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Michelle Bolsonaro recebeu joias em mãos, afirma servidora em depoimento à PF
Michelle Bolsonaro recebeu joias em mãos, afirma servidora em depoimento à PF
Em depoimento à Polícia Federal (PF), uma funcionária do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH) disse que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro recebeu em mãos um dos conjuntos de joias enviado pela Arábia Saudita. Os itens foram entregues a ela e ao ex-presidente Jair Bolsonaro no dia 29 de novembro de 2022. As informações são do jornal Estado de S. Paulo.
A caixa com as joias foi recebida pela funcionária, pelo seu chefe Erick Moutinho Borges e pelo museólogo Raniel Fernandes em novembro do ano passado, mais de um ano após a chegada dos itens. Na entrega, os servidores do Ministério de Minas e Energia informaram que Bolsonaro já havia visto o presente.
Porém, as joias não ficaram no Palácio do Planalto. O chefe do GADH, Marcelo Vieira, avaliou que os itens deveriam ser enviado ao Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência, por questões de segurança. O transporte foi feito por um dos funcionário da Alvorada.
Em depoimento, a funcionária do GADH relatou que recebeu um ligação do administrador da residência oficia, o pastor Francisco de Assis Castelo Branco, braço-direito de Michelle. Ele informou que as joias já estavam na posse da então primeira-dama.
Desde que o caso das joias foi revelado no início de março, Michelle Bolsonaro tem negado conhecimento sobre os presentes do governo sauditas. O jornal procurou a assessoria da ex-primeira-dama, mas ainda não recebeu resposta.
Este conjunto de joias da marca Chopard (relógio, caneta, anel, par de abotoaduras e masbaha) entrou ilegalmente no Brasil trazido pela comitiva do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, em outubro de 2021. O GADH estimou que as joias devem valer entorno de U$ 500mil, o equivalente a R$ 2,5 milhões.
Processo fora do normal
Ainda no depoimento, a funcionária da GADH disse que um dos presentes já constava com processo aberto do Sistema Eletrônico de Informações (SEI) antes de chegarem ao Brasil. Não eram as joias, mas sim a estátua de cavalo de ouro que chegou com as patas quebradas.
Ela explicou que o processo normalmente é aberto no sistema após a chegada dos itens ao país, e não antes com o propósito de “alertar futura chegada de um presente ao presidente da República”. Além de ser fora do comum, o registro ficou parado no SEI por mais de um ano, já que a estátua ficou retida junto com o outro conjunto de joias na Receita Federal.
Só houve mudança no sistema em novembro do ano passado, quando o estojo que entrou ilegalmente no país foi registrado.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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