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Agricultura Familiar: 25 anos na Expointer, do desafio ao sucesso

Agricultura Familiar: 25 anos na Expointer, do desafio ao sucesso

Economia por RED
21/08/2024 13:55
Agricultura Familiar: 25 anos na Expointer, do desafio ao sucesso

Por ANDRÉ PEREIRA*

Livro vai ser lançado às 17h30, segunda-feira, dia 26, no Parque de Exposições Assis Brasil em Esteio com homenagem aos pioneiros

Inserido na programação que celebra o sucesso de um dos pavilhões mais atrativos do Parque de Exposições Assis Brasil, de Esteio, o livro “25 Anos da Agricultura Familiar na Expointer – do desafio ao sucesso” realiza um resgate da inclusão da agricultura familiar no espaço público da Expointer, promovida pelo governo estadual que tomou posse em 1999. Encenada em Esteio desde 1970, a exposição era administrada, até então, pelos fazendeiros e criadores de gado vinculados à Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) em uma terceirização governamental que dissimulava a privatização do espaço de atuais 141 hectares.

Fortemente contrariada com a nova política do governo Olívio Dutra defendendo a condição pública do espaço, pregando a não exclusão de nenhum segmento agropecuário e questionando a tradicional imposição latifundiária na feira, cuja origem remete à 1901, a direção da Farsul aventurou-se em uma tentativa de boicote ao evento, ameaçando impedir a participação de animais justo na exposição de … animais!

Por cerca de duas semanas, a imprensa dedicou-se a repercutir estardalhaços advindos da promessa de boicote. Mas a tentativa estava condenada ao natural fracasso pois contrariava a atividade econômica dos cabanheiros que vendiam seus animais na feira e não se sensibilizaram com o pretexto de que uma ocupação de terras na distante Hulha Negra repercutiria em Esteio.

Enquanto isso, sem seduzir os holofotes midiáticos, o governo continuou com os preparativos para inaugurar o evento no dia 28 de agosto de 1999, com inovações no conceito, na estrutura e na gestão, para construir o que o secretário de Agricultura e Abastecimento, José Hermeto Hoffmann, teimava em apostar que seria uma Nova Expointer. E a mais democrática e inclusiva do século que findava.

O governo não defendia, de modo solitário, a proposição da Expointer mais diversificada. O apoio público de algumas lideranças foi fundamental para o desfecho que permitiu a abertura da exposição exatamente na data programada.

Como se verificou nos anos seguintes, o primeiro e modesto estante rústico da agricultura familiar, que se instalou naquele ano inaugural sem pompa cerimonial, logo foi aprimorado para ser aclamado como o pavilhão mais atrativo da Expointer. Foi copiado por outras exposições estaduais e elevou-se ao patamar nacional no governo Lula.

Esta recuperação do contexto dos primórdios do fenômeno de sucesso, entretanto, só foi possível graças aos registros impressos produzidos pela área de comunicação do governo estadual. Informativos, revistas, fôlderes e, sobretudo, o jornal O Estado do Rio Grande do Sul (que circulou de 1999 a 2002) são os únicos documentos históricos disponíveis que restaram daquela gestão, para preencher lacunas dos arquivos dos órgãos públicos destinados a preservar a memória pública riograndense.

A pesquisa vasculhou arquivos, adquiriu fotografia inédita, comprou visionamento de imagens da TVE/RS, consultou os protagonistas, ouviu depoimentos dos mais de uma dezena de pioneiros expositores e evocou lembranças dos organizadores de um evento inédito de novo formato.

Por fim, adicionou subsídios gerados por estudiosos que se dedicaram a analisar aspectos decorrentes da mudança do perfil da Expointer – não mais associada apenas às imagens de estancieiros pilchados de botas e bombachas, senhoras elegantes de ponchos estilosos e peões dormindo nas baias com os animais.

A publicação da Evangraf com 170 páginas foi concebida e elaborada por uma comissão constituída de dirigentes do primeiro escalão da SAA da época, liderada pelo titular da pasta, José Hermeto Hoffmann, Angelo Menegat, Inácio Benincá e David Stival, com colaboração especial de Ailton Croda. A organização editorial foi do jornalista André Simas-Pereira; com projeto gráfico da designer Cristina Pozzobon e ilustrações de Edgar Vasques e Santiago. O apoio financeiro é do Sindicato de Máquinas Implementos Agrícolas no RS (Simers).

*André Pereira é jornalista.

Foto da capa: Pavilhão da Agricultura Familiar no espaço público da Expointer – Foto: Jorge Leão.

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