Imagens agora estão disponíveis na íntegra, mas o que o general, ex-ministro do GSI, ainda precisa esclarecer?

O general Gonçalves Dias, que pediu demissão do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) nesta quarta após ser alvo das imagens divulgadas pela CNN, presta depoimento na sede da Polícia Federal (PF) em Brasília, na manhã desta sexta (21).

A decisão foi do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que determinou nesta quinta (20) os esclarecimentos de Dias à PF, em até 48 horas.

O contexto do caso

O general foi o principal alvo das imagens vazadas à CNN, das câmeras de segurança interna do Palácio do Planalto, durante os ataques de 8 de janeiro. A reportagem da emissora afirmava que o então ministro não reagiu aos invasores e denotava que ele teria ajudado os golpistas.

O GGN detalhou, minuto a minuto, as imagens editadas divulgadas pela emissora, revelando que os funcionários do GSI tentaram atuar para a remoção dos invasores e que Dias não ajudou os bolsonaristas, mas os encaminhou ao segundo andar do prédio, aonde a Polícia Militar, armada, reprimia e prendia os criminosos.

Apesar de o GSI esclarecer, em nota, como foi a atuação dos agentes no episódio, imediatamente após a divulgação dos vídeos, o ministro pediu demissão da pasta. Ele teria conversado com o presidente Lula, que apesar de acreditar na versão de Gonçalves Dias, considerou que o militar havia perdido liderança dentro do gabinete.

O que o general ainda precisa esclarecer?

Uma das perguntas que a PF deve fazer ao ex-ministro do GSI é por que as imagens das câmeras demoraram para aparecer. O próprio presidente Lula não teria tido acesso a elas, e teria solicitado, diversas vezes, ao general.

O GSI decretou sigilo de 5 anos para as imagens e não entregou os arquivos à Câmara e à CPI dos atos antidemocráticos. Na versão do militar, ele afirma que entregou os vídeos às autoridades que investigam o caso.

Também não há informações claras sobre o motivo de Gonçalves Dias ter ido ao gabinete do Planalto no dia 8 de janeiro, um domingo. As gravações mostram o general no espaço pouco tempo após as invasões dos bolsonaristas terem iniciado.

Matéria do GGN