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Programas – de 8 a 15 de novembro
RED
Por LÉA MARIA AARÃO REIS*
O programa é refletir no que escreve sobre a eleição norte-americana o jornalista Jamil Chade, correspondente em Genebra da BBC, Al Jazeera, The Guardian, El País e France 24, entre outras mídias: “Humilhados por um sistema econômico cruel, eleitores compraram uma mentira. Mas também sinalizaram que não suportam mais serem ignorados. Enxergam em Trump o anti-herói que supostamente enfrentou as maiores injustiças do sistema e, ainda assim, resistiu.”
Chade relata: “(…) Percorri os bairros mais pobres da bilionária cidade de Nova York apenas para constatar a dimensão da pobreza e o colapso da ideia do sonho americano, espécie de mito fundador da atual sociedade nos EUA.”
A líder do Partido Verde norte-americano, médica Jill Stein, foi a única a declarar, na campanha presidencial, que acabaria com o genocídio em Gaza no seu primeiro dia de presidência, limitando a entrega de armas a Israel. “Não apenas o genocídio deve parar, mas também a ocupação,” repetia a médica Stein. Ele teve 623 mil votos. Percentagem de 0,4% do eleitorado.
Programa: refletir o que escreve o ex-governador do Rio Grande do Sul e ex-ministro Tarso Genro, concluindo o seu artigo com o título Donald Trump e o novo espírito do povo: “O novo mundo que nos espera está tanto longe da utopia farsante do ‘modo de vida americano’, como das ideias da democracia social, erguidas heroicamente no século passado.”
No próximo dia 18, Ato Nacional em defesa da Palestina. Na véspera, partem de Brasília caravanas de ônibus para o Rio de Janeiro. É o “apoio da classe trabalhadora ao povo palestino na luta contra o imperialismo durante a cúpula do G20,” como observam militantes do Partido da Causa Operária, responsável pela iniciativa.
Dia 29 deste mês, outra manifestação: essa, em Columbus Circle, em Nova Iorque, às 14 horas. Vai reforçar o Dia Internacional da Solidariedade com o Povo Palestino instituído pela ONU. O lema: “We refuse to be silent”. Recusamos o silêncio.
A bebê brasileira Fátima Abbas, com cerca de um ano de idade, morta em bombardeio de mísseis israelenses no subúrbio de Hadeth, sul de Beirute, aguardava a repatriação ao Brasil junto com a família. Fatima, a mãe e o pai foram atingidos e mortos por estilhaços.
A guerra em Gaza é uma guerra contra a memória palestina”, diz o escritor e sobrevivente Atef Abu Saif, ex-ministro da Cultura da Autoridade Palestina, autor de um dos livros mais vendidos na Flip, este ano. “É uma guerra contra a nossa cultura, nossa narrativa dos fatos e acontecimentos.” Intitulado Quero estar acordado quando morrer, o volume é um dramático relato sobre os primeiros dias do bombardeio na Faixa de Gaza, onde Saif se encontrava em visita de trabalho e na companhia do filho. Saif nasceu em Jabalia e vive na Cisjordânia com a família. (Livro da Editora Elefante).
No Dia Mundial do Urbanismo, 08 de novembro, será apresentado no Canal Brasil o documentário Favela do Papa, de Marco Antônio Pereira, às 21hs. O filme retrata a resistência dos moradores da Favela do Vidigal, na Zona Sul do Rio, contra a ordem de remoção imposta pelo governo estadual na década de 1970, durante a ditadura civil-militar.
Recém-lançado esta semana, na 70ª Feira do Livro de Porto Alegre, o volume Engasgos, da jornalista, poeta e ativista cultural Melina Guterres. Trata-se de uma coletânea de poemas de protestos sobre temas da nossa época. Poemas-manifestos, poemas políticos e poemas-denúncias, observa a psicanalista e escritora Taiasmin Ohnmacht na apresentação do livro.
Vladimir Putin, na mais recente reunião do Clube Valdai de Discussões Internacionais, na Rússia, ontem, dia 07: “Estamos destinados a viver uma era de mudanças radicais e a participar de processos cada vez mais complexos. Uma nova ordem mundial está sendo construída sob nossos olhos; a velha ordem mundial ficou para trás.”
Dois autores baianos entre os finalistas do Prêmio Jabuti, categoria Literatura, que será conhecido no próximo dia 19: Mata Doce, de Luciany Aparecida (Editora Alfaguara), e Salvar o Fogo, de Itamar Vieira Júnior (Ed. Todavia). Os outros finalistas são Jogo de Armar, de Edgard Telles Ribeiro (Todavia), Meu irmão, eu mesmo, de João Silvério Trevisan (Alfaguara), e Nunca vou te perdoar por ter me obrigado a te esquecer, de Jacques Fux (Ed. Faria e Silva).
Parque Nacional da Tijuca é o novo livro do fotógrafo Vitor Marigo com lançamento previsto para amanhã, sábado (9/11), às 10h30, no Parque da Catacumba. Na ocasião, o fotógrafo inaugura a mostra A maior floresta urbana do planeta, em cartaz até 08 de dezembro, com 60 imagens do livro em diversos tamanhos.
Programa importante para anotar: o livro Democracia na Encruzilhada – O Brasil no Governo Lula, do professor e sociólogo Liszt Vieira, será lançado dia 18, às 19 horas, na livraria Travessa, no Leblon. O prefácio é do deputado Chico Alencar. (Ed. Garamond).
Um dos melhores programas da semana é a série Encontros com o Cinema Africano, de 28 minutos cada um dos cinco episódios, que acaba de estrear na TV Brasil, no horário das 23h30. Filmes do célebre e premiado Abderrahmane Sissako, da Mauritânia; do etíope Haile Gerima, da estadunidense Shirikiana Aina, além de trabalhos de diretores de Moçambique, Angola e Cabo Verde.
Outro: Política e Marxismo – Modos de usar, do cientista político Luis Felipe Miguel, sobre a importância do marxismo na análise da política. Abordados também temas relacionados aos debates e às controvérsias atuais de correntes de esquerda sobre as políticas de identidade. (Ed. Boitempo).
Atenção para a Feira do Livro da USP, acontecendo em São Paulo até domingo, dia 10. Oferece 50% de desconto na venda de livros de nada mais nada menos do que 20 editoras e é realizada pela Editora da Universidade de São Paulo, a Edusp. Na Cidade Universitária, Zona Oeste da capital paulista. É aproveitar.
E mais um excelente programa paulistano: de 13 a 24 desse mês, a 10ª Mostra Mosfilm de Cinema Soviético e Russo, na Cinemateca Brasileira. O maior estúdio cinematográfico da Rússia comemora cem anos de existência com a produção de cerca de 2.500 longas-metragens. Entre as novidades, além de Asas, filme de estreia, Os Sinos da Noite (1973), drama de Vassily Shukshin, um retrato da alma russa; Minin e Pozharsky (1939), de Pudovkin e Mikhail Doller, um dos raros filmes sobre a invasão da Polônia à Rússia em 1911-12; o histórico A Greve (1924), de Eisenstein; e Noites Brancas (1959), uma adaptação de Ivan Pyriev para o romance de Dostoievski.
No Rio de Janeiro, o programa é o Festival LivMundi 2024 promovendo a vida sustentável na Zona Norte da cidade durante todo o dia de amanhã, sábado, 9. Na Arena Dicró, na Penha, com feira de artesanato, oficinas, shows de música (Baile do Rabisca e Passinho Carioca entre outras atrações) e até uma inusitada e necessária feira de empregos.
Perdemos um dos mais importantes fotojornalistas do seu tempo, Evandro Teixeira, de 88 anos, baiano de Irajuba. Evandro registrou com mestria, em preto e branco, os principais acontecimentos políticos do país na segunda metade do século 20. Trabalhamos juntos, durante décadas, às vezes cobrindo memoráveis partidas de futebol no estádio do Maracanã, com o colega me ensinando a operar uma máquina de fotografia nova. Vai em paz, grande e generoso Evandro.
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*Léa Maria Aarão Reis é jornalista.
Ilustração de capa: Marcos Diniz
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