O Comitê em Defesa da Democracia e do Estado Democrático de Direito veio a público nesta sexta-feira, 21, através de nota de repúdio, prestar solidariedade ao cantor Seu Jorge pelas ofensas racistas sofridas por ele no último dia 14 no clube Grêmio Náutico União, em Porto Alegre.

Entenda o caso aqui.

No documento divulgado, o Comitê declara que “Os ataques racistas a esses artistas, além de expressar preconceitos inaceitáveis, caracterizam-se como crime de discriminação racial, que exige investigação e punição nos termos da lei. A gravidade dos ataques gerou manifestações de solidariedade no estado e no país, em meios de comunicação e em instituições representativas”, e defende a criação e fortalecimento de políticas públicas que criem igualdade de oportunidades para a população negra brasileira.

Confira o conteúdo na íntegra:

O Comitê em Defesa da Democracia e do Estado Democrático de Direito vem a público
manifestar solidariedade a Seu Jorge, artista de renome internacional, e ao músico adolescente
Pedrinho da Serrinha em razão das ofensas racistas de que foram vítimas, registradas em vídeos, em show realizado no Clube Grêmio Náutico União (GNU), na cidade de Porto Alegre, em 14 de outubro de 2022.
Os ataques racistas a esses artistas, além de expressar preconceitos inaceitáveis,
caracterizam-se como crime de discriminação racial, que exige investigação e punição nos termos da lei. A gravidade dos ataques gerou manifestações de solidariedade no estado e no país, em meios de comunicação e em instituições representativas.
Um grupo de sócios do GNU, em carta pública, além de repudiar os ataques, demandou à
administração do clube a organização de atividades que fortaleçam uma postura antirracista em sua comunidade, juntando-se assim a outras organizações e empresas que, nesta perspectiva, vêm modificando suas estruturas e atividades.
Também o Senado Federal manifestou solidariedade ao cantor Seu Jorge, e o governador do
Rio Grande do Sul desculpou-se com o cantor em nome do povo gaúcho, comprometendo-se com a realização de investigação para identificar e punir dos autores do crime.
Somando-se às manifestações de repúdio realizadas no espaço da sociedade civil e por
órgãos públicos, como a Defensoria Pública do Rio Grande do Sul, o Comitê declara seu apoio às
investigações da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância (DPCI) de Porto Alegre, que tem a
competência necessária para apurar as responsabilidades e dar os devidos encaminhamentos a essa questão na esfera jurídica.
O racismo é crime que precisa ser punido conforme a lei e, mais ainda, combatido
firmemente com políticas públicas que criem igualdade de oportunidades para a população negra brasileira.
Enquanto houver racismo, não haverá justiça social e democracia no Brasil.
Porto Alegre, 21 de outubro de 2022
Comitê em Defesa da Democracia e do Estado Democrático de Direito