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Opinião

Cresce o número brasileiros que estão a favor da democracia, mas não sabem o que é fascismo

Cresce o número brasileiros que estão a favor da democracia, mas não sabem o que é fascismo

Artigo por RED
16/09/2022 00:57 • Atualizado em 17/09/2022 13:29
Cresce o número brasileiros que estão a favor da democracia, mas não sabem o que é fascismo

De ALEXANDRE CRUZ*

No domingo passado, um amigo, que leu o artigo ‘A Direita adota prática gramsciana’, escrito por mim e publicado aqui , considerou forte eu ter qualificado o Bolsonaro de fascista. Questionei a ele o que é fascismo. Esse meu amigo se baseou nos relatos familiares dos anos 30, Itália de Mussolini, ancorado no regime totalitário. Infelizmente, uma falta de um aprofundamento acurado sobre o tema, uma parte do cidadão brasileiro desconhece o conceito de fascismo e como se inseriu na sociedade italiana até chegar a uma ditadura.

Dito isso, vou elencar exemplos ilustrativos que poderão esclarecer a característica do fascismo. Ontem, no dia 15 de setembro, sai este  título na Folha de São Paulo: Maioria tem medo de agressão por motivos políticos, aponta DataFolha. A um levantamento realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança e Rede de Ação Política pela Sustentabilidade, 67,5% dos entrevistados responderam que sentem medo de emitir opinião, vestir camiseta ou boné ou bandeira do partido ou do candidato. Um número alto  e os brasileiros têm razão de sobra para sentirem receio.

Na matéria da Folha, o jornal contextualizou o assassinato a tiros do tesoureiro municipal do PT, Marcelo Arruda em Foz do Iguaçu em julho. Outro episódio ocorreu em São Paulo na semana passada, que não saiu na imprensa, quando uma professora sai escoltada  por seguranças numa escola particular em razão que o pai de uma aluna ameaçou agredir fisicamente a docente. Motivo? Simplesmente porque a sua filha leu na página do Instagram de um grupo de colegas do colégio o tema LGBT. E isso enfureceu este pai. Mais um episódio, há dois dias atrás, no Rio Grande do Sul, uma vereadora do Partido dos Trabalhadores, que no seu carro estava fixado adesivos em apoio ao Lula, Edegar e Pimenta, sofreu um atentado. Um carro bolsonarista colidiu propositalmente na traseira do Toyota Corolla, da vereadora. Felizmente, apoiadora saiu intacta. Ela está bem. Não se pode dizer o mesmo do motorista bolsonarista, que fugiu da polícia, que  chocou no muro e morreu. Infelizmente ocorreu essa morte. Sim, me refiro infelizmente, pois diferente dos bolsonaristas, os nossos valores são em defesa da vida. Para finalizar, no debate para governador de São Paulo, a jornalista Vera Magalhães sofreu agressão verbal do deputado estadual Douglas Garcia (Republicanos), repetindo palavras do seu líder Jair Bolsonaro.

Elencado esses exemplos, não é por acaso que os brasileiros tem medo de  manifestar as suas posições políticas. Voltando ao início do meu texto e me dirigindo para este meu amigo e para os demais: isso se chama fascismo. A vitória eleitoral do Bolsonaro seria o aval para ele destruir a democracia e consolidar o fascismo. Isso acontecerá? Ainda bem que não, pois o Bolsonaro fez tanto estragos a esse país, seja na gestão da pandemia como da economia, que não há chance do êxito eleitoral deste fascista.

*Jornalista.

Foto em Pixabay.

As opiniões emitidas nos artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da Rede Estação Democracia.

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