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Mudanças na Lava Jato ressuscitam embate político

Mudanças na Lava Jato ressuscitam embate político

Politica por RED
24/05/2023 11:07 • Atualizado em 24/05/2023 11:10
Mudanças na Lava Jato ressuscitam embate político

Gabriela Hardt, que condenou Lula, irá substituir Eduardo Appio, afastado por suposto telefonema

Com a decisão do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) de afastar Eduardo Appio, juiz responsável pela Lava Jato em Curitiba, os processos caíram novamente nas mãos de uma juíza alinhada ao senador Sergio Moro, fomentando o debate político sobre a investigação. Gabriela Hardt, que assume a cadeira, mostrou alinhamento com Moro na época em que ele ainda era juiz e condenou Lula no processo do sítio de Atibaia (SP) em 2019  (sentença também anulada pelo STF dois anos depois).

Eduardo Appio foi afastado de suas funções provisoriamente em decorrência de uma investigação sobre um suposto telefonema para o filho do ex-relator da Lava Jato, no qual ele fingiria ser outra pessoa. O juiz travou nos últimos meses uma série de embates com lava-jatistas por tomar decisões que contrariaram antigos expoentes da força-tarefa, além de declarar simpatia pelo presidente Lula (PT), que chegou a ser preso pela operação.

O magistrado da Lava Jato havia tido atrito com o ex-relator Marcelo Malucelli (TRF) em abril, após ter suas decisões revistas em segunda instância. O ex-relator passou a ser questionado na época sobre seu elo com o ex-juiz Sergio Moro.

A dança das cadeiras acabou inflamando os ânimos dos lavajatistas. Moro e o ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos-PR), que teve mandato de deputado federal cassado na semana passada no Tribunal Superior Eleitoral, aproveitaram para criticar Appio, que em geral se refere às posturas dos dois em tom negativo.

Moro, em entrevista à GloboNews, chamou Appio de “emocionalmente desequilibrado” e disse que soube da gravação quando ela foi feita, em abril. Já Deltan compartilhou nas redes sociais o vídeo da gravação do telefonema atribuído ao juiz afastado e comentou que “essa é a nova Lava Jato do governo da vingança de Lula”. “Não lutam mais para combater a corrupção, mas para se vingar de quem a combate”.

Políticos próximos ao governo petista questionaram a medida, com o argumento de uma suposta blindagem do TRF-4 a antigas autoridades da operação. Ivan Valente, deputado federal do PSOL-SP, disse que tudo indica se tratar de “mais uma armação política”. “Dallagnol e Moro comemoraram, isso já diz muita coisa.”


Com informações da Folha de São Paulo

Foto: Justiça Federal do Paraná

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