ligações perigosas?
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Por MARILIA VERÍSSIMO VERONESE* Na campanha eleitoral que elegeu D. Trump presidente dos Estados Unidos, foi vendida uma camiseta estampada com os dizeres daddy’s home (o papai está em casa) na frente da Casa Branca. Esta peça publicitária é digna de uma análise semiótica à lá Roland Barthes, que era craque em analisar imagens com legendas, a exemplo da que fez com o anúncio das “Massas Panzani”, famoso entre estudiosos do campo. Ao denotar Trump na Casa Branca chamando-o de papai, a peça eleitoral conota que um “pai protetor” estará em casa, presente para “proteger” seus “filhos” norte-americanos, evocando uma ideia patriarcal de proteção sob um líder carismático. A mensagem é problemática de várias formas, mas principalmente porque é falsa. É bom ter pais presentes em casa cuidando dos filhos (alô Congresso brasileiro, trabalhando em escala 6x1 nenhum pai [nem mãe], consegue estar em casa tempo suficiente!), só que esse pai simbólico sugerido pela propaganda eleitoral é na verdade um psicopata de extrema-direita, que veicula xenofobia, racismo e sexismo em cada palavra proferida. Negacionista, trambiqueiro, “já foi levado ao tribunal por enganar fornecedores, banqueiros e até sua família; não pagou impostos por anos; sua imobiliária foi fechada por crimes fiscais; se gabou de agarrar partes íntimas das mulheres; foi acusado de trair suas três esposas; foi acusado de má conduta sexual por duas dúzias de mulheres, sendo condenado civilmente por estupro; tentou se manter no poder com base em uma mentira descarada de fraude eleitoral.” (https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2024/10/23/ficha-criminal-de-trump-e-gigante-por-que-isso-nao-afeta-eleicao.htm?cmpid=copiaecola). Ou seja, um bilionário picareta que fascina multidões, em uma sociedade que cultua a riqueza e a ostentação como símbolos de mérito pessoal. Populista de extrema-direita, Trump inventa um “povo americano” como massa homogênea, que ele saberia reconduzir à grandeza e à prosperidade. Nada de pai honesto e protetor, mas sim um homem desonesto e violento, perigoso e autoritário. Foi escolhido por alguma maioria popular e significativa maioria no colégio eleitoral, estando legitimado em seu programa absurdo (o sistema eleitoral dos EUA é uma maluquice que não representa necessariamente a maioria, diga-se de passagem; mas desta feita, representou). E os/as eleitores/as têm agência, caros e caras leitoras. Ou seja, deram um recado, o de que realmente desejam ser governados por este indivíduo, que é também um negacionista climático e científico. As pessoas parecem achar que truculência, masculinidade violenta e extrema riqueza (mesmo que adquirida com métodos ilícitos) combinadas são sinal de mérito e potencial solução dos problemas de uma nação, gerando “ordem”. Só que... não! Geram é mais desordem, confusão, violência, segregação e problemas. Até aí nada de novo, não é? Mas o que isso tem a ver com as nossas instituições? Explico o título deste texto: vou relacionar a eleição no império americano em declínio (que escolheu seu novo imperador contando entrar em ascenso novamente) com o crime ocorrido no aeroporto de Guarulhos e as nossas instituições políticas e de segurança pública. O “empresário” executado aqui, Antonio Gritzbach, era um trambiqueiro muito rico, chamado de empresário porque não diferenciamos empresários sérios de trambiqueiros endinheirados. Se ganham muito dinheiro, serão bajulados e escaparão da lei, podendo até virem a ser votados e eleitos com expressiva votação, dada a admiração que provocam por aí... para encarcerar em massa, castigar e massacrar, só os pobres e favelados, em sua maioria negros. O chão-de-fábrica do crime. A batalha discursiva simplista e dicotômica fica entre prender em massa ou soltar bandidos de baixa letalidade, o que resulta em uma direita política que ganha o debate público com a tola falácia de que “a esquerda defende bandido”. Ora, justamente por não defender, a esquerda prefere que não alimentemos o crime organizado com mais e mais bandidos, que é o resultado da falida política de encarceramento em massa. Muito melhor seria investir em ressocialização dos que cometem delitos de baixa gravidade e em inteligência policial, em investigação séria. Isso porque já foi demonstrado que truculência, mortes na periferia e encher as prisões de meninos por causa de 40 gramas de maconha, tratando-os com crueldade, faz com que eles sejam imediatamente recrutados pelas facções criminosas, engordando suas fileiras. As facções dominam as prisões, por um misto de incompetência e corrupção policial e jurídica das nossas instituições. Prender gente pobre que pouco risco oferece à sociedade lhes fornece farta mão de obra e expansão dos “negócios”. Tarcísio de Freitas apregoa estar resolvendo os problemas de São Paulo tirando as câmeras da farda da polícia militar, dando-lhes licença para matar o chão-de-fábrica do crime, enquanto os delatores premiados são assassinados à luz do dia no aeroporto internacional de Guarulhos, em clara queima de arquivo entre poderosos. Ou seja, a licença para matar e a desumanização dos agentes de segurança pública causam é mais desordem, e não mais ordem. Mais risco e menos segurança. Quem defende essa falida política de mais e mais prisões, de polícia mais e mais violenta e letal, é na verdade quem gosta de bandido. O PCC já matou juízes, políticos, ex-integrantes... essa dinâmica faz alguns pesquisadores do tema dizerem que já somos um narcoestado. Nas últimas quatro décadas, estivemos alimentando as facções criminosas com milhares e milhares de “peões” para o crime organizado. Elas cresceram, beneficiando agentes públicos e privados que lucram com o ilícito, enquanto escapam da lei. O mercado ilegal cresceu muito, absorvendo os delinquentes, virando-os em operadores ativos em todas as instâncias da sociedade, um exército disponível e facilmente substituível. Essa desordem social reflete-se nas instituições, criando um quadro muito confuso e capitalizado pela extrema-direita, pois é mesmo difícil de interpretar. Já não se sabe mais em quais membros do poder judiciário acreditar ou confiar; portanto, as pessoas vão confiar em quem os seus afetos e emoções ditarem, não tendo repertório intelectual para discernir. Não acessando fontes confiáveis como pesquisadores/as sérios e independentes, tendem a buscar aqueles que são recomendados por políticos “pais protetores fortes e truculentos a favor da família” ou pastores exercendo o mesmo papel, produzindo e alimentando afetos intensos, medos e ódios. Viram como voltamos ao Trump papai-está-em-casa? Pois, como dizem os portugueses. Esse é o meu ponto. Há conexões, ligações perigosas entre o lá e o cá. Tudo temperado com uma dose altíssima de ideologia patriarcal, ao sul e ao norte. Meu argumento é que esse caos institucional, esse modelo caro e ineficiente na política de segurança pública favorece os discursos radicalizados da extrema-direita. A (in)segurança pública no Brasil consome bilhões de recursos públicos e o quadro só piora. Como diz o professor Gabriel Feltran (pesquisador do tema e autor do livro Irmãos: Uma história do PCC) o CV antes não entrava no comércio internacional de drogas, o que o PCC passou a fazer em larga escala, gerando milhões (lembram da cocaína no avião presidencial do mandatário anterior? Tem “gente graúda” envolvida, como se sabe). Os caras se misturaram com as milícias, entraram na política e... o resto é a história recente do nosso país. Quase um milhão de pessoas presas no Brasil, mais 5 milhões de ex-presidiários, a quem se somam suas famílias e comunidades... é muita gente vivendo sob controle territorial armado de facções e milícias. Essa tragédia é produzida e mantida pelo modelo de Segurança caro, corrupto e que não funciona, mas que é ferozmente defendido por quem dele se beneficia, ou por quem é engambelado por discursos de “eu não defendo bandido, tem de prender ou matar todos”. Olha, se você vota por manter a fúria encarceradora, desculpe, mas defende bandido sim. Ajudou a criar primeiro o CV, depois o PCC e muitos outros grupos criminosos, que diversificaram seus “negócios” e ampliaram seu alcance político, social e econômico. O dinheiro do tráfico de cocaína é o que estava na conta de bitcoin do “empresário” executado, ainda conforme o referido pesquisador. Há 4 PMs afastados, suspeitos de terem facilitado o assassinato. Ligações perigosas entre polícias, militares, políticos à direita e bilionários... Todos esses bilhões servem também para financiar a dominação ideológica, a difusão de ideologias conservadoras ou reacionárias, patriarcais, sempre em busca de voltar a um suposto passado idílico que só existe em suas mentes doentias. O mundo sempre esteve em transformação, a novidade é essa estapafúrdia união entre bandidos, bilionários, donos de plataformas/redes sociais, políticos, pastores e padres reacionários e empresários do crime que ostentam luxo e riquezas. Sem esquecer os “influenciadores”, claro; e há quem ocupe alguns desses papéis conjuntamente. Leio agora, antes de fechar este texto, que o imperador-papai-recém-eleito já contratou Elon Musk - o controlador do algoritmo que faz cabeças e transforma mentiras em verdades - para um cargo em seu futuro governo. Pronto. A ferida narcísica do masculino que se acha vítima num mundo em transformação vai agora ser lambida com muitos bilhões e muita engambelação cultural "anti-woke". Não sabe o que é? Aguarde meu próximo texto: vamos falar um pouco mais sobre isso, como pedia o Dr. Freud. Até lá!   *Marilia Veríssimo Veronese é  Doutora em Psicologia Social, professora e pesquisadora. Ilustração de capa: Reprodução Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaoportalred@gmail.com. Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia.

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