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Ações inéditas, falta de liderança à direita e postura lúcida de Lula e Dino: Espaço Plural especial comenta a invasão de Brasília

Ações inéditas, falta de liderança à direita e postura lúcida de Lula e Dino: Espaço Plural especial comenta a invasão de Brasília

Politica por RED
09/01/2023 17:27 • Atualizado em 16/01/2023 08:35
Ações inéditas, falta de liderança à direita e postura lúcida de Lula e Dino: Espaço Plural especial comenta a invasão de Brasília

“Não existe uma liderança consolidada à direita no Brasil, felizmente nós temos, para manter a ordem democrática”, aponta Flávio Aguiar.

O programa Espaço Plural – Debate e Entrevistas  interrompeu suas férias para tratar do grave episódio de ataque à democracia ocorrido ontem (8) em Brasília. Flávio Aguiar, professor, jornalista e escritor; João Guilherme Ramos, mestre em História, Política e Bens Culturais; Benedito Tadeu César, cientista político; e Amarildo Cenci, professor, diretor do Sinpro-RS e presidente da CUT-RS; foram recebidos pelo jornalista Solon Saldanha para analisar a invasão de bolsonaristas que depredaram o Congresso Nacional . 

Após a leitura da nota de indignação e proposição do Comitê em Defesa da Democracia e do Estado Democrático de Direito, que pode ser conferida na íntegra aqui, os convidados fizeram suas considerações a partir de dados históricos e sociais do país e de cenários internacionais. 

É consenso entre os debatedores que este não é o maior ato contra a democracia no país, visto o golpe de 64 e todos seus atos posteriores, mas que merece atenção por seu caráter inédito de formato. Para Flávio Aguiar, a ação de ontem pareceu querer imitar o que ocorreu nos Estados Unidos com a invasão do Capitólio, sendo, assim como na derrota de Trump, uma tentativa de golpe que não deu certo.  “Uma horda barulhenta, diversificada, de tomar a sede dos poderes, é bastante original, e vai exigir muita investigação policial e de pesquisa para entender o que aconteceu”, pondera o jornalista.

Para o historiador João Guilherme, a ação em Brasília não visava necessariamente destruir o patrimônio público, mas um “movimento com alguma outra intenção que a gente precisa entender”. Além disso, pontua que isso pode estar nos mostrando mais uma herança de Bolsonaro e do bolsonarismo: o “terrorismo doméstico”, aquele que tem por objetivo causar medo e disrupção social. 

Neste sentido, o cientista político Benedito Tadeu lembrou que sempre teve certo temor com a volta de Lula, pois, fazendo um paralelo com o que ocorreu com Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek, imaginou que seu governo passaria por muitas turbulências para governar. Apesar disso, ele e os demais convidados concordam que Lula é atualmente a única figura capaz de enfrentar a extrema direita com carisma e apoio internacional, percorrendo o caminho de unificação nacional. 

No geral, todos os analistas concordam que o presidente Lula e o ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino têm adotado posturas lúcidas, dentro das possibilidades legais do que pode ser feito a curto prazo, o que acabou por reforçar a legitimidade do novo governo ao conseguir tomar as rédeas com austeridade. “Não existe uma liderança consolidada à direita no Brasil, felizmente nós temos, para manter a ordem democrática”, lembra Flávio Aguiar, que acredita que ontem ocorreu uma tentativa de levar às forças armadas para rua para uma intervenção militar, mas que falhou pela amplitude do cenário nacional e internacional com Lula no poder. 

Amarildo Cenci ainda avalia que tudo que ocorreu ontem ainda pode ser a oportunidade de corrigir alguns erros que a sociedade poderia cometer, como conceder anistia para os agentes envolvidos no último governo e seus apoiadores. “Não são vândalos, são terroristas”, diz ele, que acredita ser essencial a sociedade ir para a rua mostrar sua posição contrária à barbárie que ocorreu, como no ato marcado  para hoje às 18h na Esquina Democrática em Porto Alegre, além dos que vão ocorrer em outras diversas cidades pelo país. 

Os convidados ainda ponderam que identificar e responsabilizar os envolvidos é fundamental para nossa sociedade, além de questionarem “onde estava o GSI”? Para conferir os demais pontos abordados e as falas na íntegra, acesse o programa de hoje aqui


Imagem – reprodução do programa.

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