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Não podemos nos calar!

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Não podemos nos calar!
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Por ADELI SELL* Eu não serei cretino de apenas comentar  o que se lê sobre o papel e o dever de um padre. Vou falar do padre indiciado em investigação sobre tentativa de golpe: José Eduardo de Oliveira e Silva, da Diocese de Osasco. Dizem que o papel de um padre é: - evangelizar, celebrar a Eucaristia (missa), ouvir confissões,         ministrar o batismo, o sacramento da cura, abençoar os fiéis,        entre outras funções. O certo e o que se deve falar aqui é sobre “entre outras funções”. Padre deve além de orientar, ajudar, ser solidário, praticar a solidariedade, não é? E o que diz este padre fascista pego em armações contra a vida de irmãos, contra o Estado Democrático de Direito, pela ditadura dos milicos e seus amigos? Ele se encontrou com o ex-presidente e agora indiciado como um dos golpistas de fato para prestar “apoio espiritual”. Mas é uma atitude pouco digna de um católico, sabendo que o tal é evangélico, não frequenta outros credos. .        A relação do dito religioso com o plano golpista foi revelada pelo tenente-coronel Mauro Cid.. Documentos da investigação também registram a entrada do padre no Palácio do Planalto no dia 19 de novembro de 2022, onde teria se reunido com outros indiciados, como Filipi Martins e Amauri Feres Saad. Este padre gosta de palestrar em oposição às questões postas pelo mundo civilizado, polêmico em tudo o que faz, tendo mais de 400 mil seguidores.   Para um padre tem a boca muito suja: “saudades dos tempos em que o banheiro servia só para necessidades fisiológicas”. Tem mais, ele sugeriu que a indústria farmacêutica criasse “um calmante em forma de supositório”. Ele oferece cursos de ensino teológico com valores que ultrapassam R$ 800 por ano e mantém um canal no YouTube com 136 mil inscritos. Ou seja, nada de “voto de pobreza”, olho no dinheiro dos incautos. Você que nos lê e se for católico, cristão de qualquer credo, o que tem a nos dizer deste ser humano?   *Adeli Sell é professor, escritor e bacharel em Direito. Foto de capa: Freeaik Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaoportalred@gmail.com. Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia.    

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Bolsonaro vai virar um traste histórico

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Bolsonaro vai virar um traste histórico
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Por LAUREZ CERQUEIRA* Estão construindo uma peça jurídica histórica, para condenação dos golpistas. Vai ser devastadora! Servidores públicos civis e militares que participaram da tentativa de golpe vão ser demitidos a bem do serviço público, muitos condenados e presos, e aposentadorias cassadas. É o que diz a lei e os regulamentos disciplinares de militares. Para nunca mais se atreverem a se insurgir contra a ordem constitucional e o Estado democrático de direito. Sem anistia. Vai ser feito o que a Comissão da Anistia não fez. O julgamento dos golpistas vai durar semanas, com câmeras e microfones nas caras dos réus. A sociedade brasileira vai ver com os próprios olhos os criminosos e seus crimes debulhados didaticamente. Bolsonaro está inelegível, indiciado e deve ser preso. Acabou. Já tem outros no lugar dele. Os apoiadores não vão segurar a alça do caixão. Olharam para frente e viram o deserto político se formado. As desistências de segui-lo vão começar a acontecer. Será efeito manada. Bolsonaro vai virar um cão sarnento, como Collor se tornou depois do impeachment. Ficará exposto na galeria dos trastes históricos, onde estão o traidor Calabar, o torturador Brilhante Ustra e todos os demais, o General Castelo Branco e todos os ditadores que participaram do golpe de Estado de 1964. O Brasil tem uma Constituição, leis, regulamentos e instituições sólidas para defender a sociedade da tirania e dos ataques ao Estado democrático de direito.   *Publicado originalmente aqui. Laurez cerqueira é autor, entre outros trabalhos, de Florestan Fernandes – vida e obra; Florestan Fernandes – um mestre radical; e O Outro Lado do Real.  Foto de capa: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaoportalred@gmail.com. Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia.  

Justiça

Alexandre de Moraes envia relatório da PF para a PGR e retira sigilo

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Alexandre de Moraes envia relatório da PF para a PGR e retira sigilo
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Da Redação, com informações da CNN, de O Globo, do Estadão, da Folha de São Paulo e do Metrópolis PF aponta atuação de Braga Neto na trama golpista e indicia 12 militares da ativa O relatório final de 884 páginas da Polícia Federal sobre o plano de golpe de Estado no Brasil aponta o papel de cada integrante do governo de Jair Bolsonaro (PL) na chamada ‘organização criminosa’ apontada pela PF. O principal nome que consta no documento é do ex-presidente Bolsonaro. Ele é apontado como “líder” que “permeava” todos os núcleos apontados na investigação. Mas principalmente no Núcleo A: Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral. Outro personagem no caso é do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que é apontado pela PF como “operador de Bolsonaro”, alguém que colocava a mão em todos os núcleos para “blindar o líder”. O inquérito também aponta dois generais que tinham cargos no primeiro escalão do governo como “núcleo duro”: Walter Braga Netto e Augusto Heleno. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, levantou o sigilo do inquérito das Operações Tempus Veritatis e Contragolpe, que investigam a tentativa de golpe de Estado gestada no governo Jair Bolsonaro, inclusive com plano de assassinato do presidente Lula, de seu vice Geraldo Alckmin e do próprio ministro. Nesta terça-feira, 26, Moraes enviou à Procuradoria-Geral da República o relatório de mais de 800 páginas em que a Polícia Federal enquadrou o ex-presidente Bolsonaro e mais 36 investigados, entre aliados e militares de alta patente, por crimes de golpe de Estado, organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. “Encerrada a investigação pela Polícia Federal, os autos deverão ser remetidos ao Procurador Geral da República, uma vez que, o princípio do monopólio constitucional da titularidade da ação penal pública no sistema jurídico brasileiro somente permite a deflagração do processo criminal por denúncia do Ministério Público”, escreveu Moraes. Doze militares da ativa do Exército estão entre os indiciados pela Polícia Federal no inquérito que investiga uma trama golpista articulada no fim do governo de Jair Bolsonaro (PL) para mantê-lo no poder. A lista inclui um general recém-transferido para um cargo em Brasília e um adido militar em Tel Aviv, Israel. O general de brigada (duas estrelas) Nilton Diniz Rodrigues foi designado em 13 de novembro para chefiar a Coordenação de Operações Logísticas, um dos principais cargos do Comando Logístico do Exército. Os outros dez oficiais já estavam na mira da Polícia Federal em operações anteriores ou tinham sido alvos de inquéritos do próprio Exército por envolvimento na redação de uma carta que tentava pressionar o comandante da Força a embarcar no golpe de Estado. A Polícia Federal afirma que o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e vice na chapa de Jair Bolsonaro (PL) em 2022, participou de dois núcleos de atuação do grupo suspeito da trama golpista. De acordo com as investigações, o militar da reserva do Exército teria participado do "Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral" e do "Núcleo de Oficiais de Alta Patente com Influência e Apoio a Outros Núcleos". A descrição desses grupos, os integrantes, incluindo o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, e a forma de atuar de cada um estão descritos em decisão desta quarta-feira (26) do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que levantou o sigilo da apuração. A PF aponta no relatório final do inquérito a articulação conjunta de seis núcleos diferentes. São eles: núcleo de desiformação e ataques ao sistema eleitoral; núcleo responsável por incitar militares a aderirem ao golpe de Estado; núcleo jurídico; núcleo operacional de apoio às ações golpistas; núcleo de inteligência paralela e núcleo operacional para cumprimento de medidas coercitivas. Veja a lista   1. Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral. Mauro Cesar Barbosa Cid Anderson Torres Angelo Martins Denicoli Fernando Cerimedo Eder Lindsay Magalhães Balbino Hélio Ferreira Lima Guilherme Marques Almeida Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros Tércio Arnaud Tomaz 2. Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado. Walter Souza Braga Netto Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho Ailton Gonçalves Moraes Barros Bernardo Romão Correa Neto Mauro Cesar Barbosa Cid 3. Núcleo Jurídico. Filipe Garcia Martins Pereira Anderson Gustavo Torres Amauri Feres Saad Jose Eduardo de Oliveira E Silva Mauro Cesar Barbosa Cid 4. Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas. Sergio Ricardo Cavaliere De Medeiros Bernardo Romão Correa Neto Hélio Ferreira Lima Rafael Martins De Oliveira Alex de Araújo Rodrigues Cleverson Ney Magalhães 5. Núcleo de Inteligência Paralela. Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros Bernardo Romão Correa Neto Hélio Ferreira Lima Rafael Martins De Oliveira Alex de Araújo Rodrigues Cleverson Ney Magalhães 6. Núcleo de Oficiais de Alta Patente com Influência e Apoio a Outros Núcleos. Walter Souza Braga Netto Almir Garnier Santos Mario Fernandes Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira Laércio Vergílio Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira Com informações dos veículos: CNN, de O Globo, do Estadão, da Folha de São Paulo e do Metrópolis Foto da capa: Ex-presidente Jair Bolsonaro - André Borges/EPA, via Shutterstock/Breno Esak/Metrópolis

Politica

Alguns dias difíceis para o movimento de direita de Bolsonaro

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Alguns dias difíceis para o movimento de direita de Bolsonaro
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Acusações de que o ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro planejou um golpe surgiram depois que um ex-assessor dele foi implicado em um plano para matar o atual presidente. Por ANA IONOVA, NEW YORK TIMES* O movimento de extrema direita do Brasil e seu líder, o ex-presidente Jair Bolsonaro, tiveram alguns dias desafiadores. Primeiro, um apoiador do Sr. Bolsonaro se explodiu perto do Supremo Tribunal Federal, uma instituição que muitos da direita veem como inimiga, em um ataque terrorista que a polícia atribuiu ao extremismo político. Dias depois, as autoridades acusaram membros de uma unidade militar de elite — incluindo um ex-assessor de alto escalão do Sr. Bolsonaro — de planejar matar Luiz Inácio Lula da Silva, semanas antes de ele se tornar presidente. O plano de assassinato, disse a polícia, foi impresso nos escritórios presidenciais enquanto o Sr. Bolsonaro estava no prédio, de acordo com um relatório policial revisado pelo The New York Times. Agora, a polícia está buscando acusações criminais contra o próprio Bolsonaro, juntamente com três dezenas de seus aliados, por uma ampla conspiração para dar um golpe para mantê-lo no poder depois que ele perdeu a eleição presidencial de 2022 para Lula. Os eventos dramáticos, que se desenrolaram ao longo de oito dias, lançaram uma sombra sobre um movimento que o Sr. Bolsonaro mobilizou ao chegar ao poder, se consolidar como presidente e continuou a nutrir após sua derrota apertada nas urnas. “É uma notícia terrível para a extrema direita”, disse Fábio Kerche, professor de ciência política na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. “É um golpe — inclusive para Bolsonaro.” No entanto, o Sr. Bolsonaro enfrentou muitas tempestades, durante sua presidência e após sua relutante saída do poder. Agora, diante de possíveis acusações criminais que podem levar à prisão, o Sr. Bolsonaro e seus apoiadores foram rápidos em minimizar a gravidade da situação, atribuindo-a à perseguição política "esquerdista" pelo judiciário. Em nítido contraste com os problemas do Sr. Bolsonaro, o Sr. Lula passou a última semana sob os holofotes globais. Durante um encontro de líderes mundiais no Rio, o Sr. Lula posou para fotos com o presidente Biden, liderou um ambicioso pacto internacional para combater a fome e a pobreza e se posicionou como uma voz de liderança nos esforços globais para combater as mudanças climáticas, antes de sediar a cúpula climática mais importante do mundo no Brasil no ano que vem. “Com tudo isso, Lula está em ascensão”, disse João Roberto Martins Filho, cientista político da Universidade Federal de São Carlos. Mas mesmo que o Sr. Lula tenha desfrutado de um momento de glória, não está claro se ele conseguirá avançar sua agenda internacional quando o presidente Biden entregar as rédeas do poder ao presidente eleito Donald J. Trump. O Sr. Lula disse que espera forjar relações “civilizadas” com o Sr. Trump, mas também expressou abertamente preocupações sobre alguns dos planos do presidente eleito. O Sr. Lula, em uma entrevista à CNN neste mês, pediu ao Sr. Trump que “pensasse como um habitante do planeta Terra” ao moldar a política climática. O Sr. Bolsonaro e seus aliados, por outro lado, comemoraram ruidosamente a vitória do Sr. Trump. Na noite da eleição, um dos filhos do Sr. Bolsonaro assistiu à contagem dos votos em Mar-a-Lago e, após a vitória do Sr. Trump, o ex-presidente brasileiro traçou paralelos entre ele e o presidente eleito americano nas redes sociais, classificando ambos como parte de um movimento populista global. E embora o Sr. Bolsonaro esteja proibido de viajar para fora do Brasil por causa das investigações que o têm como alvo, ele pediu ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, que supervisiona o caso, permissão para comparecer à posse do Sr. Trump em janeiro. “Ele vai dizer não ao cara mais poderoso do mundo?”, disse Bolsonaro, referindo-se ao próximo presidente dos EUA, em entrevista ao jornal brasileiro Folha de S. Paulo. O Sr. Bolsonaro, talvez tentando seguir o roteiro do Sr. Trump, parece querer encenar seu próprio retorno político, sinalizando que pretende concorrer na próxima eleição presidencial do Brasil em 2026. Mas há um porém: um tribunal eleitoral o impediu de exercer o cargo até o final da década. Após a vitória de Trump, “parecia que Bolsonaro poderia retornar ao jogo eleitoral”, disse Guilherme Casarões, professor da Fundação Getúlio Vargas, que estudou o movimento de extrema direita no Brasil. “Esse entusiasmo se perdeu ao longo desta semana” de golpes legais contra o Sr. Bolsonaro, disse o Sr. Casarões. Ainda assim, uma parcela significativa dos eleitores brasileiros pode estar torcendo pela ressurreição política do Sr. Bolsonaro. Em uma pesquisa deste mês , quase um quinto dos entrevistados disseram que votariam no Sr. Bolsonaro na próxima eleição presidencial, embora, por enquanto, ele não possa concorrer. O Sr. Lula, que é elegível para concorrer, foi o candidato preferido de 27 por cento dos entrevistados. Esta semana foi o ápice de crescentes problemas legais para o Sr. Bolsonaro depois que a Polícia Federal pediu aos promotores que acusassem o Sr. Bolsonaro e três dezenas de outros, incluindo membros de seu círculo íntimo, de crimes de "abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa". O principal procurador federal do Brasil deve agora decidir se vai prosseguir com o caso. Se ele fizer isso, o Sr. Bolsonaro pode acabar algemado. Mesmo que o Sr. Bolsonaro seja julgado, isso pode não ser o suficiente para manchá-lo aos olhos de seus apoiadores mais fervorosos, de acordo com o Sr. Kerche. “Bolsonaro poderia fazer o que quisesse, e eles continuariam a apoiá-lo.” Essa é outra semelhança com o Sr. Trump, cujo apoio parecia só crescer com os processos judiciais contra ele. Assim como o Sr. Trump, o Sr. Bolsonaro se apresentou como um mártir político, apoiando-se em uma narrativa falsa de uma eleição roubada. Mais de um ano antes das eleições brasileiras de 2022, o Sr. Bolsonaro começou a semear dúvidas infundadas sobre a segurança das máquinas de votação do país, alertando que ele só poderia ser derrotado se elas fossem fraudadas em favor de seu oponente. Quando ele perdeu, o Sr. Bolsonaro nunca admitiu oficialmente a derrota. Seus apoiadores montaram acampamentos do lado de fora do quartel-general militar, pedindo aos militares que anulassem a eleição. Então, em um episódio violento que lembra o ataque de 6 de janeiro de 2021 ao Capitólio dos EUA, eles invadiram e vandalizaram os gabinetes do Congresso, da Suprema Corte e da presidência do Brasil poucos dias após a posse do Sr. Lula, na esperança de provocar uma intervenção militar. Os parlamentares no Congresso estão refletindo sobre uma legislação que perdoaria os manifestantes e, de acordo com especialistas jurídicos, possivelmente beneficiaria o próprio Bolsonaro, permitindo que ele ocupasse um cargo eletivo novamente. Mas, à medida que os problemas legais do Sr. Bolsonaro se acumulam, há sinais de que suas alianças políticas podem estar se desgastando. Após dias de silêncio, um dos aliados mais proeminentes do Sr. Bolsonaro, Tarcísio de Freitas, o governador de São Paulo, falou em defesa do ex-presidente, mas não chegou a ecoar suas duras críticas à investigação e ao judiciário. Isso sinaliza que a direita política do país pode estar se movimentando para proteger a si mesma e ao seu movimento da crise enfrentada pelo Sr. Bolsonaro, disse o Sr. Martins Filho. “Ninguém está dizendo que está se separando de Bolsonaro”, ele disse. “Mas há muita gente disposta a deixá-lo sozinho.” Lis Moriconi contribuiu com pesquisa. *Reportagem do Rio de Janeiro - Publicado no New Yok Times em 22 de novembro de 2024Atualizado em 24 de novembro de 2024, traduzido automaticamente pelo Google Translator Foto da capa: Pedro Ladeira - 19.fev.19/Folhapress Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaoportalred@gmail.com. Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia.

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O diálogo interreligioso do muçulmano Al-Farabi

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O diálogo interreligioso do muçulmano Al-Farabi
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Por EDELBERTO BEHS* O movimento ecumênico e o movimento interreligioso deveriam passar os olhares nos escritos do pensador muçulmano Abu Nasr Al-Farabi, que viveu entre 872 e 950 d.C., e, depois de fazer negócios pela Rota da Seda, estabeleceu-se em Bagdá para estudar filosofia. Ele deixou para o mundo lusófono os “alfarrábios”, sinônimo de livros. Farabi nasceu na região de Samarcanda, ora turca, ora persa, um ponto importante na Rota da Seda. Embora fosse muçulmano, não falava árabe, língua que foi estudar, ao lado da Filosofia, em Bagdá. Quando Al-Farabi nasceu, o Islã, com cerca de 250 anos, era uma religião nova na região. No estudo do árabe, Al-Farabi recorreu a um professor gramático muçulmano, Ibn Al- Sarraj. Mas para estudar Filosofia, informa o escritor português Rui Tavares em “Agora, agora e mais agora”, ele foi discípulo de um filósofo cristão, Matta bin Yunus, o que o faz supor que o estudante viveu no mesmo teto junto com cristãos. Yunus era um cristão nestoriano, ou seja, um ramo do cristianismo que se expandiu para o Oriente, chegando à Índia e até mesmo até a China. Tavares assinala que Al-Farabi desenvolveu sua filosofia fundada “num diálogo para lá das fronteiras da religião, com o pensamento de outros seres humanos de religiões, comunidades e línguas diferentes”. Ele recuperou escritos de Aristóteles e de Platão para a época e os legou ao mundo Ocidental. No tempo de Al-Farabi, continua Tavares, as fronteiras entre as religiões eram menos estanques, “sendo possível a um filósofo manter um diálogo inter-religioso – potencialmente até com quem não tivesse religião nenhuma – e permanecer membro de uma comunidade de crença como o islão”. De Aristóteles Al-Farabi busca o conceito de zoon politikon, qual seja, o homem é um animal político. Ele parte, então, da pergunta “como criar uma política de convivência?” e conclui que os humanos têm que viver juntos. O filósofo define os seres humanos como “os membros daquela espécie que não consegue alcançar aquilo de que necessita sem viver junta, em muitas associações ou um único lar”. E essa comunidade tem que ser, além de política, multireligiosa, um ambiente que ele encontrou em Bagdá antes dos anos 1000 d.C. Al-Farabi dialoga com filósofos antigos, como Platão e Aristóteles, e dialoga para além das religiões, e, surpreendentemente, para a atualidade. E esse é seu legado para um mundo inter-religioso   *Edelberto Behs é Jornalista, Coordenador do Curso de Jornalismo da Unisinos durante o período de 2003 a 2020. Foi editor assistente de Geral no Diário do Sul, de Porto Alegre, assessor de imprensa da IECLB, assessor de imprensa do Consulado Geral da República Federal da Alemanha, em Porto Alegre, e editor do serviço em português da Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC). Foto de capa:Getty Images Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaoportalred@gmail.com. Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia. .    

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