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Programas – de 19 a 27 de dezembro
RED
Por LÉA MARIA AARÃO REIS*
O ex-Ministro da Defesa de Israel, Moshe Ya’alon, denunciando o primeiro ministro Benjamin Netanyahu de praticar limpeza étnica na Faixa de Gaza e cometer crimes de guerra na região. Ya’alon reforça a decisão do Tribunal Penal Internacional de punir o governante de Israel e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, e afirmou em entrevista à mídia israelense que a linha dura do gabinete de extrema-direita de Netanyahu tenta expulsar os palestinos do norte de Gaza para ali restabelecer assentamentos judaicos.
”Sou obrigado a alertar sobre o que está acontecendo lá e que está sendo escondido de nós”, disse Ya’alon à emissora pública Kan, domingo passado. “No final das contas, crimes de guerra estão sendo cometidos”.
Sábado, dia 21, grande manifestação convocada para as 14 horas, na Times Square – Rua 42 e Broadway com o grito de Palestina Livre! Embargo de Armas Agora!
Leitura para feriadão: A música do fim do mundo, de Maurício Ayer, analisando o cinema de Marguerite Duras, tem como subtítulo, Orquestrações de Literatura, Teatro e Cinema. Trata-se de “uma das mais inovadoras e enigmáticas obras de Marguerite Duras, India Song, analisada em detalhes”, explica a apresentação da obra. Os temas: “O amor e o desejo levados ao paroxismo da loucura; a múltipla e voraz sexualidade feminina; a morte e o crime e seus inabordáveis sentidos; a podridão do poder colonial e a decadência do Ocidente e a inegável morte de um mundo sem que outro pareça despontar no horizonte”. O autor foi curador da mostra de cinema Marguerite Duras: escrever imagens, no Rio de Janeiro, em 2009, e co-organizador de A música do fim do mundo, Colóquio Internacional Centenário de Marguerite Duras, em São Paulo, de 2014. (Ed. Alameda)
Mais uma vez candidato a receber prêmio internacional importante, Ainda Estou Aqui acaba de ser indicado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas da Espanha aos Prêmios Goya, a maior premiação do cinema espanhol. Detalhe: se fosse vivo, no próximo dia 26, Rubens Paiva, ex-deputado cassado e morto durante sessão de tortura dentro de um quartel do exército, no centro do bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro, faria 94 anos.
Imagens do Exílio: Fragmentos de Memória é como se intitula a original exposição de 41 fotos que o cineasta Silvio Tendler, então com 20 anos de idade, produziu no Chile de Allende. No Sesc Copacabana, até o fim de fevereiro, com entrada gratuita, ela é comentada pelos atores Beth Goulart, Eduardo Tornaghi e Júlia Lemmertz. Acompanhando a viagem através das imagens, há música de fundo, poesia, efeitos sonoros e trechos de lembranças de Tendler e de outros exilados, discursos e entrevistas concedidos por Salvador Allende, reportagens de época e documentos da Casa Branca.
Na última semana, outra comemoração: a do aniversário de 40 anos da realização do documentário de Tendler, Jango, na Casa de Rui Barbosa. Na mesma ocasião, foi festejado o aniversário do saxofonista Nivaldo Ornellas e os 80 anos de Wagner Tiso.
A Academia Brasileira de Cinema abriu inscrições para o Premio Grande Otelo 2025. Vale apresentar séries e filmes lançados entre 01 de janeiro de 2023 e 30 de abril de 2024, até o próximo dia 28 de fevereiro. A premiação se estende por 30 longas-metragens, curtas, séries e melhor filme escolhido por Júri Popular. Regulamento para inscrições no email mailto:producaogp@academiabrasileiradecinema.com.br.
Volume comparando a ação política coletiva da França e do Brasil, e uma chave para entender o destino desses dois países tão diversos. O título do livro é Mundialização neoliberal – Mudanças Políticas e Contestações Sociais. Os organizadores são Paul Bouffartigue e Armando Boito, e Sophie Beroud e Andreia Galvão. (Ed. Alameda)
Bom programa de fim de semana. Assistir (ou rever) O Processo, excelente documentário de Maria Augusta Ramos que relembra a crise política de 2016, o golpe de impeachment armado contra a Presidente Dilma Rousseff e o consequente colapso das instituições democráticas do Brasil, na época. A presidente foi afastada no dia 31 de agosto daquele ano, três meses depois do processo para derrubá-la começar a tramitar no Senado. Lembrando que o resultado da votação em plenário foi de 61 votos de ilustres senadores a favor do afastamento da Presidente. Vinte foram contra.
Religião, política e economia não se misturam? Indaga o texto de apresentação do livro O Partido da Fé Capitalista – Imperialismo Religioso e Dominação de Classe no Brasil, do historiador Rodrigo de Sá Netto. A obra, da DaVinci Livros, acaba de ser lançada em noite de debates do historiador com a colega Virgínia Fontes, também historiadora, na livraria DaVinci, no Rio. Atualmente, Sá Netto pesquisa o imperialismo estadunidense e suas conexões com organizações religiosas conservadoras daquele país; “uma história vastamente documentada sobre as organizações, as estratégias e as ideias que legitimam a dominação de classe através da religião”.
Livro Ecossocialismo: para que e porquê acaba de ser lançado na livraria Cirkula, em Porto Alegre. Organizado pela jornalista e socióloga Naia Oliveira, do grupo Rede Brasileira de Ecossocialistas, e com textos de dez militantes, acadêmicos e lideranças políticas, desenvolve temas como racismo ambiental, eco-feminismo, impactos do agronegócio e urbanismo e democracia. O prefácio é do engenheiro e cientista social Cesar Luciano Filomena.
Depois de 16 anos do filme O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, de Cao Hamburguer, ser indicado para Melhor Filme Internacional do Oscar, Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, entrou para a lista oficial de semifinalistas divulgada esta semana. Concorre com 14 filmes pré-selecionados.
Autor do livro O Oráculo da Noite, (Cia das Letras, 2019) e cofundador do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, neurocientista Sidarta Ribeiro, é personagem de destaque especial neste fim de ano, como principal âncora da série de cinco episódios, A História de uma Planta, iniciada domingo passado e em exibição do GNT. Nesse documentário, o tema é o debate cada vez mais frequente sobre o uso do canabidiol, medicamento anti-inflamatório, ansiolítico, anticonvulsivante e antitumoral, entre outras funções, originado da cannabis e sem qualquer relação com os efeitos recreativos originados pelo THC (tetra-hidrocanabinol), a substância responsável pelo ‘barato’ da planta. O CBD já é comercializado em várias formas: óleos, extratos, cápsulas, adesivos e outros modos de preparação para uso na pele. Lembrar que o Brasil se destaca na pesquisa com psicodélicos, atrás apenas dos EUA e do Reino Unido.
Em 2025, o Dia de Martin Luther King será 20 de janeiro – a terceira segunda-feira desse mês. Grandes manifestações populares estão agendadas para defender direitos civis, como de costume, mas também direitos LGBTQ, direitos de imigrantes, de professores, acesso à saúde e fortalecimento de sindicatos. Uma frente se forma para resistir à administração Trump a se iniciar naquele dia, declaram os trabalhadores, com seus direitos sob ataque. Justiça, dignidade e igualdade para todos, é o seu lema. Concentração às 13 horas no Washington Park, de Nova Iorque.
Expectativa: chega às telonas, dia 16 de janeiro, o documentário Luiz Melodia – No Coração do Brasil, de Alessandra Dorgan. Conhecido como o “poeta do Estácio”, os versos de suas canções se inserem na poesia informal dos anos 70.
O programa para domingo, dia 22, é assistir, na TV Cultura, o excelente filme A Última Floresta, com Davi Kopenawa Yanomami. Às 22h45.
Em 12 de janeiro, entra em cartaz nos cinemas o filme representante da Coreia do Sul no Oscar 2025. Chama-se 12.12: O Dia, retrata o golpe militar de 1979 naquele país e faz pensar a recente Lei Marcial decretada (e logo cancelada) há menos de um mês pelo presidente coreano e a tentativa de autogolpe em Seul.
*Léa Maria Aarão Reis é jornalista.
Ilustração de capa: Marcos Diniz
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