Especial
PROGRAMAS: DE 16 A 23 DE JUNHO
PROGRAMAS: DE 16 A 23 DE JUNHO
Por LÉA MARIA AARÃO REIS**
*Segunda-feira, dia 19, o belo filme de Renato Barbieri, Pureza, com Dira Paes, que já ganhou trinta prêmios em festivais internacionais, vai ao ar às 22 hs na TV aberta. Já exibido em cinemas, no ano passado, está também no catálogo da Globoplay. A maranhense Dona Pureza Loyola, protagonista da história, acaba de receber do governo norteamericano, em Washington, o prêmio de contribuição à luta contra a escravidão e o tráfico de pessoas. Em 1997, Dona Pureza recebeu o Prêmio Antiescravidão, em Londres, oferecido pela organização não governamental britânica Anti-Slavery International, a mais antiga organização abolicionista em atividade. Leia a resenha de Pureza clicando aqui.
*Programa necessário: participar da campanha Juros Altos, Não! Juros Baixos Já, às quartas-feiras, das 11 às 13 horas, com protesto permanente em favor da redução da taxa de juros, na calçada defronte do edifício do Banco Central, Rio de Janeiro, na Avenida Presidente Vargas. E hoje, sexta-feira, dia 16, início das grandes jornadas nacionais de protesto em todo país com o mesmo tema.
*Estaremos juntos com diversas entidades sindicais, partidos políticos e movimentos populares nessas jornadas organizadas por cerca de 20 organizações. Elas se estendem até o dia 2 de julho com caminhadas e entregas de folhetos. Será uma gigantesca mobilização em várias cidades do país.
*Outro programa indispensável de fim de semana. Participar do grande ato, domingo, dia 18, do Marco temporal, Não! Em Belo Horizonte, com início na Praça da Liberdade, às 10 horas e caminhada até a Praça Sete, às 12 horas. Todos contra o genocídio indígena e ambiental é o lema do Movimento Unificado Contra o Marco Temporal de Minas Gerais, que organiza o evento.
*E mais outro programa imprescindível do próximo fim de semana no qual é importante a sua presença: Ato pelo Clima – Contra o Desmonte Socioambiental, domingo, dia 18, às 15 horas. Avenida Paulista defronte do prédio do Masp.
*O documentário Sociedade do Medo, de Adriana L. Dutra, estreia amanhã (16/06) no Canal Brasil, às 16h50. É um bom programa assistir a esse doc que registra a epidemia do medo que assola a humanidade e a manipulação das massas a partir da difusão do pânico e da insegurança.Entre os entrevistados no filme, Ailton Krenak, Julio Lancelotti, Flavia Monteiro, Ivana Bentes, a Deputada Talíria Petrone e Francis Wolff.
*Depois de sete anos sem filmar, o diretor mineiro Neville de Almeida apresentou, em sessão “experimental” nas suas palavras, sessão única, o seu Bye Bye Amazônia – A morte anunciada da floresta Amazônica, no cinema Net Botafogo. Ainda sem previsão de data para lançamento, o filme tem roteiro de Neville, autor de clássicos do cinema brasileiro como A Dama do Lotação e Matou a Família e Foi ao Cinema. Ficar de olho no filme.
*Programa oportuno: assistir ao vídeo do curta-metragem de dois minutos, L’Altra Par que comenta como as pessoas estão se isolando na tecnologia, abrem mão da convivência humana e se tornam desumanas com o uso obsessivo do telefone celular. Um dispositivo diabólico que escraviza?
*Excelente notícia: as 1.072 edições do jornal Pasquim, um dos símbolos mais importantes da resistência contra a ditadura civil-militar de 64, estão agora on line e com livre acesso. revistabula.com/?p=62437
*Nome da Vida, autobiografia de Wladimir Pomar é “um livro em que a paixão revolucionária transborda por todas as linhas”, escreve o professor e historiador Valério Arcary, no artigo Adeus, Wladimir Pomar, homenagem saudosa ao amigo que morreu aos 86 anos, no dia 9 deste mês. Outros livros de Wladimir Pomar: A Dialética da História, Quase Lá – Lula, o Susto das Elites, O Enigma Chinês: capitalismo ou socialismo e A Revolução Chinesa. (Da Editora Unesp)
*De autoria do cineasta Silvio Tendler, a peça Olga e Luiz Carlos – Uma História de Amor, estreia no teatro Arena do Sesc Copacabana, amanhã, dia 16/06, com direção de Isabel Cavalcanti. Retrata a vida de Olga Benário e seu encontro com Luiz Carlos Prestes. Olga morreu em 1942, aos 34 anos, grávida, no campo de concentração e extermínio de Bernburg, em Munique. Foi deportada para a Alemanha pelo governo Getúlio Vargas e lá assassinada pelo regime nazista.
*China: o socialismo do século XXI é de autoria do professor de Economia da Uerj Elias Jabour que acaba de viajar para Xangai onde ficará pelos próximos dois anos trabalhando como assessor da ex-presidente Dilma Rousseff no NDB, o Banco dos Brics. O livro tem como coautor Alberto Gabriele, e foi premiado na China como Obra Estrangeira do Ano. Será lançado ainda em 2023 em versão para o mandarim. (Editora Boitempo).
*O jornalista e escritor baiano Roberto R. Martins, que vive no Sul da Bahia, em Eunápolis, há 40 anos, lança o seu O Mercador de Livros no Rio de Janeiro, na Livraria Travessa de Botafogo, hoje, dia 16/06 às 19 horas. Ele é autor também do belo volume Porto Seguro: história de uma esquecida capitania (Editora Arquimedes Edições).
*No próximo dia 22 é a vez da noite de autógrafos, na mesma Travessa/Botafogo, do professor de Sociologia da Unicamp Marcelo Ridenti, autor de obras de não ficção, do livro Arrigo (Boitempo). Ele traz, nesse seu primeiro romance, realismo, fantasia e, pela perspectiva da ficção, cem anos de história da esquerda brasileira. Ridenti é autor de A Constituição de 1988 na vida brasileira, Intelectuais: sociedade e política, Intolerância e resistência: testemunhos da repressão política no Brasil/1964-1985, O golpe e a ditadura militar: quarenta anos depois (1964-2004) e Intelectuais e Estado.
*Mais um concerto Candlelight em Niterói com As Quatro Estações de Vivaldi. Data e horários: dia 29 de junho às 19 horas e 21 horas. No teatro Municipal de Niterói, um belo local.
*Alguns dos grandes bilionários da Alemanha de hoje, de grupos empresariais como a BMW, Volkswagen e Allianz, foram parceiros de primeira hora do regime nazista, como se sabe. Mas o livro do jornalista holandês David de Jong, Bilionários Nazistas, que acaba de chegar ao Brasil, relembra que, ao se apossarem de empresas fundadas por judeus, eles se aproveitaram de milhares de trabalhadores escravizados durante a Segunda Guerra Mundial e assim ajudaram no financiamento a Hitler. O subtítulo da obra: A tenebrosa História das Dinastias Mais Ricas da Alemanha. (Ed. Objetiva).
*Para quem estiver em Lisboa, Portugal: um bom programa é acompanhar a 14ª edição do Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa (FESTin) com 40 produções filmadas em Cabo Verde, Moçambique, Timor-Leste, Portugal e Brasil, naturalmente. O tema deste ano é “a diversidade”, nos curtas-metragens, nos filmes de ficção e nos docs, todos competindo por prêmios. Início: 29 deste mês e vai até 7 de julho.
*Relembrar o que escreveu Alain Touraine, morto aos 97 anos, semana passada, deixando sua monumental obra como herança. “Talvez o mais antigo movimento de massas que nós podemos destacar como um princípio de movimento social tenha sido a Queda da Bastilha que marcou a Revolução Francesa em 1789 e foi responsável pela queda da monarquia absolutista francesa”. Do seu livro L’évolution du travail aux usines Renault, de 1955, época em que ele começava a escrever sobre a sociologia do trabalho pesquisando as usinas Renault. Foi Touraine quem cunhou a expressão “sociedade pós-industrial”.
*Para refletir sobre o que sublinhou o sociólogo e filósofo franco-brasileiro Michael Löwy, diretor do Centro Nacional de Pesquisa Científica em Paris, durante a sua conversa no encontro do Fórum Permanente da Intelectualidade Orgânica: “A situação da humanidade é grave. A crise ecológica e a mudança climática representam uma ameaça sem precedentes na história humana e diante disso a questão ambiental já é e será ainda mais a principal questão política, econômica, social e ética do século XXI”.
*Foi revista e ampliada a edição recém-relançada com textos inéditos, do volume Lacan Chinês – Para além das estruturas e dos Nós, do professor da Universidade Federal de Alagoas Cleyton Andrade, premiado com o Jabuti em 2016 na categoria Psicologia, Psicanálise e Comportamento. Nela, textos complementares de Gilson Iannini, Antônio Teixeira, Christian Dunker e Fabian Fajnwaks. (Ed. Autêntica)
*Para quem se interessa por bruxas, estreando hoje na plataforma Mubi, Cinco Diabos, um thriller francês de Léa Mysius que vem do Festival de Cannes do ano passado. Com Adèle Exarchopoulos (de Azul é a Cor Mais Quente).
*E atenção para essa estreia importante: um filme sobre um sexto diabo (?), o fenômeno das fake news em O homem cordial, de Iberê Costa, com Paulo Miklos. O diretor comenta: “As redes sociais são o ambiente perfeito para que um grupo de indivíduos siga a opinião ou a ação de outros de forma irracional, sem analisar os fatos e fundamentos. No filme, vemos como cada comentário, cada postagem, cada curtida ou compartilhamento de uma fake news tem impacto direto na vida de alguém no mundo real”. Em iTunes (Apple), Google Play, Vivo Play e Claro TV+.
**Jornalista carioca. Foi editora e redatora em programas da TV Globo e assessora de Comunicação da mesma emissora e da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro. Foi também colaboradora de Carta Maior e atualmente escreve para o Fórum 21 sobre Cinema, Livros, faz eventuais entrevistas. É autora de vários livros, entre eles Novos velhos: Viver e envelhecer bem (2011), Manual Prático de Assessoria de Imprensa (Coautora Claudia Carvalho, 2008), Maturidade – Manual De Sobrevivência Da Mulher De Meia-Idade (2001), entre outros.
As informações acima são fornecidas por editoras, produtoras e exibidoras.
Imagem em destaque: reprodução de trecho de L’Altra Par.
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