Curtas
Frente Parlamentar pela Diversidade Social será lançada na Assembleia Legislativa do RS
Frente Parlamentar pela Diversidade Social será lançada na Assembleia Legislativa do RS
Presidida pelo deputado Leonel Radde, frente será fórum permanente de audiências públicas e construção de alternativas
Na data em que se celebra o Dia Internacional do Orgulho LGBT, 28 de junho, será lançada na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul a Frente Parlamentar pela Diversidade Social, a ser presidida pelo deputado Leonel Radde (PT). O lançamento acontecerá às 18h, no Espaço de Convergência da Assembleia, e contará com as intervenções artísticas de Mariana Marmontel, do coletivo Poetas Vivos, e de Preto Chrix.
“Estamos no mês do Orgulho LGBTQIAPN+, e principalmente se aproximando do dia 28, temos várias atividades para lembrar que temos orgulho de quem somos, sim! Claro que também são momentos de reflexão, de avaliação da conjuntura nacional e do nosso estado, Rio Grande do Sul, são momentos de avaliarmos as nossas conquistas de LGBTQIAPN+”, destaca Isidoro de Souza Rezes, integrante da ONG Outra Visão e membro do Conselho Estadual de Direitos Humanos.
Como exemplos de conquistas, cita a inclusão de dependentes em plano de saúde, direitos previdenciários, composição de renda para financiamento habitacional e adoção. “Essas conquistas levaram ao reconhecimento de união estável, e depois, em 2011, foi conquistado o reconhecimento de união estável pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Dois anos depois, em 2013, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), por meio da Resolução nº 175, autoriza o casamento em todos os cartórios do Brasil”, expõe Isidoro, que teve a primeira união estável homossexual reconhecida em todo o território nacional.
“Importante destacar que as conquistas foram através do Judiciário, portanto devemos ficar sempre vigilantes diante dos retrocessos e perseguições”, avalia. Sobre perseguições, pontua que “a extrema direita e os fascistas nos usam em pautas de costumes”. Por isso, segundo ele, a importância Frente Parlamentar pela Diversidade Social para “debater e construir propostas de enfrentamento às desigualdades, perseguições, violências, e discursos de ódio”.
Brasil é o pais que mais mata LGBTQIAPN+
O conselheiro também chama atenção para decisão do STF que em 2019 determinou que a lei nº 7.716, Lei do Racismo, seja aplicada em casos de LGBTFobia. “Essa lei passa a ter importância no Brasil porque é o pais que mais tem violências e mortes de pessoas LGBTQIAPN+ no mundo”, ressalta.
Há 14 anos o Brasil lidera o ranking de países que mais matam a população LGBTQUIAP+ no mundo. No último ano, 273 pessoas foram assassinadas no Brasil, o que significa que a cada 32 horas, um ser humano perde a vida simplesmente por sua condição sexual ou de gênero, de acordo com o Dossiê de Mortes e Violências contra LGBTI+ no Brasil, publicado em maio de 2023.O documento resulta da parceria entre a Acontece Arte e Política LGBTI+, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) e a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT).
Para ele, a frente a ser lançada na Assembleia Legislativa “vai colaborar na promoção da inclusão social, econômica e política de todes, independente de gênero, orientação sexual, idade, deficiência, raça, etnia, origem e religião”. Isirodo afirma reconhecer e valorizar também a importância da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância (DPCI) e das cotas da Universidade Federal do Rio Grande do sul (UFRGS) para mulheres Trans e Travestis em cursos de pós-graduação.
Espaço permanente de debates com a sociedade
O deputado Leonel Radde, responsável pela frente, pretende que ela atue de forma permanente em parceria com os movimentos sociais. “Queremos garantir um espaço de debates para interromper o ciclo de violências diárias enfrentadas por esta comunidade e avançarmos nas políticas de inclusão e redução da LGBTFobia no nosso estado que tanto nos envergonha”, afirma.
Conforme frisa o parlamentar, é importante que a Assembleia conte com um espaço de debates sobre a pauta da diversidade, “que vincula direitos humanos, vincula uma população que sofre uma série de violências e que precisa de visibilidade”. Entre as atividades da frente, explica, estarão audiências públicas, reuniões e também construções de iniciativas parlamentares e iniciativas de movimentos sociais “para que se possa avançar no estado em questões muito relevantes e urgentes na pauta da população LGBTQIA+”.
“Seguimos no mês do orgulho fazendo as nossas reflexões, promovendo ações, reivindicando políticas públicas, e contando com aliades para promover sempre boas ações, como a do lançamento da Frente Parlamentar pela Diversidade Social. Seguimos na luta por dias melhores para LGBTQIAPN+”, finaliza Isidoro.
Matéria do Brasil de Fato.
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil.
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